Nome 'Ungido' por Bolsonaro será competitivo em 2026, diz Tarcísio

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), disse que o candidato que Jair Bolsonaro (PL) escolher para apoiar - que for "ungido" pelo ex-presidente, conforme afirmou - será competitivo na eleição de 2026. Tarcísio é considerado o principal herdeiro do capital político de Bolsonaro, que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.

 

O governador afirmou, em entrevista publicada ontem pela Bloomberg News, que o ex-presidente é uma "liderança incontestável", que possui uma capacidade de mobilização que hoje ninguém no Brasil possui, "nem o próprio presidente da República".

 

Para Tarcísio, Luiz Inácio Lula da Silva tem "um perfil superado". "Ele não traz nada de novo e eu atribuo a eleição dele muito mais aos erros que foram cometidos pelo nosso campo do que propriamente pelos méritos dele ou pelo projeto dele", opinou. O governador avalia que a competitividade do petista em 2026 vai depender do desempenho da economia brasileira.

 

'Sempre'

 

No início do mês, Tarcísio foi elogiado por Lula durante um evento com o presidente, marcado por vaias ao governador. Apesar de manter uma relação amistosa com o Palácio do Planalto, Tarcísio se diz fiel a Bolsonaro. "Eu estive com ele, vou estar com ele, vou estar sempre com ele."

 

No ano passado, a relação entre os aliados ficou estremecida por causa de atitudes do governador - seu apoio à reforma tributária foi bastante criticada por Bolsonaro. O ex-presidente afirmou, em novembro, que Tarcísio "dá suas escorregadas" politicamente.

 

No domingo passado, 25, o governador paulista foi o mais destacado aliado de Bolsonaro no ato realizado na Avenida Paulista, que reuniu milhares de apoiadores, além de parlamentares e outros aliados próximos ao ex-presidente. O evento foi convocado por Bolsonaro após ele se tornar alvo da operação da Polícia Federal Tempus Veritatis, que investiga suspeita de organização criminosa em tentativa de golpe de Estado e abolição do estado democrático de direito.

 

Na ocasião, o governador fez elogios a Bolsonaro, seu padrinho político, afirmando que ele "não é mais um CPF, não é mais uma pessoa", mas "um movimento". Tarcísio também hospedou o ex-presidente no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo e residência oficial, em mais um movimento para se manter associado ao aliado político. Apesar de ser apontado como favorito entre os possíveis "herdeiros" nesse cenário, Tarcísio disse que seu "foco está em São Paulo".

 

Cosud

 

O chefe do Executivo paulista participa nesta sexta, 1º, em Porto Alegre, da 10.ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que reúne outros governadores de direita que aspiram herdar o legado político de Bolsonaro. Ontem, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo-MG), voltou a pedir uma reunião com o presidente Lula para discutir a repactuação do acordo de Mariana (MG), onde uma barragem se rompeu em 2015, e a proposta de acordo para a renegociação da dívida do Estado com a União. O governador já havia solicitado uma reunião no dia 31 de janeiro.

 

Ausentes

 

Zema também esteve na Avenida Paulista no domingo passado, ao lado de Bolsonaro no principal carro de som do evento. Porém, alguns governadores que transitam no mesmo espectro político do ex-presidente evitaram o evento.

 

Para Antonio Lavareda, cientista político do Ipespe, as ausências do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), são uma evidência de que eles procuram manter uma distância do bolsonarismo neste momento.

Em outra categoria

Nesta terça-feira, 25, a Casa Branca informou que Amy Gleason era a administradora interina do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês). Gleason é ex-funcionária do U.S. Digital Service, que Donald Trump rebatizou como Doge por meio de uma ordem executiva.

Todavia, o Congresso não criou o Doge e não confirmou alguém para dirigi-lo. Em vez disso, Trump disse na semana passada que assinou a ordem que o criou e colocou o bilionário Elon Musk no comando. A cláusula exige que os líderes dos órgãos federais sejam formalmente nomeados pelo presidente e confirmados pelo Senado.

Mais de 20 funcionários públicos se demitiram nesta terça-feira, 25, do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), do bilionário Elon Musk, dizendo que estavam se recusando a usar seus conhecimentos técnicos para "desmantelar serviços públicos essenciais".

"Juramos servir ao povo americano e defender nosso juramento à Constituição em todas as administrações presidenciais", escreveram os 21 funcionários em uma carta de demissão conjunta, cuja cópia foi obtida pela The Associated Press. "No entanto, ficou claro que não podemos mais honrar esses compromissos."

Os funcionários também alertaram que muitos dos que foram recrutados por Musk para ajudá-lo a reduzir o tamanho do governo federal sob a administração do presidente Donald Trump eram ideólogos políticos que não tinham as habilidades ou a experiência necessárias para a tarefa. Fonte: Associated Press

As autoridades de Israel estão cogitando buscar uma extensão da primeira fase do acordo de cessar-fogo conforme as negociações para a próxima etapa continuam estagnadas, segundo a imprensa israelense citada pelo jornal britânico The Guardian e pela Reuters. A primeira fase, que foi acordada em janeiro, termina no sábado, 1º de março, o que traria a retomada das hostilidades com o Hamas na Faixa de Gaza.

De acordo com as publicações, estariam ocorrendo conversas informais dentro do governo israelense para uma extensão de 42 dias na fase atual do acordo. O objetivo seria garantir o retorno dos mais de 60 reféns israelenses restantes em Gaza enquanto os diálogos sobre um cessar-fogo prolongado e a completa retirada de Israel do enclave não avançam.

A primeira fase tratava da devolução de 33 reféns israelenses pelo Hamas em troca de mil presos palestinos, além de uma retirada parcial das forças israelenses do enclave.

Na fase seguinte, em tese, haveria a libertação dos reféns restantes - acredita-se que ainda restam 62 reféns do ataque de 7 de outubro de 2023, sendo metade deles vivos -, a retirada completa de Israel e os termos de um cessar-fogo prolongado.

As duas partes, porém, falharam em avançar nas conversas destes termos.

As tensões aumentaram depois que Israel adiou a libertação de 600 palestinos que deveriam ocorrer no sábado, a maior libertação de palestinos em um único dia. O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu exigiu garantias de que os reféns restantes serão libertados e sem uma cerimônia de exposição como ocorreu nas últimas entregas.

Nas últimas três trocas, os reféns foram colocados em cima de um palco onde exibiram "certificados de libertação" enquanto eram rodeados por terroristas do Hamas portando armas. No último sábado, quando ocorreu a última libertação de israelenses, um dos reféns beijou a cabeça de um terrorista antes de ser entregue à Cruz Vermelha.

Netanyahu exigiu o fim dessas cenas, que foram também foram condenadas pela ONU e pela Cruz Vermelha.

O atraso na libertação dos 600 palestinos lança dúvidas sobre a entrega dos últimos quatro corpos de reféns previstos nesta primeira fase que deveriam ser entregues a Israel na quinta-feira, 27.

Israel prometeu libertar os prisioneiros se o Hamas entregar os corpos sem fazer uma cerimônia com os caixões, como ocorreu a entrega dos restos mortais da família Bibas na semana passada.

O Hamas afirmou que não avançaria com as negociações para a próxima fase sem a entrega dos 600 palestinos. Mas disse estar disposto a uma extensão da fase atual em nome das trocas.

Em um comunicado nesta terça-feira, 25, Bassem Naim, um alto oficial do Hamas, disse que o grupo havia "cumprido integralmente todas as disposições dos acordos" e que a demora de Israel "coloca o acordo em risco de colapso, podendo levar à retomada da guerra".

O Egito, um dos mediadores das conversas de cessar-fogo, também se recusou a discutir uma extensão da primeira fase sem antes avançar nos termos da segunda etapa.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deveria visitar Israel esta semana, mas a viagem foi adiada devido às conversas sobre uma negociação de paz para a guerra na Ucrânia. Uma nova data ainda não foi definida, segundo os jornais israelenses./Com AP