Bolsonaro é alvo de investigação da PF sobre golpe de Estado e deve entregar passaporte em 24h

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os alvos da investigação da Polícia Federal (PF) para apurar a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Apesar de não ser um dos alvos dos mandados de busca e apreensão, Bolsonaro está obrigado a entregar seu passaporte à PF em até 24 horas.

 

A operação atende medidas expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Com o nome de Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), ela mira aliados do ex-presidente, como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Valdemar Costa Neto. Os ex-assessores de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Filipe Martins, já foram presos. Essa etapa da investigação tem base na delação do tenente coronel Mauro Cid.

 

De acordo com informações da PF, o Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de parte dos mandados. Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos um total de 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Entre elas, estão a proibição de manter contato com os demais investigados, suspensão do exercício de funções públicas e proibição de se ausentarem do País.

 

Nesta etapa da operação, a PF aponta que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar desinformação sobre supostas fraudes nas eleições de 2022. Essa atuação teria começado ainda antes do pleito, com o suposto objetivo de "viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital".

 

Segundo a PF, o primeiro eixo de atuação do grupo consistiu na construção e propagação de informação falaciosa sobre vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. O discurso foi reiterado pelos investigados desde 2019 e persistiu mesmo após os resultados do segundo turno de 2022. Essas afirmações também faziam parte dos discursos do próprio ex-presidente Bolsonaro, e pesaram na decisão do Tribunal Superior Eleitoral que levou à sua inelegibilidade em 2023.

 

A partir da disseminação da desinformação, o grupo também teria praticado "atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível", conforme informado pela Polícia Federal.

 

A investigação apura os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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Ex-dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) e ex-presidente do Banco do Canadá (BoC, em inglês), Mark Carney disse nesta terça-feira, 6, que está considerando concorrer pela liderança do Partido Liberal, após o primeiro-ministro, Justin Trudeau, renunciar nesta semana. "Vou considerar essa decisão em conjunto com minha família nos próximos dias", afirmou ele, em declaração enviada ao Financial Times.

Os liberais precisam eleger um novo líder antes que o Parlamento do Canadá retome atividades em 24 de março, porque todos os três partidos da oposição dizem que derrubarão o governo liberal em um voto de desconfiança na primeira oportunidade, o que desencadearia uma eleição.

O novo líder liberal pode não ser primeiro-ministro por muito tempo e uma eleição na primavera do Hemisfério Norte muito provavelmente favoreceria o Partido Conservador opositor.

Mark Carney é visto como um dos favoritos, com popularidade comparável a estrelas do rock. O economista com experiência em Wall Street foi o primeiro estrangeiro a servir como dirigente do BoE desde a sua fundação, em 1694.

A nomeação do canadense recebeu elogios bipartidários no Reino Unido, depois que o Canadá se recuperou muito mais rápido do que outros países da crise financeira de 2008 e Carney ganhou reputação de "regulador severo". No Reino Unido, Carney também se tornou conhecido por administrar o Brexit.

Entre outros concorrentes, a vice-primeira-ministra do Canadá, Chrystia Freeland, também é uma das favoritas. As relações de Freeland com Trudeau decaíram, depois que o primeiro-ministro pediu que ela renunciasse ao cargo de ministra das Finanças. Um funcionário afirmou à Associated Press que ainda é cedo para fazer declarações, mas que Freeland falará com colegas esta semana para discutir os próximos passos.

Outro possível candidato é o novo ministro das Finanças, Dominic LeBlanc. Ex-ministro da segurança pública e amigo próximo de Trudeau, LeBlanc recentemente se juntou ao primeiro-ministro em um jantar com Trump em Mar-a-Lago. LeBlanc foi babá de Trudeau quando ele era criança.

*Com informações da Associated Press

O filho mais velho do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou à Groenlândia nesta terça-feira para uma visita privada que aumentou as especulações de que o novo governo americano poderia tentar assumir o controle do território dinamarquês rico em minerais que abriga uma grande base militar dos EUA.

"Donald Jr e meus representantes aterrissaram na Groenlândia. A recepção foi ótima", disse o presidente eleito em registro na plataforma de mídia social Truth Social.

"Eles e o mundo livre precisam de segurança, proteção, força e PAZ! Este é um acordo que deve acontecer", observou Trump no registro.

Donald Trump Jr. pousou em Nuuk, capital do vasto e gelado território ártico que tem cerca de 57.000 moradores. Mininguaq Kleist, secretário permanente do departamento de relações exteriores da Groenlândia, disse à Associated Press que as autoridades foram informadas de que Trump Jr. ficaria por cerca de 4 a 5 horas no território.

Não houve pedidos da delegação de Trump Jr. para reuniões oficiais com representantes do governo. O governo da Groenlândia também não solicitou uma reunião com a delegação, disse.

Em uma declaração, o governo da Groenlândia disse que a visita de Trump Jr. aconteceria "como um indivíduo privado" e não como uma visita oficial e que representantes da Groenlândia não se encontrariam com ele. A Groenlândia é um território autônomo que faz parte da Dinamarca.

O presidente eleito dos EUA recentemente expressou um desejo - também feito durante sua primeira presidência - de adquirir o território no Ártico, uma área de importância estratégica para os EUA, China, Rússia e outros.

A maior ilha do mundo, a Groenlândia, fica entre os oceanos Atlântico e Ártico e é 80% coberta por uma camada de gelo.

A visita acontece também no momento em que o primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, tem apelado à independência da Dinamarca, dizendo, em um discurso de Ano Novo, que seria uma forma de a Groenlândia se libertar do seu passado colonial. Mas Egede também disse que não tem interesse em que a Groenlândia se torne parte dos Estados Unidos, insistindo que a ilha não está à venda.

O Rei Frederico X, da Dinamarca, tem afirmado os direitos do seu reino tanto à Groenlândia como às Ilhas Faroé, um arquipélago autônomo localizado entre a Islândia e a Noruega, no Oceano Atlântico Norte.

*Com Associated Press

O ícone da extrema direita francesa Jean-Marie Le Pen morreu nesta terça-feira, 7, aos 96 anos, segundo um comunicado divulgado por sua família. O político estava internado em uma unidade de saúde há várias semanas e morreu "cercado por seus entes queridos".

Uma figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido por sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo, o que lhe rendeu tanto apoiadores ferrenhos quanto condenação generalizada.

Suas declarações controversas, incluindo a negação do Holocausto, levaram a múltiplas condenações e tensionaram suas alianças políticas.

Frente Nacional

Jean-Marie Le Pen foi líder do partido de extrema direita Frente Nacional de 1972 até 2011.

O seu momento mais importante na política francesa foi em 2002, quando chegou ao segundo turno das eleições presidenciais na França. Ele foi derrotado por Jacques Chirac.

Em 2011, ele saiu da liderança do partido, sendo substituído por sua própria filha, Marine Le Pen.

Ela reformulou o partido para se livrar de sua imagem "demonizada" e expandir seu apelo eleitoral, culminando em seus próprios sucessos presidenciais.

O nome da legenda também foi mudado para Reagrupamento Nacional.

Em 2015, Le Pen foi suspenso do partido com o aval de sua filha.

A direção executiva da legenda tomou a decisão após declarações do político em que ele negou o Holocausto e defendeu os colaboradores de Adolf Hitler na França.

*Com informações da Associated Press