Casagrande destoa do Cosud e diz que interesses locais prevalecem na reforma tributária

Política
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou nesta sexta-feira, 20, que o Cosud, consórcio que reúne os estados das regiões Sul e Sudeste, não deve atuar unido no debate sobre a reforma tributária. A declaração do político, o único do grupo que é de um partido da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destoa dos demais governadores, que na abertura do evento defenderam uma atuação conjunta do Cosud para ganhar protagonismo nas pautas nacionais em Brasília.

Segundo Casagrande, "não tem necessidade" de se chegar a um consenso no Cosud sobre pontos sensíveis da reforma tributária, como o formato de distribuição dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional. Enquanto governadores como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, atua para que a partilha dos recursos bilionários considere o tamanho da população nos Estados, Casagrande é simpático a uma divisão pelo "PIB invertido", o que beneficiaria os mais pobres.

"Temos que levar em conta o interesse local. Eu não posso fazer a defesa de algo que pode prejudicar o Estado do Espírito Santo", disse Casagrande após reunião matinal entre os governadores nesta sexta-feira, 20, no Palácio dos Bandeirantes. Ele disse que pretende manter posições divergentes com outros estados do Cosud mesmo após a formalização do consórcio e que o debate dentro dos gabinetes é uma "conversa franca".

"Não tem necessidade [de uma proposta comum em Brasília]. Pode ser que a gente consiga, pode ser que não. Cada um de nós aqui tem a defesa nacional e regional, mas também temos os nossos compromissos locais, que não podem ficar em segundo plano", completou.

A divisão do fundo é um dos pontos de maior atrito no projeto, que está tramitando no Senado depois de ser aprovado na Câmara dos Deputados. Como mostrou o Estadão, o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB), está sendo pressionado a elevar a previsão de recursos de R$ 40 bilhões para R$ 75 bilhões até 2033. A ampliação do gasto facilita a definição do modelo de partilha, que pode ser feita de modo a contemplar tanto o critério do PIB invertido quanto a população dos estados em parcelas diferentes do montante.

Em linha com os demais, Renato Casagrande afirmou ainda que o Cosud não terá caráter eleitoral. O consórcio de integração das regiões Sul-Sudeste recebeu críticas depois de uma entrevista de Zema ao Estadão em que defendeu "protagonismo político" do grupo contra outras regiões, como o Nordeste. O mineiro sugeriu ainda que outros estados da federação seriam "vaquinhas que produzem pouco" e ganham muito em troca.

A fala dificultou a aprovação do protocolo que autoriza a criação do Cosud no legislativo paulista, segundo o presidente da Casa, André do Prado (PL), aliado do governo. Na abertura do evento, nesta quinta-feira, 19, os governadores rebateram indiretamente a polêmica declarando que o objetivo não é colocar "estados contra estados", e sim estimular a cooperação e melhorar as políticas públicas.

O governador do Espírito Santo criticou publicamente o teor da fala de Zema na ocasião e, nesta sexta-feira, 20, reforçou que ela não representa o pensamento do consórcio. "Fora as declarações do governador Zema, que na minha avaliação precisavam ser melhor ajustadas, todos na reunião disseram que o consórcio não é eleitoral, mas de integração de políticas públicas. Nisso, não tem discordância entre nós", disse.

Governadores recebem Ordem do Ipiranga

O encontro no Palácio dos Bandeirantes reuniu seis dos sete chefes de Estado das regiões Sul e Sudeste nesta sexta-feira, 20. Na quinta, na abertura do evento, Renato Casagrande, do Espírito Santo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, não estiveram presentes. A ausência foi do governador catarinense, Jorginho Mello (PL), com o estado sendo representado pela vice, Marilisa Boehm (PL).

Ao final da reunião, o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concedeu aos governadores a Ordem do Ipiranga, com a insígnia de grau máximo, a Grã-Cruz. Ele destacou que a comenda é a maior honraria do Estado e, em tom de brincadeira, agradeceu a convivência com mandatários "veteranos" no cargo. "Podem ter certeza que a gente se espelha muito no trabalho de vocês", declarou Tarcísio.

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O governo da Malásia deu aprovação final para que uma empresa de robótica marinha do Texas (EUA) retome as buscas pelo voo Malaysia Airlines MH370, que desapareceu há mais de dez anos. Acredita-se que a aeronave caiu no sul do Oceano Índico.

Ministros do gabinete concordaram com os termos e condições de um contrato baseado na política "no-find, no-fee" (sem achado, sem pagamento) com a empresa Ocean Infinity, também do Texas. A nova operação de busca no fundo do mar será realizada em uma área de 15 mil quilômetros quadrados no oceano, informou o ministro dos Transportes da Malásia, Anthony Loke, em um comunicado na quarta-feira, 19.

A Ocean Infinity receberá US$ 70 milhões apenas se os destroços forem encontrados.

O avião Boeing 777 desapareceu dos radares logo após decolar em 8 de março de 2014, transportando 239 pessoas, a maioria cidadãos chineses, em um voo de Kuala Lumpur, capital da Malásia, para Pequim, capital da China. Dados de satélite indicam que a aeronave desviou da rota e seguiu para o extremo sul do Oceano Índico, onde acredita-se que tenha caído.

Uma extensa e cara operação de busca multinacional falhou em localizar o avião, embora destroços tenham sido encontrados na costa leste da África e em ilhas do Oceano Índico. Uma busca privada realizada em 2018 pela Ocean Infinity também não obteve sucesso.

A aprovação final para a nova busca veio três meses após a Malásia ter dado um aval inicial para os planos de retomar as operações. O CEO da Ocean Infinity, Oliver Plunkett, afirmou anteriormente que a empresa aprimorou sua tecnologia desde 2018 e que especialistas analisaram novos dados, reduzindo a área mais provável para a localização dos destroços.

O ministro Anthony Loke disse que o contrato será formalizado em breve, mas não revelou detalhes sobre os termos. A empresa já teria enviado um navio para a área e indicou que o período entre janeiro e abril é o mais adequado para a busca.

"O governo está comprometido em continuar a operação de busca e em proporcionar um desfecho para as famílias dos passageiros do voo MH370", afirmou Loke no comunicado.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto que exige que todos os cidadãos ucranianos presentes em territórios ocupados pelos russos sem autorização legal para permanência (residência) "deixem a Federação Russa por conta própria ou regularizem sua situação jurídica até 10 de setembro de 2025".

O decreto também estipula que estrangeiros e apátridas que tenham chegado às regiões da República Popular de Donetsk, República Popular de Lugansk, Oblast de Zaporíjia e Oblast de Kherson "para fins não relacionados ao exercício de atividade laboral, por mais de 90 dias consecutivos, ou para fins de trabalho, sem ter passado por exame médico", deverão ser submetidos a testes para detecção de drogas e possíveis doenças infecciosas até 10 de junho.

O Estado da Austrália Meridional fechou duas praias depois que peixes mortos e uma espuma incomum de cor esbranquiçada apareceram na costa, enquanto surfistas ficaram doentes, informaram autoridades na terça-feira, 18.

Suspeita-se que uma floração de microalgas, causada por condições climáticas incomuns, tenha afetado tanto os humanos quanto a vida marinha, além de ter gerado a espuma que cobriu centenas de metros da costa, disse Sam Gaylard, principal cientista da Autoridade de Proteção Ambiental da Austrália do Sul.

"É muito preocupante", disse Gaylard à Australian Broadcasting Corp. "É incomum nessa escala. Nesta época do ano, quando as condições climáticas permitem, ocasionalmente ocorrem florações isoladas, mas algo dessa magnitude é definitivamente um pouco incomum", acrescentou.

As praias de Waitpinga e Parsons, ambas ao sul da capital do Estado da Austrália do Sul, Adelaide, foram fechadas ao público desde segunda-feira devido a um "evento de mortalidade de peixes na área", informou o Departamento de Meio Ambiente e Água em um comunicado. "As praias serão reabertas assim que possível", afirmou o departamento.

Dezenas de peixes mortos foram encontrados na costa. Surfistas têm reclamado desde o fim de semana de sintomas como olhos irritados, dor de garganta e tosse após o contato com a água, disse o morador local Anthony Rowland, que surfou em Waitpinga no sábado.

"Enquanto estávamos na água, começamos a tossir", disse Rowland, referindo-se aos colegas surfistas. Ele contou que ficou impressionado com a resposta de outros surfistas após compartilhar sua experiência online. "Muitas pessoas entraram em contato - várias disseram que tiveram exatamente os mesmos sintomas", afirmou Rowland.

Cientistas marinhos coletaram amostras da espuma - um subproduto da decomposição de organismos tóxicos - na segunda-feira, mas pode levar até o final da semana para identificar o organismo responsável, disse Gaylard.

Uma floração de microalgas - organismos microscópicos unicelulares - pode ter sido causada por um recente período prolongado de clima quente e seco, com pouco vento e marés baixas, explicou Gaylard.

Desde domingo, as ondas aumentaram na região, e a turbulência pode estar quebrando as algas enquanto gera mais espuma, acrescentou. "No momento, não sabemos quanto tempo isso vai durar", concluiu Gaylard.