MPF denuncia major Curió pelo assassinato de Pedro Carretel no Araguaia

Política
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O Ministério Público Federal denunciou o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, pelo homicídio qualificado e ocultação do cadáver de Pedro Pereira de Souza, conhecido como Pedro Carretel, integrante da guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar. Segundo a Procuradoria, trata-se da sétima ação movida contra o militar que comandou o combate aos guerrilheiros. Em 2020, ele foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

O assassinato de Pedro Carretel ocorreu no início de 1974, no sudeste do Pará. Na época, ele já tinha se entregado aos militares, estava preso e era obrigado a trabalhar como guia do Exército nas matas da região. Segundo a Procuradoria, um grupo chefiado por Curió levou o guerrilheiro de uma base militar conhecida como Casa Azul, em Marabá, até uma fazenda em Brejo Grande do Araguaia, e executou o preso a tiros enquanto ele estava sentado e de mãos amarradas.

A denúncia indica que os demais membros das Forças Armadas que auxiliaram Curió a matar o guerrilheiro ainda não foram identificados ou já estão falecidos. O corpo foi ocultado e os restos mortais não foram encontrados até o momento, registra a ação, assinada por sete procuradores da República integrantes da Força Tarefa Araguaia.

A peça ajuizada no último dia 9, é a décima denúncia contra militares por crimes na repressão à guerrilha, diz o MPF. "No total, já são sete denúncias pelos assassinatos de dez opositores à ditadura, duas denúncias pelo sequestro e cárcere privado de seis vítimas, e uma denúncia por falsidade ideológica, explicou a Procuradoria em nota.

A denúncia registra que dados oficiais, relatórios e investigações apontam que a repressão política à guerrilha do Araguaia foi responsável por quase um terço do número total de desaparecidos políticos no Brasil.

Para o Ministério Público Federal, 'o extermínio dos guerrilheiros decorria de diretrizes padronizadas e planejadas pelo Exército, e não de excessos pontuais ou casos isolados'. Os procuradores frisam que 'as práticas criminosas traduziam a política estatal que determinou o comportamento dos agentes militares no Araguaia'.

"Essas práticas foram especialmente violentas durante a terceira e mais sangrenta fase de combate à guerrilha, batizada de operação Marajoara, da qual Pedro Carretel foi uma das vítimas. Essa campanha militar ficou caracterizada pela eliminação definitiva dos guerrilheiros, mesmo quando rendidos ou presos com vida, e pela forte repressão aos moradores locais como forma de obter informações e impedir a perpetuação da guerrilha", explicou o órgão em nota.

De acordo com os procuradores, na operação Marajoara houve o 'deliberado e definitivo abandono do sistema normativo vigente, decidindo-se pela adoção sistemática de medidas ilegais que visavam, notadamente, o desaparecimento forçado dos opositores'.

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Mark Carney, ex-presidente dos bancos centrais da Inglaterra e do Canadá, foi escolhido neste domingo, 9, como o novo líder do Partido Liberal e primeiro-ministro do Canadá. Ele sucederá Justin Trudeau, que renunciou ao cargo no dia 6 de janeiro.

Carney venceu a disputa com 85,9% dos votos.

Ele concorreu contra Chrystia Freeland, ex-ministra das Finanças e vice-primeira-ministra (8% dos votos); Karina Gould, que foi líder da Câmara (3,2% dos votos); e Frank Baylis, ex-membro do parlamento (3% dos votos).

As informações foram divulgadas no período da noite (de Brasília) deste domingo durante transmissão ao vivo do Partido Liberal.

A secretária de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos, Kristi Noem, anunciou neste domingo, 9, novas lideranças na agência encarregada da fiscalização da imigração, além de prometer intensificar os testes de detector de mentiras em funcionários para identificar aqueles que podem estar vazando informações sobre operações para a mídia.

Todd Lyons, ex-diretor assistente de operações de campo do braço de fiscalização da agência, atuará como diretor interino da Imigração e Alfândega (ICE).

Madison Sheahan, secretária do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana e ex-assessora de Noem quando ela era governadora de Dakota do Sul, foi escolhida para ser a vice-diretora da agência.

"As autoridades que tenho sob o Departamento de Segurança Interna são amplas e extensas e planejo usar cada uma delas para garantir que estamos seguindo a lei, que estamos seguindo os procedimentos em vigor para manter as pessoas seguras e que estamos garantindo que estamos cumprindo o que o presidente Trump prometeu", disse Noem ao programa de televisão Face the Nation, da CBS.

Embora esses exames de polígrafo normalmente não sejam admissíveis em processos judiciais, eles são frequentemente usados por agências federais de segurança pública e para autorizações de segurança nacional.

"O Departamento de Segurança Interna é uma agência de segurança nacional", disse a porta-voz do DHS Tricia McLaughlin em uma declaração. "Podemos, devemos e faremos o polígrafo do pessoal."

Autoridades da Casa Branca já expressaram frustração com o ritmo das deportações, culpando em parte os vazamentos recentes que revelaram cidades onde as autoridades planejavam conduzir operações. Fonte: Associated Press

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou uma isenção de sanções que permitia ao Iraque comprar gás e energia elétrica do Irã, informaram autoridades norte-americanas neste final de semana, intensificando uma campanha de pressão sobre Teerã e complicando os laços com um importante parceiro dos EUA na região.

A isenção foi renovada pelo próprio Trump em seu primeiro mandato e pelo ex-presidente Joe Biden a cada quatro meses durante anos e permitiu que o Iraque atendesse às suas necessidades imediatas comprando eletricidade e gás usado para gerá-la de seu vizinho.

A decisão ilustra como o novo governo Trump está dispensando convenções de política externa que ele próprio havia seguido em anos anteriores, às vezes gerando ansiedade em aliados enquanto busca seus objetivos geopolíticos.

Em fevereiro, Trump restaurou o que ele chama de política de pressão máxima sobre o Irã, aplicando sanções econômicas severas em um esforço para impedir o país de desenvolver uma arma nuclear, restringir seu programa de mísseis balísticos e reduzir ainda mais sua influência na região.

"O presidente Trump deixou claro que o regime iraniano deve cessar suas ambições por uma arma nuclear ou enfrentar Pressão Máxima", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, James Hewitt, quando questionado sobre a decisão. "Esperamos que o regime coloque os interesses de seu povo e da região à frente de suas políticas desestabilizadoras."

O Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e que não será forçado a negociar. Para o Iraque, a decisão chega num momento precário, quando o governo em Bagdá está lidando com a agitação no Oriente Médio.

O Iraque, rico em petróleo, melhorou sua infraestrutura elétrica nos últimos anos, diminuindo a dependência da eletricidade iraniana. Em 2023, as importações do Irã responderam por apenas 4% do consumo de eletricidade no Iraque, de acordo com a Embaixada dos EUA em Bagdá.

O presidente do Comitê Parlamentar de Finanças do Iraque, Atwan Al-Atwani, disse neste domingo que o Iraque pretende atingir a autossuficiência energética, mas que completar essa tarefa levará alguns anos.

Após uma reunião com o embaixador dos EUA em Bagdá, ele pediu a Washington que reconsiderasse suas políticas de pressão sobre o Irã, de acordo com a agência de notícias estatal iraquiana.

Uma porta-voz da Embaixada dos EUA em Bagdá disse que a decisão de rescindir a isenção de eletricidade estava alinhada à campanha de pressão sobre o Irã.

"Isso garante que não permitiremos ao Irã nenhum grau de alívio econômico ou financeiro", disse a porta-voz sobre a decisão. "Pedimos ao governo iraquiano que elimine sua dependência de fontes iranianas de energia o mais rápido possível", disse ela. Fonte: Dow Jones Newswires