Salles desiste pela 2ª vez da campanha à Prefeitura de SP após PL barrar saída e apoiar Nunes

Política
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O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) está oficialmente fora da disputa pela Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Ele confirmou a informação ao Estadão depois de o PRD, partido com o qual estava flertando uma candidatura, anunciar Padre Kelmon como pré-candidato nesta terça-feira, 30.

"A pedido do presidente (Bolsonaro), eu me comprometi a não sair do PL e, por outro lado, em função da decisão do Valdemar (Costa Neto, presidente da legenda), o partido não abre mão de apoiar o Nunes. Então, fico fora", declarou o deputado. Segundo ele, o PL não ofereceu a legenda, nem uma carta de anuência para que deixasse o partido, rumo ao PRD, sem perder o mandato.

Essa é a segunda vez que o ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL) desiste da candidatura. A primeira foi em junho do ano passado. Na ocasião, o deputado desagradou o PL ao "queimar a largada" e anunciar a candidatura sem autorização do partido, que já negociava apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Em outubro, declarou que estava "de volta ao jogo". A sua esperança era a simpatia de Bolsonaro, que chegou a pedir "Salles prefeito" na saída de um evento do PL em Brasília, e a articulação com o PRD. A relação próxima não foi suficiente para barrar a negociação entre o partido e o MDB em São Paulo.

Na segunda-feira, 29, Nunes recebeu do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, uma lista de potenciais candidatos a vice na sua chapa pela reeleição. Quem larga na frente é o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota e nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além da definição do apoio a Nunes, o PL não concordou com a saída de Salles para disputar o pleito pelo PRD, sigla criada a partir da fusão entre o PTB e o Patriota, fechando de vez as portas para a sua candidatura. O deputado precisava de uma carta de anuência da direção nacional para se desfiliar sem perder o mandato na Câmara.

Segundo apurou o Estadão, a justificativa para o PL não liberá-lo é que a sua presença na campanha "só ajudaria o Boulos" - o deputado Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes nas pesquisas e que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT em 2024.

Salles é um crítico ferrenho de Nunes, a quem acusa de não defender as pautas do bolsonarismo, e disputaria o mesmo eleitorado de centro e direita, o que passaria pelo desgaste do adversário no primeiro turno. Em levantamento feito no ano passado, o deputado aparecia com mais ataques a Nunes do que a Boulos no "fogo cruzado" das redes sociais.

"Esse Nunes não dá. Ponto. Mais Centrão é tudo de que o Brasil não precisa. Origem de todos os nossos problemas", declarou em um dos posts. Ele também criticou diversas vezes a aproximação do PL com o prefeito. "Quem com os porcos anda, farelo come", afirmou após a primeira desistência.

As conversas avançadas entre PL e MDB abriram caminho para o PRD lançar Padre Kelmon como pré-candidato a prefeito de São Paulo. O político ganhou notoriedade nas eleições presidenciais de 2022 ao fazer "dobradinhas" com Bolsonaro e distribuir artilharia pesada contra Lula e PT na pauta de costumes e com viés religioso.

O Estadão tentou esclarecer com o PRD qual será o papel de Padre Kelmon em um eventual embate com Nunes e Boulos e se a estratégia de "dobradinhas" deve se repetir em outubro, mas não obteve resposta com lideranças do partido.

Para Salles, o PL tinha condições de vencer em São Paulo sem aceitar a candidatura de Nunes. "Há uma diferença da esquerda e da direita quando se relaciona com o Centrão. A esquerda, em geral, compra o Centrão, e a direita se curva. Infelizmente, em vez de a gente convencer o Centrão a agir como a gente quer, a gente se curva ao Centrão. Essa turma gosta de fazer negócio, não tem jeito."

O deputado defende agora o nome do coronel Mello como a vice na chapa. "Se isso é suficiente para fazer o Nunes ganhar do Boulos eu já não sei, mas ele é um bom nome que eu gosto muito". Salles não respondeu se espera ver Bolsonaro no palanque do prefeito; ele próprio pretende ficar neutro. "Não vou me meter, nem apoiar ninguém", disse.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.

Um incêndio atingiu um hotel em Calcutá, na Índia, matando pelo menos 15 pessoas, informou a polícia local nesta quarta-feira, 30. "Várias pessoas foram resgatadas dos quartos e do telhado do hotel", disse o chefe de polícia de Calcutá, Manoj Verma.

O policial disse a repórteres que o fogo começou na noite de terça-feira no hotel Rituraj, no centro de Calcutá, e foi controlado após uma operação que envolveu seis caminhões dos bombeiros. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

A agência Press Trust of India, que gravou imagens das chamas, relatou que "várias pessoas foram vistas tentando escapar pelas janelas do prédio". O jornal The Telegraph, de Calcutá, noticiou que pelo menos uma pessoa morreu ao pular do terraço tentando escapar.

O primeiro-ministro Narendra Modi publicou na rede X que estava "consternado" com a perda de vidas no incêndio.

Incêndios são comuns no país

Incêndios são comuns na Índia devido à falta de equipamentos de combate às chamas e desrespeito às normas de segurança. Ativistas dizem que empreiteiros muitas vezes ignoram medidas de segurança para economizar e acusam as autoridades municipais de negligência.

Em 2022, pelo menos 27 pessoas morreram quando um grande incêndio atingiu um prédio comercial de quatro andares em Nova Délhi. (Com agências internacionais).