Ex-assessor de Janones diz à PF que estava bêbado quando falou de supostos repasses

Política
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Um dos assessores do deputado federal André Janones (Avante-MG), investigado por suspeita de praticar "rachadinha" em seu gabinete, disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que estava bêbado quando, em conversas gravadas com colega, declarou devolver parte do salário ao deputado.

O diálogo ao qual Alisson Alves Camargos, ex-assessor de Janones, se refere foi com Fabrício Ferreiro de Oliveira, outro ex-funcionário do gabinete. Os dois conversavam sobre quanto de seus salários cada um supostamente devolvia ao deputado. "Mas é quase 5 conto que eu passo pra eles, Fabrício. Eu tiro 9 mil... Nem 9 mil eu não tô tirando. 9 mil, assim, no papel, entendeu? É, não é fácil não, Fabrício", disse Alisson no áudio, que faz parte do inquérito da PF.

Alisson pergunta a Fabrício, autor da gravação, se a conversa está sendo gravada, mas o colega desconversa.

Em depoimento à PF, no entanto, o assessor gravado por Fabrício negou a prática e disse que estava bêbado no momento da conversa. Alisson afirmou em depoimento que teria dito isso para "despistar" o colega, que supostamente lhe pedia dinheiro emprestado com frequência.

O advogado dos assessores, Flávio Roberto Silva, afirmou ao Estadão que a conversa se tratou de uma "brincadeira de mau gosto" interpretada como indício de crime, mas que, na verdade, foi feita com o intuito de que o colega acreditasse que ambos recebiam o mesmo salário.

O inquérito da PF foi instaurado em dezembro de 2023, atendendo a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que indica que as condutas podem ser criminosas. O deputado e os assessores podem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, concussão e continuidade delitiva.

Nesta terça-feira, dia 30, a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Janones, que tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente.

Os assessores disseram que a gravação está descontextualizada e negaram a devolução dos salários, mas a Polícia Federal viu "inconsistências" e "contradições" nos depoimentos, o que requer o aprofundamento das investigações, e, portanto, pediu a quebra de sigilo de todos.

Em sua conta no X (antigo Twitter), o deputado afirma que a quebra do sigilo "causou estranheza", uma vez que ele próprio teria se colocado à disposição das autoridades.

Ele afirma que segue "absolutamente confiante" que será absolvido, aproveitando para cutucar a família de Jair Bolsonaro, seu maior desafeto político. "Eu não devo, quem deve são os bolsonaros, que recorreram até a última instância pra não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo."

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Os Estados Unidos interromperam grande parte de seu compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, reduzindo o fluxo de informações vitais que Kiev tem usado para repelir as forças russas invasoras e atacar alvos selecionados dentro da Rússia, de acordo com autoridades norte-americanas e ucranianas. O rompimento do compartilhamento de informações de inteligência inclui a interrupção dos dados de alvos que as agências de espionagem dos EUA fornecem a Kiev para que ela possa lançar armas fornecidas pelos EUA e drones de longo alcance fabricados na Ucrânia contra alvos russos, disseram autoridades ucranianas.

Alguns operadores de mísseis ucranianos dizem que não estão mais recebendo as informações necessárias para atingir alvos dentro da Rússia.

A pausa segue a decisão do presidente Donald Trump, no início da semana, de congelar futuras entregas de armas à Ucrânia, para pressionar o presidente ucraniano Volodmir Zelenski a iniciar negociações de paz com a Rússia.

O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a última medida nesta quarta-feira, 5, dizendo à Fox News que os Estados Unidos suspenderam tanto o compartilhamento de inteligência quanto os sistemas de armas após uma reunião controvertida no Salão Oval na semana passada entre Trump e Zelenski. Ratcliffe disse que as pausas "desapareceriam" quando ficasse claro que Zelenski estava comprometido com a paz.

A medida é outra grande reviravolta em relação à abordagem do governo Biden, que estabeleceu sistemas especiais para compartilhar grandes quantidades de inteligência sobre as forças militares russas com a Ucrânia, segundo as autoridades - praticamente sem precedentes para um país que não pertence à Otan.

Um oficial militar ucraniano familiarizado com as operações do sistema de lançamento múltiplo de foguetes de longo alcance, conhecido como HIMARS, que falou sob condição de anonimato, disse que, aproximadamente no último mês, pelo menos um dos grupos ucranianos responsáveis pelo lançamento de foguetes dos sistemas dos EUA não recebeu coordenadas para atacar a mais de 64 quilômetros além da linha de contato.

Tal inteligência permitiu que a Ucrânia usasse os sistemas HIMARS fornecidos pelos EUA para lançar ATACMS, um sistema de mísseis guiados de longo alcance dos EUA, e atingir alvos bem no interior do território ucraniano ocupado ou dentro da Rússia.

Os ataques desabilitaram alguns sistemas de defesa aérea russos e forçaram Moscou a mover seus centros logísticos centenas de quilômetros das linhas de frente, o que desacelerou as operações de reabastecimento russas.

O oficial disse que limitar repentinamente essa inteligência à Ucrânia claramente ajudará Moscou e permitirá que as tropas russas se reagrupem. "O que estávamos fazendo com o HIMARS - é doloroso para eles, é problemático. Eles sofrem baixas ou perdem suas armas", disse o oficial sobre a Rússia. Essa pausa "acelerará as operações de assalto porque a logística pode estar muito, muito mais próxima da linha de contato."

No entanto, na medida em que a pausa afeta os ataques ATACM de longo alcance, o impacto pode ser limitado, já que a Ucrânia provavelmente tem apenas um pequeno número desses mísseis em mãos e os estava economizando, dizem analistas. Mas o movimento pode encorajar a Rússia e levá-la a mover suas próprias armas para mais perto da frente, dizem eles. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, que vai "construir uma cúpula dourada para proteger o território dos Estados Unidos", a exemplo da que existe em Israel. "Agora temos a tecnologia para fazê-la."

Trump também destacou, em discurso no Congresso, que o governo pretende "criar um departamento para construir navios nos Estados Unidos". O país ainda vai "recuperar o Canal do Panamá", disse o presidente.

Ainda de acordo com Trump, a Groenlândia é necessária para a segurança dos Estados Unidos, e o país assumirá o território dinamarquês "de uma forma ou de outra".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, em discurso no Congresso, que o governo fará os imigrantes ilegais deixarem o país rapidamente. Trump afirmou ainda que quer que "Canadá e México façam muito mais para conter a exportação de fentanil" ao país.

Trump afirmou, também, que "vamos derrotar a inflação, proteger idosos e colocar mais dinheiro no bolso de cidadãos" e que o orçamento federal será equilibrado "no futuro próximo".

Trump destacou, em discurso no Congresso americano, que o "gold card estará à venda logo por US$ 5 milhões" para investidores que quiserem viver nos Estados Unidos. A iniciativa, segundo o presidente, ajudará a equilibrar o orçamento federal.

"Vamos aprovar corte de impostos logo no Congresso. Não vamos cobrar impostos para quem recebe gorjetas e aposentados idosos", disse Trump. "O pagamento de juro de financiamento de carro poderá ser deduzido [de impostos] para quem comprar carros fabricados nos EUA. A indústria automotiva nos Estados Unidos vai crescer muito e teremos um grande boom. A Honda acabou de anunciar uma fábrica para produzir carros em Indiana." O presidente ressaltou ainda que seu governo vai cortar taxas para a produção doméstica de manufaturados.