Padre Kelmon lançou candidatura sem conversar com o partido e PRD descarta apoiá-lo em SP

Política
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Ex-candidato à presidência da República, Padre Kelmon (PRD) anunciou pré-candidatura à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024, mas não tem apoio dentro do seu próprio partido. O assunto sequer foi debatido internamente, segundo o presidente do PRD, Ovasco Resende. "Não temos conhecimento nenhum disso na executiva nacional. Posso dizer com 100% de certeza que ninguém teve essa conversa, nada."

 

Procurado pelo Estadão, Padre Kelmon, que ficou conhecido pelas "dobradinhas" nos debates na TV com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o anúncio é uma decisão dele, atendendo a um "chamado do povo de São Paulo". Ele não respondeu se teve ou não conversas com a direção do partido antes de anunciar a candidatura, mas reclamou do tratamento recebido.

 

"Se o presidente do partido está dizendo isso, ele está querendo dizer que o Padre Kelmon procure outra casa. Então, eu vou procurar", declarou o padre. "O que eu confirmo é que sou pré-candidato à prefeitura de São Paulo. Partido não faltará."

 

O PRD ainda não definiu se terá um nome próprio nas eleições da capital paulista, mas já descarta tanto o Padre Kelmon quanto o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). A sigla, criada a partir da fusão entre o PTB e o Patriota para atingir a cláusula de barreira, tem direito ao tempo de propaganda gratuita em rádio e televisão, o que pode ser usado como moeda de troca ao negociar apoio. Por outro lado, não tem presença garantida em debates caso entre na disputa.

 

Kelmon é oriundo do PTB. Ainda que o antigo partido tenha ajudado a alcançar o percentual mínimo de votos em nove estados, ele não elegeu nenhum deputado ou senador na eleição passada. O Patriota atualmente conta com quatro representantes na Câmara. Ainda assim, o número é insuficiente para garantir a participação em um eventual debate na TV; a Lei das Eleições exige uma bancada de ao menos cinco parlamentares no Congresso.

 

A aposta do PRD para a eleição municipal em São Paulo era Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele, no entanto, desistiu pela segunda vez da candidatura depois que o partido optou por não dar uma carta de anuência para que se desfiliasse sem perder o mandato. O PL apoiará o atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), e entregou a ele uma lista de potenciais candidatos a vice na segunda-feira, 29.

 

Outra liderança do partido consultada pelo Estadão reclamou da falta de vontade do deputado em migrar ao partido. Ainda havia esperanças, por exemplo, de que Salles tentasse ao menos consultar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de se desfiliar com justa causa, pelo fato de ter atingido sozinho o quociente eleitoral na eleição para deputado ou por um suposto racha no partido que poderia configurar desvio do programa partidário. O assunto é dado como perdido nos bastidores.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo, 2, em entrevista coletiva, que a nação insular ajudará a Ucrânia com 1,6 bilhão de libras (cerca de US$ 2 bilhões) para a compra de mais de 5 mil mísseis aéreos. Segundo ele, o apoio criará empregos na defesa britânica, além de ser "vital" para proteger infraestruturas críticas da Ucrânia. A declaração ocorreu após a cúpula organizada por Starmer com líderes globais para discutir a guerra na Ucrânia.

Entre os pontos discutidos na reunião, o líder britânico disse que os líderes concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, além de garantir que a Ucrânia participe das decisões. Starmer acrescentou, ainda, que as capacidades de defesa ucranianas continuariam tendo apoio, mesmo em caso de um acordo de paz, a fim de deter "qualquer invasão futura".

Starmer também destacou que, para dar suporte à paz no continente de forma efetiva, os esforços precisam do apoio dos Estados Unidos, reforçando que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, no dia anterior, antes da cúpula. Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que "ninguém quer ver o que aconteceu na sexta-feira", se referindo ao bate-boca entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, mas ele rejeitou que os EUA não sejam um aliado. Starmer afirmou que os EUA têm sido, nas últimas décadas, um aliado de confiança do Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (2) que apresentará na próxima semana um plano para "rearmamento da Europa", para reforçar a segurança do bloco.

Ao fim da cúpula sobre defesa e segurança da Ucrânia, realizada neste domingo em Londres, a chefe do poder executivo da União Europeia (UE) disse que revelará o plano aos chefes de Estado e governo europeus durante uma cúpula da UE em Bruxelas.

"Todos nós entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. É para a segurança da União Europeia", disse.

Von der Leyen acrescentou que o plano poderia, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados.

Quanto ao futuro da Ucrânia, ela afirmou que as garantias de segurança são de extrema importância para o país devastado pela guerra. "Temos que colocar a Ucrânia em uma posição de força, para que ela tenha os meios para se fortalecer e se proteger", disse. "É transformar a Ucrânia em um porco-espinho de aço que é indigesto para invasores em potencial."

A jornalistas, no fim da Cúpula de Londres, Von der Leyen também disse que eles querem que os EUA vejam que estão preparados para defender a democracia.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também incluiu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse neste domingo (2) aos líderes europeus que eles precisam intensificar o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia e agir diante de um "momento único em uma geração" para a segurança da Europa. Starmer afirmou na cúpula, sediada em Londres, que alcançar um bom resultado para a Ucrânia era "vital para a segurança de cada nação aqui e muitas outras também".

Na chegada à Lancaster House, local do encontro, Starmer recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, com um abraço, assim como ocorreu no dia anterior, quando o ucraniano chegou em Londres.

Já no começo da reunião, Starmer e Zelenski se sentaram lado a lado, acompanhados pelo presidente francês Emmanuel Macron. Starmer disse aos líderes que os três concordaram em trabalhar em um plano para encerrar os combates e apresentá-lo aos Estados Unidos, que discutem intermediar um acordo de paz. "Precisamos concordar com os passos a serem dados a partir dessa reunião para entregar paz por meio da força para o benefício de todos", afirmou.

Nos bastidores, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, se encontrou com Zelenski neste domingo, reafirmando o apoio da Itália à Ucrânia. O escritório de Meloni disse que ela expressou apoio, junto aos parceiros europeus e ocidentais e aos Estados Unidos, "para construir uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia". Na véspera da reunião, Meloni conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o conteúdo da ligação não foi divulgado.

Também presente no encontro, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou aos jornalistas na manhã deste domingo, antes de embarcar para Londres, que iria para a cúpula com uma mensagem de que a Europa deve acreditar que pode ser uma grande potência militar. No aeroporto, ele destacou que a Europa tem 2,6 milhões de soldados, mais do que os EUA, China ou Rússia. "A Europa tem uma vantagem sobre todos aqui", afirmou.

Participam da cúpula, ainda, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também estão presentes. Fonte: Associated Press.