Senado deve votar aumento do número de deputados a menos de uma semana do prazo do STF

Política
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O projeto que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais deve ser votado no Senado em sessão semipresencial nesta quarta-feira, 25, às 14h. O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso estabeleça a nova distribuição de cadeiras com base no Censo de 2022 termina em menos de uma semana, em 30 de junho.

Na última quarta-feira, 18, o Senado aprovou requerimento de urgência para acelerar votação do projeto, sob relatoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI). Anteriormente, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já havia afirmado que planejava pautar o projeto ainda neste mês.

O STF determinou a redistribuição das cadeiras da Câmara de acordo com as populações atualizadas dos Estados. O número de deputados não era alterado desde 1993.

Em uma manobra para evitar a perda de cadeira em certos Estados, os deputados aumentaram o número de membros da Casa onde houve acréscimo da população, segundo o IBGE. Entretanto, os Estados que tiveram diminuição da população, conforme o Censo, não perderam vagas.

Os Estados que podem ter mais deputados:

- Amazonas, de 8 para 10;

- Ceará, de 22 para 23;

- Goiás, de 17 para 18

- Minas Gerais, de 53 para 54

- Mato Grosso, de 8 para 10

- Pará, de 17 para 21

- Paraná, de 30 para 31

- Rio Grande do Norte, de 8 para 10

- Santa Catarina, de 16 para 20

Impacto orçamentário do projeto

De acordo com a Câmara, a proposta deve ter impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões. Em maio deste ano, após a aprovação do projeto na Câmara, o Estadão divulgou um levantamento mostrando que o projeto abre margem para criação de 30 novas vagas de deputados estaduais, que podem custar mais de R$ 76 milhões por ano para os Estados.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada na última terça-feira, 17, mostrou que 76% dos brasileiros são contra o aumento no número de cadeiras na Câmara. Outros 20% são favoráveis à mudança na Casa, 2% afirmaram não saber opinar sobre o tema e 1% se classificou como indiferente.

No Senado, parlamentares também já se posicionaram de forma contrária. "A carestia bateu à porta das famílias brasileiras. Não é momento de o Congresso Nacional aumentar em mais R$ 60 milhões anuais a despesa", afirmou o senador Marcio Bittar (União-AC) em sessão que debatia o projeto.

De acordo com Alcolumbre, o Orçamento da Câmara dos Deputados já leva em conta as despesas que serão instituídas com os novos parlamentares. "Caso o Senado se debruce sobre o projeto e amplie o número de vagas, não haverá aumento de despesa em lugar algum", afirmou.

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O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA sancionaram nesta quinta-feira 27 pessoas e empresas do México, além de restringirem estabelecimentos de jogos de azar por lavagem de dinheiro para o grupo organizado Hysa.

Segundo o memorando, o grupo, formado por membros da família Hysa, "tem usado sua influência através de investimentos em diversos negócios mexicanos - incluindo restaurantes e estabelecimentos de jogos de azar - para lavagem de dinheiro oriundo do narcotráfico".

A decisão "é resultado de compromissos recentes entre os EUA e o México de trabalhar em conjunto de forma mais estreita para combater o narcotráfico e crimes financeiros relacionados a cartéis de drogas sediados no México e outros grupos".

"Os Estados Unidos e o México estão trabalhando juntos para combater a lavagem de dinheiro no setor de jogos de azar do México. Nossa mensagem para aqueles que apoiam os cartéis é clara: Vocês serão responsabilizados", acrescentou o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, John K. Hurley sobre o assunto. "Agradecemos o governo mexicano pela forte parceria neste esforço."

A sanção afeta, principalmente, a família Hysa, que terá todos os bens localizados nos EUA ou sob controle de pessoas nos EUA bloqueados e comunicados ao escritório do Tesouro.

Outras entidades e indivíduos, em conjunto ou não, que estejam associados em mais da metade das operações da família também serão bloqueados.

O exército da Rússia invadiu três assentamentos na região sul de Zaporizhzhia, na Ucrânia, disse o principal comandante militar de Kiev na quarta-feira, 12, no momento em que as forças de Moscou expandem seus esforços para capturar mais território ucraniano.

A neblina densa permitiu que tropas russas infiltrassem posições ucranianas em Zaporizhzhia, escreveu o general Oleksandr Syrskyi no aplicativo de mensagens Telegram, acrescentando que unidades ucranianas estão travadas em "batalhas árduas" para repelir o avanço russo.

Ele observou, no entanto, que as batalhas mais ferozes ainda estão na cidade ucraniana sitiada de Pokrovsk, na região oriental de Donetsk, onde quase metade de todos os confrontos na linha de frente aconteceu nas últimas 24 horas. As cidades de Kupiansk e Lyman, na região nordeste de Kharkiv na Ucrânia, também testemunharam recentemente um aumento nos combates.

A Rússia lançou sua invasão em larga escala do vizinho quase quatro anos atrás e agora ocupa aproximadamente um quinto do território ucraniano. Novas sanções dos Estados Unidos que visam o setor petrolífero da Rússia, que é o pilar da economia russa, estão previstas para entrar em vigor em 21 de novembro. Seu propósito é compelir o presidente russo, Vladimir Putin, a aceitar um cessar-fogo.

Enquanto isso, oficiais de Kiev correm o risco de se distrair com um crescente escândalo de corrupção que envolve membros seniores do governo. O ministro da Justiça da Ucrânia, Herman Halushchenko, foi suspenso de seu cargo na quarta-feira após ser colocado sob investigação, anunciou a primeira-ministra Yulia Sviridenko.

Os ganhos russos vêm com um custo

As sanções dos EUA às maiores companhias petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil, aumentam os riscos para Putin. O líder russo até agora evitou negociações de paz sérias de alto nível, com oficiais ucranianos e ocidentais o acusando de ganhar tempo enquanto seu exército tenta capturar mais território ucraniano. Esforços internacionais pela paz não levaram a nada.

O exército russo, maior e melhor equipado, intensificou seus ataques, colocando os militares ucranianos em menor número sob severa tensão. Oficiais ucranianos disseram em setembro que a linha de frente cresceu em comprimento para quase 1.250 quilômetros. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse no início deste mês que a Rússia havia mobilizado cerca de 170 mil tropas em Donetsk.

Nas últimas quatro semanas, o Ministério da Defesa da Rússia relatou a captura de nove assentamentos e vilas em Donetsk: oito na região de Zaporizhzhia, sete na região de Dnipropetrovsk e cinco na região de Kharkiv. A guerra corrosiva de desgaste da Rússia tem sido custosa em termos de baixas e blindagens, no entanto, e a Ucrânia tem limitado seus ganhos no campo de batalha a avanços incrementais.

O Instituto para o Estudo da Guerra disse que o cerco russo a Pokrovsk, onde foram deslocados operadores de drones de elite e soldados das forças especiais russas "spetsnaz", tem sido lento porque seus comandantes militares estão dispersando seus recursos amplamente.

A Rússia está conduzindo diversas operações ofensivas simultâneas em todo o 'teatro' de operações e está tendo dificuldades para expandir as operações logísticas. Enquanto isso, a Ucrânia lançou ataques contínuos de longo alcance com drones em ativos militares de alto valor dentro da Rússia.

Seu último ataque atingiu a planta química Stavrolen em Budionovsk, na região de Stavoprol da Rússia, durante a noite, segundo o estado-maior. A planta produz polímeros para materiais compostos usados pelo exército russo, disse ele. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na noite de quarta-feira, 12, o projeto de lei que põe fim à mais longa paralisação do governo na história do país, que durou 43 dias. A cerimônia de assinatura ocorreu poucas horas depois de a Câmara dos Representantes aprovar, por uma margem de apenas 13 votos, o acordo que estende o financiamento da gestão federal até 30 de janeiro.

Mesmo assim, pode levar dias - e até semanas - para que o país volte ao normal. Os órgãos federais já estão autorizados a reintegrar funcionários que estavam em licença não remunerada, mas, embora a maioria deva retornar ao trabalho em até 24 horas, fatores como o tamanho dos departamentos podem atrasar esse processo.

O sistema de aviação, por exemplo, precisará de tempo para se reorganizar. O Departamento de Transportes informou na noite de quarta-feira que 40 aeroportos continuarão com uma redução de 6% no número de voos, mesmo com a retomada das atividades.

O secretário de Transportes, Sean Duffy, disse que as autoridades avaliam quando será possível retornar com segurança às operações normais de tráfego aéreo, mas não apresentou nenhum cronograma. "Se a equipe de segurança da Administração Federal de Aviação (FAA) determinar que as tendências estão se movendo na direção certa, apresentaremos um plano para retomar as operações normais", disse Duffy.

A decisão de reduzir os voos foi anunciada na semana passada pela FAA, devido ao número cada vez menor de controladores de tráfego aéreo disponíveis devido ao shutdown. Desde a última sexta-feira, 7, mais de 10 mil viagens já foram canceladas, de acordo com dados do site de rastreamento de voos FlightAware.

A normalização do pagamento do auxílio-alimentação do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) também não será imediata. Um dos pontos do projeto de lei sancionado por Trump abrange justamente a retomada do benefício, mas não determina quando ele voltará a ser pago.

O Departamento de Agricultura, responsável pelo SNAP, disse que, na maioria dos Estados, os valores poderiam ser disponibilizados em até 24 horas após o fim da paralisação do governo federal, mas não especificou em quais regiões o processo seria mais demorado.

O acordo que trouxe o fim do shutdown também prevê a reversão das demissões de funcionários federais, promovidas pelo governo Trump desde o início da paralisação do governo, além de protegê-los de novas demissões até janeiro. Os profissionais também têm o pagamento retroativo garantido pela Lei de Tratamento Justo dos Funcionários Públicos, aprovada em 2019.

A prorrogação de um crédito tributário que reduz o custos dos planos de saúde, que expira em dezembro, era uma das principais exigências dos democratas, mas não foi incluída no projeto de lei. O assunto deve ser retomado no Congresso até meados de dezembro.

O Escritório de Orçamento do Congresso estima que o impacto negativo do shutdown na economia será revertido em partes, mas que, mesmo assim, haverá uma perda econômica permanente de cerca de US$ 11 bilhões. (Com informações da Associated Press)