MTST invade Itaú na Faria Lima para pedir taxação de alta renda

Política
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo invadiram na manhã desta quinta-feira, 3, o prédio do Itaú BBA na Avenida Faria Lima, zona sul da capital paulista, após uma manifestação em frente ao local contra o Congresso e favor da taxação da alta renda.

 

Procurada pela reportagem, a assessoria do Itaú disse que não comentaria.

 

Os dois movimentos sociais são ligados ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que defendeu a invasão. "O recado do povo é claro: o Brasil precisa de justiça tributária", escreveu em seu perfil no X, ao compartilhar fotos dos manifestantes. Boulos estava em São Paulo para participar de audiência pública na Assembleia Legislativa sobre projeto que beneficia entregadores de aplicativos.

 

A Faria Lima é o principal símbolo do mercado financeiro do Brasil. "Ocupamos o saguão do edifício de R$ 1,5 bilhão, o mais caro do Brasil na Faria Lima, exigindo justiça tributária, inclusão dos milionários no Imposto de Renda e do povo no orçamento", afirmou a Frente Povo Sem Medo nas redes sociais. Cartazes dos manifestantes mostravam frases como "o povo não vai pagar a conta" e "acabou a mamata".

 

Embate

 

A invasão de ontem ocorre em meio ao acirramento da tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nesta semana, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Legislativo que derrubou o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumenta o imposto.

 

Nesta quarta, 2, em Salvador (BA), Lula exibiu um cartaz que pedia a "taxação dos super ricos". Como mostrou o Estadão, o governo vai dobrar a aposta e fazer uma nova disputa política com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antecipando o tom da campanha eleitoral de 2026. Depois de ressuscitar o "nós contra eles", a ideia é jogar a opinião pública contra as pessoas das classes mais altas. Na narrativa elaborada pelo Planalto e pelo PT, essa classe social representa apenas 1% e conspira contra os demais 99% que querem "justiça tributária".

 

Lula será o "motor" do discurso de que, para manter as contas públicas equilibradas, o governo vai taxar "quem sempre pagou pouco ou quase nada". Todos os ministros foram orientados a bater na mesma tecla, sem se importar com o impacto do enfrentamento com o Congresso.

 

Nessa ofensiva, o PT criou a campanha "Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets" - o mote apareceu na manifestação de ontem.

 

O PT também convocou influenciadores digitais para reforçar a nova estratégia. Com apoio do Planalto, a cúpula do partido reuniu cerca de 270 criadores de conteúdo e apoiadores para impulsionar a campanha "Taxação BBB".

 

Oposição

 

Nas redes sociais, a invasão ao prédio do Itaú repercutiu principalmente entre os oposicionistas, que compararam o episódio ao 8 de Janeiro, quando radicais depredaram as sedes do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, em protesto contra o resultado da eleição de 2022.

 

"A invasão de propriedade privada na Faria Lima que ocorre em São Paulo condenará os autores a mais de 10-15-18 anos de cadeia?", declarou o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

 

"Este é o retrato da atual esquerda no Brasil. Não produzem e não geram riqueza para o nosso país. Apenas geram balbúrdia e caos", escreveu o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) publicou vídeo dos manifestantes invadindo o prédio e escreveu: "Terrorismo político".

 

O senador Rogério Marinho (PL-RN) repudiou a manifestação e afirmou que se trata de estratégia do PT para espalhar o discurso do "nós contra eles". "O PT reedita estratégia do ódio, dividir o País em dois. Pobres contra ricos, pretos contra brancos, patrões contra trabalhadores. Esse é um filme ruim a que estamos assistindo de novo, e já sabemos o final: quem perde é o Brasil."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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