Justiça Eleitoral prorroga inquérito sobre suspeita de compra de votos envolvendo André Fufuca

Política
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A Justiça Eleitoral do Maranhão prorrogou por 90 dias o inquérito que investiga o ministro do Esporte, André Fufuca, por suspeita de compra de votos nas eleições de 2018. O pedido foi feito pela Polícia Federal (PF). À época, Fufuca era candidato a deputado federal e foi reeleito com 105.583 votos.

A investigação começou quando policiais federais, a partir de denúncia anônima, flagraram um grupo com saco de dinheiro e santinhos com o nome de Fufuca na cidade de Santa Luzia, no interior do Estado. O caso ocorreu na véspera do primeiro turno do pleito. A informação é do jornal O Globo.

Ao Estadão, o ministro disse que "não compactua com qualquer ato ilícito, não é responsável por ação de terceiros e confia que a Justiça vai esclarecer todos os fatos".

No despacho assinado pelo juiz Bruno Barbosa Pinheiro, a prorrogação do prazo para investigações se dá no intuito de fazer novas diligências para a conclusão do inquérito. "Encerrá-las, nessa fase procedimental, poderia prejudicar a descoberta da verdade e a coleta de provas", disse o magistrado na decisão publicada na segunda-feira, 4. A superintendência da PF no Maranhão, que está conduzindo a apuração do caso, quer ouvir mais oito pessoas que teriam tido contato com os suspeitos de comprar votos na véspera da eleição.

No relatório das investigações, há registro de que os policiais foram a uma casa na cidade de Santa Luzia, onde havia carros com adesivos do Fufuca e movimentações de entrada e saída de pessoas. No momento em que a PF se aproximou do local, um homem tentou esconder um saco de dinheiro em um bueiro. Dentro da sacola havia R$ 5.850, distribuídos em notas de R$ 20, R$ 50 e R$ 100. Já no carro, uma caixa de papelão com santinhos do Fufuca.

Em setembro, o Palácio do Planalto confirmou a ida de Fufuca para o Ministério do Esporte, no lugar de Ana Moser. A troca de comando foi fruto de uma reforma ministerial que colocou nomes do Centrão no governo para ampliar a base de apoio do Executivo no Congresso, a fim de aprovar matérias de interesse da gestão petista. A negociação passou por altos e baixos.

A trajetória política de Fufuca é marcada por posicionamentos que contrariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT). Ele já entregou a tropa de choque do ex-deputado Eduardo Cunha e é apadrinhado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Fufuca é o ministro mais novo da Esplanada. Tem 34 anos, é formada em Medicina e vem de uma família ligada à política. O pai dele, Francisco Dantas Ribeiro Filho, é prefeito do município de Alto Alegre de Pindaré.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), lamentou a suspensão da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Israel. "O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor", diz o texto do Itamaraty.

Israel interrompeu a entrada de todos os bens e suprimentos na Faixa de Gaza no domingo (2) e advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.

O Itamaraty diz que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", recordando que "Israel tem obrigação - conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 - de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos". A nota afirma ainda que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.

O governo brasileiro defende que as partes promovam o estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e o engajamento nas negociações "a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala."

A discussão entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na última sexta-feira (28) na Casa Branca levou as relações entre os dois países a um conflito. Ele também causou sério dano a uma aliança no coração da ordem estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial: a Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Trump adotou uma posição que muitos aliados europeus viam como se ele estivesse do lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ignorar as preocupações de segurança de um país amigo que precisa de ajuda do Ocidente. Ele disse que o presidente ucraniano estava perdendo a guerra e "não tinha cartas".

A Otan é baseada na ideia de que os EUA podem usar seu poderio militar, incluindo o arsenal de armas nucleares, para defender qualquer aliado que for atacado. Esta premissa fundamental agora está sendo questionada.

"Eu estou preocupado que estamos nos últimos dias da Otan", disse o almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante aliado supremo da Otan. Ele destacou que a aliança "pode não entrar prestes a entrar em colapso, mas eu posso certamente ouvir o ranger mais alto do que em outros tempos em minha longa carreira militar."

No último domingo, 2, Trump publicou uma mensagem na sua plataforma Truth Social: "Devemos dedicar menos tempo nos preocupando com Putin e mais tempo nos preocupando sobre as gangues de imigrantes que cometem estupros, traficantes, assassinos e pessoas que vieram de instituições (de saúde) mental entrando em nosso país - Para que não acabemos como a Europa." A Casa Branca não fez comentários sobre a política do governo dos EUA sobre a Otan.

A força do apoio de Trump à Otan, que foi criticada no passado, continua incerta. Na Casa Branca na última sexta-feira, ele disse "estamos comprometidos com a Otan" e elogiou um país membro, a Polônia, que faz muitos gastos com defesa.

No sábado, dia 1º, Elon Musk, um assessor de Trump que lidera o departamento de eficiência do governo, endossou uma mensagem na plataforma X que defendia a retirada dos EUA da Otan e das Nações Unidas.

Líderes europeus, que confiam na Otan para a segurança de seus países, têm evitado falar publicamente sobre as ameaças à aliança, mas alguns começam a comentar planos alternativos. "Queremos preservar a parceria transatlântica e a nossa força conjunta", comentou no sábado a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock. "Mas ontem vimos uma vez mais que os europeus não devem ser ingênuos", disse, referindo-se aos eventos ocorridos na Casa Branca na sexta-feira: "Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos próprios interesses, nossos próprios valores e nossa própria segurança, pelo bem do nosso povo na Europa."