Dino determina que União pague indígenas do Xingu impactados por usina de Belo Monte

Política
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou um prazo de dez dias para que a União pague as compensações financeiras devidas aos povos indígenas impactados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A decisão foi assinada na última quarta-feira, 24.

 

Em março deste ano, o ministro ordenou em pedido liminar, ou seja, de caráter provisório, que os povos originários da região do Rio Xingu afetada pela usina recebam "100% do valor atualmente repassado à União" pela operadora, a empresa Norte Energia, como compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos envolvidos.

 

O ministro verificou que a Norte Energia fez três pagamentos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): de R$ 32.757.103,62, em março deste ano, de R$ 40.429.763,66, em abril, e de R$ 47.135.927,12, em maio.

 

Para obrigar que os repasses sejam feitos à população indígena, o STF determinou que a União comprove o depósito das quantias recebidas e crie uma conta bancária exclusiva para os valores de compensação devidos aos povos originários. A partir de 1º de outubro, a própria Norte Energia deverá depositá-los diretamente nessa conta.

 

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou ao Estadão que "está estudando a melhor forma de dar cumprimento, no menor tempo possível, às determinações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, levando em conta aspectos orçamentários e a melhor forma de atendimento aos direitos das comunidades indígenas".

 

Segundo o órgão, os estudos são realizados em conjunto com a Casa Civil e os ministérios dos Povos Indígenas (MPI), do Planejamento e Orçamento (MPO) e de Minas e Energia (MME).

 

O caso chegou ao STF por meio do Mandado de Injunção (MI) 7.490, instrumento utilizado para "solucionar lacuna legislativa" quando a falta de uma norma regulamentadora inviabiliza algum direito ou garantia. "A cidadania indígena é vulnerada quando atividades econômicas impactam os seus territórios sem suas participações, inclusive nos resultados", escreveu Flávio Dino.

 

Conforme a Constituição Federal de 1988, a exploração de recursos em terras indígenas só pode ser realizada sob condições previstas em lei, assim como as especificações sobre a participação dos povos nos resultados desse uso de recursos naturais, mas essas leis ainda não existem. Na medida liminar de março, a Corte estabelece o prazo de 24 meses para que o Congresso Nacional legisle sobre o tema.

 

Desde o início da operação de Belo Monte, em 2015, os indígenas relatam diminuição drástica da vazão do Rio Xingu em trechos da Volta Grande, mortandade de peixes, dificuldade de navegação, insegurança alimentar e aumento de problemas de saúde e violência na região.

 

Entre as possibilidades previstas pelo STF para o repasse da participação nos resultados estão um incremento do Bolsa-Família no território afetado; projetos de produção sustentável; melhoria da infraestrutura educacional e sanitária nos territórios indígenas; segurança dos territórios e projetos de reflorestamento.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a crise do fentanil "nunca se encerrará" na fronteira com o Canadá, mas mencionou que os canadenses têm feito um bom trabalho no tema, ao realizar comentários para jornalistas ao lado do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, nesta terça-feira. O fluxo de fentanil foi um dos motivos justificados pelo republicano para impor tarifas contra o país vizinho.

Trump defendeu que, apesar de negociações e conversas, as tarifas entre os EUA e o Canadá serão mantidas, e pontuou que os dois países estão trabalhando juntos no sistema de proteção aérea "domo de ouro". Segundo ele, é possível renegociar acordo do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) ou fazer "negociações diferentes".

"Acredito que Carney sairá daqui muito feliz; há muitas coisas nas quais estamos trabalhando", afirmou Trump, ao mencionar que os EUA tratarão o Canadá "de maneira justa, assim como todos os outros países". "Os canadenses vão nos amar de novo; muitos deles ainda nos amam", acrescentou.

Dentre os comentários, o republicano também informou que irá se encontrar com o presidente da China, Xi Jinping, na Coreia do Sul "em algumas semanas".

Mais de 200 alpinistas ainda estão presos no Monte Everest nesta terça-feira, 7, após uma nevasca atingir a região no último sábado, 4. Eles caminham com a ajuda de guias até um ponto de encontro, onde receberão o atendimento necessário, de acordo com a emissora estatal CCTV. O grupo passou a noite de segunda-feira, 6, em tendas a uma altitude de mais de 4,9 mil metros.

Outras 350 pessoas que também ficaram presas no sábado já conseguiram sair. O alpinista Eric Wen estava nesse grupo e disse ao jornal South China Morning Post que nunca tinha passado por algo tão difícil antes.

"A cada 10 minutos, nós tínhamos que limpar a neve da barraca, porque, se não, o peso da neve pesada iria destruí-la", afirmou. Ele também disse que as pessoas tiveram que ficar próximas para se aquecerem no frio congelante.

Outro alpinista, identificado pelo jornal Xiaoxiang Morning Herald apenas como Dong, afirmou que a neve começou a cair na tarde de sábado e que a situação piorou durante a madrugada de domingo, 5. "Nunca vi uma tempestade com tanta neve e relâmpago", disse.

O Everest tem 8,9 mil metros de altura e fica entre a China e o Nepal. A região estava movimentada no final de semana devido ao feriado de oito dias do Dia Nacional da China. Com informações da Associated Press.

O governo de Donald Trump enfrenta novas ações judiciais após autorizar o envio de tropas da Guarda Nacional a Chicago e Portland, contrariando as autoridades locais. Illinois e a cidade de Chicago processaram o presidente dos EUA nesta segunda-feira, 6, afirmando que a medida é "ilegal e perigosa". O governador JB Pritzker acusou Trump de "usar nossos militares como peças políticas" em uma tentativa de "militarizar as cidades do país".

O caso segue movimentos semelhantes na Califórnia e em Oregon, onde uma juíza federal suspendeu no fim de semana o envio de tropas ordenado por Trump. A governadora Tina Kotek chamou a decisão de "violação da soberania estadual". A Casa Branca, por sua vez, justificou as mobilizações citando "distúrbios violentos e anarquia" que governos locais não teriam conseguido conter.

Em Chicago, cresce o temor de uso excessivo da força e de perfil racial em operações migratórias. Agentes federais atiraram no sábado contra uma mulher armada após serem cercados por veículos - episódio que reacendeu críticas à repressão em bairros latinos.

Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas federais a dez cidades. Em 2023, o assessor Stephen Miller havia defendido empregar a Guarda Nacional em estados democratas que resistissem às políticas de deportação em massa. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.