PF pede ao Supremo para ouvir Valdemar Costa Neto sobre 'minuta do golpe'

Política
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A Polícia Federal (PF) pediu nesta terça-feira, 31, para tomar o depoimento o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, sobre a minuta para decretar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O documento foi apreendido na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, no inquérito sobre os atos golpistas que ocorreram no dia 8 de janeiro na Praça das Três Poderes. A autoria ainda é desconhecida. Torres nega ter escrito o rascunho de decreto.

O texto previa a intervenção de uma comissão formada majoritariamente por representantes do Ministério da Defesa, além do então presidente Jair Bolsonaro (PL), no TSE. O objetivo seria anular a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O delegado Raphael Soares Astini pediu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para marcar o depoimento de Valdemar. O ofício cita entrevistas em que o político admitiu ter recebido e descartado propostas golpistas.

"Em recente entrevista a veículos jornalísticos, o Sr.Valdemar Costa Neto, presidente do partido político PL, disse que chegou a receber várias propostas, documentos que supostamente poderiam questionar/alterar no TSE o resultado eleitoral e que teve o cuidado de triturar tais documentos", justificou o delegado.

O TSE chegou a multar o PL, partido de Bolsonaro, em R$ 22,9 milhões depois que a legenda pediu a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas alegando que houve 'mau funcionamento' do sistema.

As investidas de Valdemar Costa Neto também levaram Moraes, que preside do TSE, a abrir uma investigação na Corregedoria-Geral Eleitoral para verificar se o político usou indevidamente a estrutura do partido para atacar 'tumultuar o regime democrático brasileiro'.

O presidente do PL também foi incluído como investigado no chamado inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal e mira a atuação de grupos organizados na internet para espalhar notícias falsas e ataques antidemocráticos.

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, confirmou nesta terça-feira, 1, que autoridades russas e americanas estão organizando um novo encontro para discutir temas sensíveis, como a retomada da Iniciativa do Mar Negro e os entraves ao funcionamento das embaixadas. A declaração foi dada após uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, na qual Lavrov abordou a evolução das relações com Washington.

Lavrov afirmou que a Rússia tem cumprido "rigorosamente o cessar-fogo" firmado em 18 de março entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump. No entanto, acusou a Ucrânia de continuar atacando infraestruturas energéticas russas. "O moratório não está sendo respeitado, pois instalações energéticas da Federação Russa continuam sofrendo ataques, com, no máximo, pausas de um ou dois dias", declarou.

O chanceler lembrou que, no dia do acordo, sete drones ucranianos foram interceptados. "Desde então, temos seguido esse acordo com o presidente Trump de maneira integral", disse. Segundo Lavrov, a lista de violações foi enviada ao conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz.

Outro tema em pauta é a retomada da Iniciativa do Mar Negro, que busca viabilizar a exportação de grãos e fertilizantes russos. "Reconhecemos positivamente a disposição dos EUA em remover os obstáculos criados por sanções unilaterais ilegais", afirmou. No entanto, cobrou medidas concretas: "Agora, não queremos mais promessas vazias, mas sim acesso garantido aos portos, condições normais de frete e seguro".

As restrições ao funcionamento das embaixadas em Moscou e Washington também estão na mesa de negociações. Lavrov responsabilizou a administração Obama pelos entraves e disse que Moscou apenas reagiu com "reciprocidade". Ele mencionou uma reunião já realizada em Istambul e a preparação de um segundo encontro. "Vemos sinais de progresso", afirmou, sem dar detalhes.

A União Europeia (UE) alertou, em comunicado, que "os exercícios militares de grande escala da China ao redor de Taiwan estão aumentando as tensões no Estreito". O Serviço Europeu de Ação Externa, órgão diplomático do bloco, ressaltou que a paz e a estabilidade na região são de "importância estratégica" para a segurança e a prosperidade globais.

"A UE tem um interesse direto na preservação do status quo no Estreito de Taiwan. Nos opomos a quaisquer ações unilaterais que alterem esse status quo por meio da força ou coerção", afirma a nota. O bloco pede que todas as partes ajam com "moderação" e evitem medidas que possam agravar ainda mais as tensões, "que devem ser resolvidas por meio do diálogo entre as duas margens do Estreito".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta terça-feira, 1, em uma publicação na Truth Social, que teve uma conversa via telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, e que a ligação "correu muito bem". De acordo com o republicano, os líderes discutiram vários tópicos, entre os quais o "tremendo progresso militar" americano contra os Houthis, do Iêmen, além de possíveis soluções para a Faixa de Gaza.