O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi interrompido por um discurso antivacina enquanto pregava a união da direita em um evento em Belo Horizonte, neste sábado, 23.O episódio ocorreu em uma palestra na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora, na sigla em inglês), evento que reúne conservadores e políticos da direita, na maioria apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"No ano que vem, eleição municipal, temos de eleger bons vereadores e bons prefeitos aqui em Minas e em todo Brasil e a direita precisa trabalhar unida, nós temos de estar juntos, não podemos...", disse o governador, sendo interrompido em seguida.
Zema estava encaminhando sua fala para o final quando uma mulher da plateia disse que foi demitida da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) por não ter tomado a vacina contra a covid-19. O governador não respondeu ao protesto e encerrou sua fala agradecendo.
Na sequência, o mediador da conferência subiu ao palco e elogiou o político como um gestor "respeitado" e com "trabalho reconhecido pelo público". "Eu tenho dito que a direita tem de arrumar o bom candidato e todos vamos apoiar o bom candidato", afirmou o governador, em sua resposta derradeira.
As imagens foram transmitidas nas redes oficiais do evento. Na pandemia de covid-19, Zema defendeu a vacinação e tomou quatro doses do imunizante, fazendo questão de mostrar seu ato publicamente, contrariando a postura do ex-presidente Bolsonaro na crise sanitária.
Em entrevista ao Estadão, no início de agosto, o governador havia defendido uma união da direita contra a esquerda nas eleições de 2026. Além disso, anunciou uma frente de Estados do Sul e do Sudeste para buscar protagonismo e evitar perdas contra Norte e Nordeste, provocando críticas de governadores e políticos dessas regiões.
Ele próprio é um dos pré-candidatos apontados para a disputa à Presidência,assim como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). "Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes, aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário", disse Zema.
Zema defende União da direita e é interrompido por discurso antivacina em evento conservador
Tipografia
- Pequenina Pequena Media Grande Gigante
- Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo de leitura