Em uma nova provocação ao país vizinho, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na terça-feira, 7, em suas redes sociais, um mapa no qual o Canadá aparece como parte dos Estados Unidos. Trump postou a imagem em sua rede Truth Social um dia após ter afirmado, depois de o primeiro-ministro Justin Trudeau anunciar sua renúncia, que o Canadá deveria se fundir com os Estados Unidos - um comentário que irritou o país vizinho.
"Os comentários do presidente eleito Trump demonstram uma total incompreensão do que faz do Canadá um país forte. Nunca recuaremos perante as ameaças", declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Melanie Joly, ao jornal X. Pouco depois, o primeiro-ministro Trudeau, acrescentou: "O Canadá nunca, mas nunca fará parte dos Estados Unidos."
Trump mencionou pela primeira vez o "Estado 51" durante um jantar com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no final de novembro.
Segundo a Fox News, o republicano brincou dizendo que, se o Canadá não pudesse arcar com tarifas de 25% sobre suas exportações para os EUA, então o país deveria ser incorporado pelos EUA. Desde então, passou a chamar Trudeau de governador.
Em dezembro, ele voltou a repetir em sua rede social a ideia de transformar o Canadá no 51º Estado de seu país, em meio à crise política no país vizinho. "Muitos canadenses querem que o Canadá se torne o 51º Estado", publicou. "Economizariam demais em impostos e proteção militar. Acho que é uma ótima ideia. Estado 51!!!", acrescentou.
Falando com a imprensa menos de duas semanas antes de tomar posse em 20 de janeiro, Trump reiterou na terça-feira suas ambições territoriais para seu segundo mandato - especialmente com Canal do Panamá e Groenlândia - e não descartou o uso de força militar para assumir o controle dos territórios.
"Desde que vencemos as eleições, a percepção do mundo é diferente. Pessoas de outros países me telefonaram e disseram: 'Obrigado, obrigado'", afirmou Trump, ao apresentar sua agenda para os próximos quatro anos.
Eliminar a fronteira "artificialmente traçada" entre os Estados Unidos e o Canadá seria uma grande ajuda para a segurança nacional, ressaltou o republicano.
Ele disse, no entanto, que não usaria força militar para invadir o país, que abriga mais de 40 milhões de pessoas e é um parceiro fundador da Otan.
Em vez disso, afirmou que confiaria na "força econômica" ao lançar o déficit comercial dos EUA com o Canadá - uma nação rica em recursos naturais que fornece aos EUA commodities como petróleo bruto e petróleo - como um subsídio que estaria chegando ao fim.