Para Lula, no Brasil, Trump 'estaria sendo processado, como o Bolsonaro'

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. O petista concedeu nesta quinta-feira, 10, entrevistas à TV Record e ao Jornal Nacional, da TV Globo.

 

"O ex-presidente da República (Jair Bolsonaro) deveria assumir a responsabilidade, porque ele está concordando com a taxação do Trump ao Brasil. Aliás, foi o filho dele (Eduardo Bolsonaro) que foi lá fazer a cabeça do Trump, que começa uma carta tentando fazer um julgamento de um processo que está na mão da Suprema Corte, um processo que não tem julgamento político", declarou Lula à Record.

 

Durante a entrevista, o presidente exigiu respeito à Justiça nacional. Lula ressaltou que os pedidos de Eduardo de interferências e sanções ao Supremo Tribunal Federal (STF) - tentando conseguir anistia para seu pai na ação penal na qual o ex-presidente é réu sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado - são um ataque à soberania do País.

 

"Se o que o Trump fez no Capitólio ele tivesse feito no Brasil, ele estaria sendo processado, como o Bolsonaro, e com risco de ser preso", declarou o petista.

 

O presidente disse ainda que pensou que a carta de Trump que comunicou a taxação fosse falsa, uma vez que o documento foi enviado via a rede social que pertence ao político.

 

O texto, redigido pelo americano, cita decisões judiciais brasileiras que pedem remoção de conteúdo de plataformas dos EUA e as classifica como "ordens de censura secretas e ilegais". Sobre isso, Lula disse que, "no Brasil, quem estabelece as regras é o Congresso e o Poder Judiciário". "Ele (Trump) não pode ficar dizendo que o Brasil não pode fazer nada com as empresas que não respeitam a legislação."

 

Cristina kirchner

 

Ao Jornal Nacional, Lula classificou a medida dos EUA como "inaceitável" e uma "intromissão" no Brasil. "Isso aqui tem Justiça e a gente está fazendo um processo com presunção de inocência", afirmou o presidente, que foi questionado também pela visita que fez recentemente à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner.

 

Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar, condenada por corrupção, recebeu a visita de Lula durante a cúpula do Mercosul, em Buenos Aires. A iniciativa do petista foi considerada também por críticos como uma intromissão nos assuntos internos do país vizinho. O presidente brasileiro destacou que obteve autorização da Justiça da Argentina para o encontro. "Fui fazer uma visita humanitária", afirmou Lula.

 

Decano do STF, o ministro Gilmar Mendes defendeu na noite de ontem a atuação da Corte e disse que o Brasil representa um capítulo inédito "na história da resistência democrática". O ministrou publicou nota nas redes sociais. Segundo ele, as decisões judiciais no estado democrático de direito são respostas "aos riscos factuais de violação da ordem jurídica".

 

Na carta que anunciou a tarifa contra o Brasil, Trump disse que Bolsonaro é vítima de uma "caça às bruxas" e que o STF emitiu "centenas de ordens de censura" contra plataformas de mídia social dos Estados Unidos.

 

Gilmar defendeu as ações do STF argumentando que nenhuma outra democracia contemporânea enfrentou ataques aos três Poderes como o Brasil. "Uma tentativa de golpe de Estado em plena luz do dia, orquestrada e planejada por grupos extremistas que se valeram indevidamente da imunidade irrestrita das redes sociais", escreveu o ministro no X.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Bolívia e os Estados Unidos normalizarão suas relações diplomáticas e em breve trocarão embaixadores, anunciaram o novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, e o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau.

Ambos reuniram-se após a cerimônia de posse de Paz, na Bolívia, e anunciaram o início de uma nova era nas relações diplomáticas entre os dois países. "É inusitado que não tenhamos tido embaixadores. É um passo importante e espero que possamos anunciá-los muito em breve", disse Landau, o diplomata americano de mais alto escalão que viajou ao país nos últimos anos.

O último embaixador norte-americano na Bolívia foi expulso em 2008 pelo então presidente boliviano Evo Morales, que acusou suposta espionagem interna e depois retirou do país a Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, também na sigla em inglês).

Landau, que foi embaixador de seu país no México, anunciou ainda que Washington está disposto a cooperar em vários campos com o novo governo boliviano. "O presidente Paz expressou seu interesse em manter uma boa relação com os Estados Unidos. De forma recíproca também queremos boas relações e estou certo de que assim o faremos", afirmou.

Paz, por sua vez, abriu a possibilidade de um possível retorno à DEA. "Todas as instituições não só dos Estados Unidos, mas de países fronteiriços que queiram trabalhar com a Bolívia para fazer um país mais seguro contra ilícitos, estarão e nós estaremos vinculados a essas nações", disse em coletiva de imprensa conjunta.

Na semana passada, antes de assumir o cargo, Paz viajou aos Estados Unidos para se reunir com organizações financeiras internacionais e buscar apoio para tirar seu país da pior crise econômica em quatro décadas.

Durante o governo de Morales (2006-2019) e de Luis Arce (2020-2025), a Bolívia se desvinculou dos Estados Unidos para fazer parte da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) junto a Cuba, Nicarágua e Venezuela, cujo bloco suspendeu este país andino após as aproximações de Paz com Washington.

Um terremoto com magnitude de 6,9 atingiu o norte do Japão neste domingo, 09, seguido por vários outros tremores, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Um aviso de tsunami de até um metro ao longo da costa da região foi emitido.

O terremoto ocorreu na costa, na região de Iwate, a uma profundidade de 16 quilômetros abaixo da superfície do mar, às 17h03, horário do Japão. Não há relatos de feridos ou danos, nem quaisquer relatos de anomalias nas duas usinas nucleares da área, até o momento. De acordo com a agência japonesa, a área estava sob risco de fortes terremotos há cerca de uma semana, especialmente nos próximos dois ou três dias.

Um tsunami de cerca de 10 centímetros foi detectado, chegando a 20 centímetros na área costeira de Kuji. Ondas de tsunami que ocorrem após terremotos podem continuar por algumas horas depois, atingindo a costa repetidamente, e aumentar com o tempo. Trens-bala na área foram temporariamente atrasados, de acordo com a operadora ferroviária JR East. Cortes de energia também ocorreram.

Apesar do alerta, um funcionário da agência afirmou que nada indica que a ocorrência se assemelhe à ocorrida em Fukushima, em março de 2011, que matou quase 20 mil pessoas, e danificou severamente uma estação nuclear. O Japão, que está localizado no "anel de fogo" do Pacífico, é um dos países mais propensos a terremotos no mundo.

A sessão de fim de semana do Senado americano para acabar com o shutdown mostrou poucos sinais de progresso neste sábado, já que o desejo do líder da maioria no Senado, John Tune, por uma votação rápida não se concretizou.

O shutdown, que já dura 39 dias, está afetando cada vez mais o país, com trabalhadores federais sem receber salários, companhias aéreas cancelando voos e benefícios de vale-alimentação atrasados para milhões de americanos.

A sessão deste sábado começou de forma conturbada, visto que o presidente Donald Trump já havia deixado claro que é improvável que ele faça concessões com os democratas, que buscam prolongar em um ano os benefícios fiscais do Obamacare. Trump disse nas redes sociais que é "o pior sistema de saúde em qualquer lugar do mundo" e sugeriu que o Congresso envie dinheiro diretamente para as pessoas adquirirem seguros.

Thune disse que a proposta de Trump não faria parte de uma solução para acabar com o shutdown, mas acrescentou que "é uma discussão que o presidente e todos nós queremos ter".

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.