AGU estuda se cobrará de agentes da ditadura indenização paga à família de Vladimir Herzog

Política
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O ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, disse nesta quinta-feira, 26, que o órgão vai estudar cobrar dos agentes da ditadura militar os valores pagos em forma de indenização pelos pelo Estado brasileiro às famílias de mortos e desaparecidos. "A AGU atua tecnicamente. Isso (a cobrança) precisa ser estudado na perspectiva jurídica", afirmou.

O ministro foi à sede do Instituto Vladimir Herzog, em São Paulo, para um ato no qual assinou o acordo judicial fechado pela AGU com a família Herzog, para, 50 anos depois do crime, indenizar a família do jornalista. Ele prevê o pagamento de R$ 3 milhões à família.

O compromisso do Estado com a família foi divulgado no dia 18 de junho e foi assinado nesta quarta-feira, 25, na véspera do dia em que o jornalista faria 88 anos. A viúva do jornalista, Clarice Herzog, também recebe pagamentos mensais no valor R$ 34.577,89, em uma reparação econômica concedida pela 2.ª Vara Federal Cível do Distrito Federal.

No caso de se buscar responsabilizar os agentes pelo dano causado ao Erário, eles poderiam ser obrigados a indenizar o Estado por meio de uma ação regressiva, pois responderiam solidariamente pelo dano causado às famílias de vítimas de violência estatal, como a do jornalista Vladimir Herzog.

Messias estava ao lado de Ivo Herzog, filho do jornalista assassinado em 1975 sob tortura na sede do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército, em São Paulo. Os dois defenderam ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) apresse o julgamento sobre a Lei de Anistia a fim de que os agentes do regime possam ser processados também criminalmente por todos os delitos cometidos e não somente pela ocultação de cadáver.

A Corte já formou em fevereiro maioria no julgamento que verifica se podem ser punidos os agentes responsáveis pela ocultação de cadáver dos desaparecidos políticos. O argumento é de que se trataria de crime permanente, que continuaria sendo cometido no presente e, portanto, após a promulgação da Lei de Anistia, de 1979.

Desde 1978, por meio de uma ação declaratória a fim que a Justiça federal reconhecesse a responsabilidade do Estado pela morte de Herzog. "Eu conversei com a Clarice e disse a ele que entrasse com a ação por danos morais, mas ela foi enérgica dizendo que não queria indenização, pois 'se não vão dizer que é coisa de judeu'. Então fizemos a ação declaratória, que levou ao reconhecimento da responsabilidade do Estado para que a qualquer momento pudesse ser pedida a reparação", afirmou o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, e integrante da Comissão Arns.

Ivo Herzog afirmou que a família só se resolveu agora a pedir a indenização em razão da enfermidade que acometeu sua mãe, a fim de poder ter fundos com os quais será possível o tratamento médico. "Tenho certeza que a doença é consequência de tudo o que ela viveu", afirmou.

De acordo com ele, o processo de busca por Justiça para a família começou logo depois da morte de seu pai, quando sua mãe se recusou a aceitar a versão fraudulenta de suicídio com a qual os militares do 2.º Exército procuraram se eximir da responsabilidade pela morte de Herzog nas dependências do destacamento. Na época, um IPM concluiu que o preso se suicidara. Era mentira.

Há 15 anos, o Estadão entrevistou três veteranos do DOI-Codi - um oficial do Exército, um investigador e um tenente da PM - que confirmaram a morte sob tortura do jornalista, descrita como "um acidente de trabalho". Dois trabalhavam na Seção de Interrogatório e Análise e um na Seção de Investigação. Além deles, o então secretário da Segurança Pública da época, o coronel do Exército Erasmo Dias, confirmou em entrevista gravada que fraudou perícias a fim de encenar suicídios de presos no DOI do 2.º Exército. Herzog havia sido intimado a depor no DOI no âmbito da ofensiva do regime militar contra o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Após a conseguir que a Justiça Federal declarasse o estado brasileiro culpado pela morte de Herzog, a família buscou a condenação do Brasil na Corte Interamericano de Direitos Humanos, o que aconteceu em 2018. A decisão determinou que o Estado brasileiro adotasse medidas para que se reconhecesse, "sem exceção, a imprescritibilidade das ações emergentes de crime contra a humanidade".

Ou seja, a morte de Herzog não poderia ser alvo de anistia, nem o direito podia ser considerado prescrito. "Queríamos que o Estado brasileiro peça desculpas pelo que aconteceu. È difícil expressar a gratidão pelo acordo. A AGU propôs um acordo em vez de levar adiante uma ação que só prolongaria o sofrimento da minha mãe", disse Ivo Herzog. Messias respondeu que a assinatura do acordo com a família Herzog erra o dia mais importante de toda a sua gestão à frente da AGU.

A família agora programa um novo ato ecumênico na Catedral da Sé, a exemplo do realizado pelo em 1975 pelo então cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, em memória de Herzog. O ato deve ocorrer no próximo dia 25 de outubro e deve contar com a presença do atual cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer. "Faço um apelo ao ministro (Messias) que leve ao presidente Lula o convite para que venha à catedral", disse José Carlos Dias.

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O Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou tomar medidas legais contra a BBC devido à forma como um discurso que ele fez foi editado em um documentário exibido pela emissora nacional britânica.

O presidente da BBC, Samir Shah, pediu desculpas na segunda-feira, 11, pelo "erro de julgamento", que desencadeou as demissões do principal executivo da emissora e de seu chefe de notícias.

O Diretor-Geral Tim Davie e a chefe de notícias Deborah Turness renunciaram no domingo, 09, devido a acusações de parcialidade e edição enganosa de um discurso que Trump proferiu em 6 de janeiro de 2021, antes de uma multidão de seus apoiadores invadir o Capitólio, em Washington.

Uma carta do advogado de Trump, Alejandro Brito, exige que a BBC "retraia as declarações falsas, difamatórias, depreciativas e inflamadas", peça desculpas e "compense adequadamente o presidente pelo dano causado", ou enfrente uma ação legal de US$ 1 bilhão em danos.

A BBC disse que revisaria a carta "e responderia diretamente no devido tempo".

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Pelo menos oito pessoas morreram e 19 ficaram feridas quando um carro explodiu no centro da capital da Índia, Nova Délhi, nesta segunda-feira, 10, informou o corpo de bombeiros da cidade. A explosão foi perto do histórico Forte Vermelho, um importante ponto turístico. A causa está sendo investigada.

A explosão, que provocou um incêndio que danificou vários veículos estacionados nas proximidades, ocorreu perto de um dos portões da estação de metrô do Forte Vermelho, informou o Corpo de Bombeiros.

O comissário de polícia da capital, Satish Golcha, declarou aos jornalistas que um veículo que circulava lentamente parou em um semáforo fechado e explodiu. Pelo menos seis automóveis, bem como vários táxis motorizados 'tuk tuk', foram atingidos no incidente.

O edifício do hospital localizado nas proximidades foi isolado em meio a uma forte presença policial. Familiares angustiados se reuniram do lado de fora do prédio.

Musarrat Ansari disse que seu irmão ficou ferido depois que um veículo em chamas colidiu com a motocicleta em que ele estava. "Ele me ligou e disse que tinha machucado a perna e que não conseguia andar", declarou à AFP.

A explosão ocorreu no início da tarde, quando as pessoas estavam voltando do trabalho, perto do metrô no movimentado bairro de Old Delhi.

A polícia não forneceu mais detalhes, mas informou que a investigação está sendo conduzida pela Agência Nacional de Investigação, a agência federal indiana de investigação de terrorismo, e outras agências.

O governo informou que o aeroporto internacional de Nova Délhi, as estações de metrô e os prédios governamentais foram colocados em alerta máximo de segurança após a explosão.

Antigo palácio imperial, o Forte Vermelho é uma importante atração turística na parte antiga da capital. O monumento do século XVII é uma das atrações turísticas mais importantes da Índia. Localizado a 6 Km do Parlamento, é onde os primeiros-ministros indianos fazem seus discursos anuais do Dia da Independência, em 15 de agosto.

Imagens da mídia local mostraram veículos danificados e um cordão policial no local.

Om Prakash Gupta, uma testemunha que mora perto do local, disse que estava em casa quando ouviu uma forte explosão. "Saí correndo com meus filhos e vi vários veículos em chamas, partes de corpos por toda parte", disse ele à Associated Press.

O Ministro do Interior, Amit Shah, disse à imprensa local que o carro era um Hyundai i20 que explodiu perto de um semáforo próximo ao Forte Vermelho. Ele afirmou que as imagens das câmeras de segurança da região farão parte da investigação.

"Estamos explorando todas as possibilidades e conduziremos uma investigação minuciosa, levando em consideração todas as hipóteses", disse Shah. "Todas as opções serão investigadas imediatamente e apresentaremos os resultados ao público."

O primeiro-ministro, Narendra Modi, disse em uma publicação na rede social X: "Meus sentimentos àqueles que perderam entes queridos na explosão em Délhi no início desta noite. Que os feridos se recuperem o mais rápido possível."

*Com informações de agências internacionais.

O deposto presidente conservador da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, enfrenta mais acusações criminais, já que os promotores alegaram nesta segunda-feira, 10, que ele ordenou voos de drones sobre a Coreia do Norte em uma tentativa deliberada de aumentar as tensões e justificar seus planos de declarar lei marcial.

Yoon desencadeou a crise política mais séria na história recente da Coreia do Sul quando impôs lei marcial em 3 de dezembro de 2024 e enviou tropas para cercar a Assembleia Nacional. Ele foi posteriormente sofreu impeachment e foi removido do cargo. Yoon está preso sendo julgado por acusações que incluem a orquestração de uma rebelião.

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.