Em crise, Patriota pode ter convenção anulada

Política
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A briga no Patriota ganhou mais um capítulo e virou uma crise política que bate à porta do Palácio do Planalto. Agora, em um despacho de apenas duas folhas, o Cartório do Primeiro Ofício de Notas do Distrito Federal abriu caminho para anular a polêmica convenção do partido, realizada no último dia 31. O presidente Jair Bolsonaro negocia a filiação ao Patriota para abrigar sua candidatura ao segundo mandato, em 2022, e já chamou uma reunião com aliados, na próxima semana, para avaliar o seu destino político.

A nota de exigência emitida ontem pelo cartório diz que a cúpula do partido deve apresentar em 30 dias documentos para provar que houve quórum qualificado na convenção que mudou o estatuto e deu sinal verde à filiação de Bolsonaro e de seu filho, o senador Flávio. Dias antes da convenção, o presidente do Patriota, Adilson Barroso, já havia destituído quatro delegados, fazendo as substituições dos dirigentes por nomes simpáticos a seu plano, de acordo com ação que o grupo dissidente encaminhou à Justiça.

O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, foi um dos que assinaram a petição contra o que chamou de "golpe" promovido por Barroso para filiar a família Bolsonaro. "Entendemos que as manobras feitas pelo atual presidente do partido não atendiam a legislação vigente, tornando a suposta convenção nula de pleno direito", disse Resende.

Para registrar a ata da convenção do dia 31, o cartório faz nove exigências. Entre elas está "esclarecer a eventual não satisfação de quórum qualificado para instalação e deliberação acerca da 'adequação e alteração do estatuto nacional do Patriota'". Além disso, a nota pede ao partido que, "caso tenha havido eventual destituição de algum delegado eleito para mandato de quatro anos, na Assembleia de 07/11/2018", apresente documentação correspondente às substituições.

Na prática, desde que Bolsonaro fracassou na tentativa de pôr de pé o Aliança pelo Brasil e anunciou o namoro com o Patriota, após tentar entrar em outros oito partidos, o racha ali só tem aumentado. Ao mesmo tempo, quase 30 dos 52 deputados da bancada do PSL - antiga sigla do presidente - ameaçam deixar a legenda e acompanhá-lo na nova casa, que hoje vive um imbróglio jurídico.

Flávio já assinou a ficha de filiação no Patriota, mas Bolsonaro ainda não. Ao que tudo indica, a briga ainda terá muitos episódios nessa temporada que antecede a eleição de 2022.

De um lado, a cúpula do PSL não está disposta a perder estrutura, dinheiro e cargos de liderança na Câmara, como deve ocorrer se a debandada se concretizar. De outro, uma ala do Patriota promete ir até o fim na disputa judicial pelo comando do partido, que também chegou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"O atual presidente do Patriota usou a vinda da família Bolsonaro para dar um golpe no partido", afirmou o secretário-geral do Patriota, Jorcelino Braga, numa referência a Barroso. "Mas vamos até a última instância da Justiça. Todos nós temos mandato de quatro anos, até 2022".

Barroso nega as irregularidades apontados pelos dirigentes. "Estou tentando acalmar os correligionários. É melhor um mau acordo do que uma boa briga", resumiu. O Estadão apurou que aliados de Barroso já admitem até mesmo fazer outra convenção. "Só tem uma coisa: o estatuto diz que os delegados têm mandato, mas podem ser trocados a qualquer momento. Espero que dê tudo certo porque trazer Bolsonaro para o Patriota é um grande milagre. O problema é que esse pessoal do racha está apavorado, não quer dividir o doce de leite em dez", provocou Barroso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.