Entenda a crise que fez Lira mandar 'duro recado' ao governo Lula na Câmara

Política
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tornou pública a crise entre o Congresso Nacional e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um "duro recado" dado ao petista durante um discurso nesta segunda-feira, 5. Enquanto falava na cerimônia de abertura do ano legislativo, Lira cobrou a gestão do petista por "respeito" e "cumprimento com a palavra dada".

 

O atrito entre Lira e Lula gira em torno do veto de Lula no Orçamento de 2024, que deixou os parlamentares descontentes. No último dia 22, o petista cortou R$ 5,6 bilhões nas emendas de comissão, que foram aprovadas pelo Congresso em R$ 16,6 bilhões.

 

As emendas de comissão são consideradas as "herdeiras" do chamado orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão e extinto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2022. Na prática, esse tipo de recurso também segue a lógica de distribuição segundo os interesses das cúpulas da Câmara e do Senado.

 

No ano passado, foram liberados R$ 6,9 bilhões em emendas de comissão. Segundo um levantamento feito pelo Estadão, as emendas beneficiaram apenas 16% dos municípios brasileiros e 90% do valor total ficou concentrado em apenas uma comissão, a de Desenvolvimento Regional do Senado. O dinheiro foi utilizado até para uma obra tocada pela empreiteira do irmão do senador que preside o colegiado.

 

No discurso desta segunda, Lira cobrou respeito aos acordos políticos e compromisso com "a palavra dada". O presidente da Câmara também afirmou que o Orçamento não é de autoria exclusiva do Executivo e de uma "burocracia técnica" que não "gasta a sola do sapato" percorrendo pequenos municípios como os congressistas.

 

"(O Orçamento) não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Executivo e muito menos de uma burocracia técnica, que apesar do seu preparo não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola do sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós senadores e deputados", disse Lira.

 

O alagoano também cobrou o Executivo pela manutenção de acordos que foram firmados no ano passado e que estariam sendo descumpridos neste ano: "Não faltamos ao governo e esperamos respeito e compromisso com palavra dada", afirmou.

 

Após veto, Lula disse que convívio com a Câmara é 'difícil'

Lula não participou da cerimônia que abriu as atividades do Congresso em 2024, mas enviou uma mensagem oficial que foi entregue pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Na declaração destinada aos parlamentares, Lula afirmou que é necessário haver diálogo que supere as "filiações partidárias".

 

"O diálogo é condição necessária para a democracia. Diálogo que supera filiações partidárias. Que ultrapassa preferências políticas ou disputas eleitorais. Que é, antes de tudo, uma obrigação republicana que todos nós, representantes eleitos pelo povo, temos que cumprir", disse a mensagem de Lula.

 

Um dia após vetar a parcela das emendas de comissão no Orçamento, Lula afirmou em uma entrevista para a rádio Metrópole de Salvador que o seu convívio com a Câmara é "difícil", mas que não teria do que reclamar sobre a sua relação com o Legislativo.

 

O petista disse também que ele teria "o maior prazer" em explicar o veto para os parlamentares. O presidente também alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao declarar que o antecessor "não tinha capacidade" para discutir o tema.

 

"Negocio com o Congresso sempre. Ontem tive de vetar R$ 5,6 bilhões em emendas. Tenho o maior prazer de juntar lideranças e explicar por que foi vetado. Na questão das emendas é importante lembrar que o ex-presidente (Bolsonaro) não tinha governança. Vou repetir: ele não tinha governança. Quem governava era o Congresso. Ele não tinha sequer capacidade de discutir o orçamento, porque não queria ou não fazia parte da lógica dele. Queria que os parlamentares fizessem o que quisessem", afirmou o petista.

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A Red Elétrica (Redeia), operadora de energia da Espanha, afirmou que continua a trabalhar para recuperar o suprimento de energia no país e que já houve retorno nas regiões norte e sul, após um apagão que afetou áreas da Espanha, de Portugal e da França.

A operadora de aeroportos espanhola Aena informou que o corte de energia produziu alguns incidentes, mas que já estão ativos geradores de contingência. "Verifique com sua companhia aérea, pois pode haver problemas com acesso e transporte terrestre", informou, por meio de nota publicada no X.

Em Portugal, vários vagões do metrô de Lisboa foram evacuados, os tribunais também interromperam as operações e os caixas eletrônicos e sistemas de pagamento eletrônico foram afetados, segundo relatos da imprensa. Os semáforos de Lisboa pararam de funcionar.

Não era possível fazer chamadas pelo celular, embora alguns aplicativos funcionassem. A distribuidora portuguesa E-Redes disse que foi forçada a cortar energia em áreas específicas para estabilizar a rede, depois da falha elétrica no sistema europeu, segundo o jornal Expresso.

*Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou um cessar-fogo por três dias na Ucrânia em maio, na segunda vez em menos de duas semanas que o líder russo ordena a interrupção dos combates sem se comprometer com um fim a longo prazo do conflito.

O anúncio veio depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, pedir no fim de semana à Rússia e à Ucrânia que interrompam as agressões e cheguem a um acordo para encerrar a guerra. Nos últimos dias, Trump tem criticado cada vez mais Moscou, que vem obstruindo esforços do governo americano para chegar a uma solução pacífica para o conflito.

O Kremlin disse nesta segunda-feira que ações militares russas na Ucrânia serão suspensas entre 8 e 10 de maio, para marcar as comemorações do fim da Segunda Guerra Mundial.

Durante a Páscoa, Putin declarou um curto cessar-fogo de 30 horas, que foi pouco respeitado, após Trump afirmar que abandonaria as negociações de paz se não houvesse progresso para o fim dos combates. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um apagão de grandes proporções da rede elétrica afeta Portugal, Espanha, e outros países da Europa na manhã desta segunda-feira. A geradora espanhola RedElectrica informou nesta segunda-feira (28) que a península ibérica foi afetada. A empresa disse que o incidente está sendo avaliado e será tratado. Segundo relatos compartilhados nas redes sociais, a falha também afeta países como França, Polônia e Finlândia.

É raro ocorrer uma interrupção de energia tão ampla na península ibérica. Os países têm uma população combinada de mais de 50 milhões de pessoas. Não ficou imediatamente claro quantas pessoas foram afetadas.

A emissora pública espanhola RTVE disse que uma grande queda de energia atingiu várias regiões do país por volta das 12h30, horário local, deixando sua redação, o parlamento espanhol em Madri e estações de metrô em todo o país às escuras. Pessoas em chats de WhatsApp em Barcelona e em cidades e vilas da periferia também relataram a falta de energia.

Segundo jornais locais, atinge também linhas telefônicas e semáforos. Nos aeroportos, os embarques estão sendo feitos "à moda antiga" e o check-in de forma manual.

Espanha

A concessionária espanhola Red Elétrica confirmou a falha no país. Foram ativados planos de reposição do fornecimento de energia elétrica em colaboração com as empresas do setor. "As causas estão sendo analisadas e todos os recursos estão sendo mobilizados para solucionar o problema", afirmou a empresa. No país, o blecaute afetou diversas cidades como Madri, Sevilha, Granada, Málaga e Cádiz.

Em Madrid, o jogo entre Dimitrov e Fearnely precisou ser paralisado porque uma câmera ficou parada em cima da quadra devido à falta de eletricidade. O jogo estava no segundo set quando precisou ser paralisado.

Segundo jornal local SIC, há pessoas presas dentro de vagões de metrô e hospitais começam a enfrentar problemas com a ausência de energia. Faculdades como o Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa já funcionam apenas com geradores.

Foram ativados planos de reposição do fornecimento de energia elétrica em colaboração com as empresas do setor.

Portugal

Em Portugal, um país com cerca de 10,6 milhões de habitantes, a interrupção atingiu a capital, Lisboa, e áreas adjacentes, bem como as regiões norte e sul do país.

A distribuidora portuguesa E-Redes disse que a interrupção se deveu a "um problema com o sistema elétrico europeu", segundo o jornal português Expresso. A empresa disse que foi obrigada a cortar a energia em áreas específicas para estabilizar a rede, segundo o mesmo jornal.

A E-Redes disse que partes da França também foram afetadas. Não era possível fazer chamadas em celulares, embora alguns aplicativos estivessem funcionando. (Com informações da Associated Press)