Avaliação negativa do governo cresce e perspectiva para a economia piora

Política
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Neste início de segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo vê seu índice de desaprovação crescer na comparação com um ano atrás. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 6, mostrou que 34% dos entrevistados avaliam a gestão petista como "negativa". Em fevereiro de 2023, esse índice era de 20% e, em dezembro, de 29%. Os que consideram a administração como "positiva" eram 40% há um ano, foram 36% em dezembro passado e agora são 35%.

 

A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro, e ouviu, presencialmente, 2 mil brasileiros de 16 anos ou mais, em todos os Estados. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos porcentuais e o nível de confiança, de 95%. Ainda sobre a avaliação do governo, 28% disseram considerar a atual gestão "regular" e 3% não responderam.

 

O cenário enfrentado pelo governo pode ser explicado, em parte, pela percepção da população sobre a economia, também medida na pesquisa. O índice dos que acham que a situação econômica do Brasil piorou passou de 31% em dezembro para 38% agora. No início do governo, era de 30%. Para 26%, a economia melhorou; em dezembro de 2023, essa era a percepção de 34%.

 

A expectativa para os próximos 12 meses também indica pessimismo - 46% dos brasileiros acham que a economia vai melhorar no próximo ano, ante 55% em dezembro e 62% em fevereiro do ano passado. A alta no preço dos alimentos, percebida por 73% dos entrevistados, "é a principal explicação para esse desempenho", segundo o levantamento.

 

Congresso

 

O Palácio do Planalto busca apoio no Congresso para aprovar sua pauta econômica. Para isso, Lula tem se reunido com parlamentares, tanto da Câmara quanto do Senado. Anteontem, o presidente recebeu, no Palácio da Alvorada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes de bancada.

 

O petista aproveitou o "happy hour" para agradecer a aprovação de projetos importantes para o Executivo ao longo de 2023 - e lembrar a pauta que virá pela frente. Ele destacou o resultado do PIB, que cresceu de 2,9% no ano passado. Em fevereiro, Lula já havia patrocinado encontro semelhante com deputados, num gesto para se aproximar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou das duas reuniões chamadas por Lula - com deputados e senadores -, tem pedido apoio do Congresso para aprovar medidas de aumento de arrecadação. O chefe da equipe econômica tenta zerar o déficit das contas públicas este ano.

 

Evangélicos

 

Além da questão econômica, outra frente de desgaste do governo que refletiu na pesquisa divulgada ontem tem relação com a agenda internacional adotada por Lula. Conforme a Genial/Quaest, os índices registrados agora foram puxados principalmente pela opinião dos evangélicos no que diz respeito às declarações de Lula sobre o conflito entre Israel e Palestina.

 

"A pior avaliação veio dos evangélicos, que respondem por 30% do eleitorado brasileiro, influenciados pelas declarações em que Lula comparou a guerra em Gaza com a ação de Hitler na Segunda Guerra Mundial", afirma o relatório do levantamento. A comparação foi considerada "exagerada" por 60% dos entrevistados e por 69% dos evangélicos.

 

"A reação às falas de Lula comparando o que acontece em Gaza com o que aconteceu na 2.ª Guerra Mundial parece dar boas pistas para explicar essa queda na avaliação do governo entre os evangélicos", disse o cientista político Felipe Nunes, da Quaest. O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, admitiu que a declaração do chefe do Executivo sobre um "Holocausto" em Gaza teve impacto no levantamento, mas disse que não haverá mudança de posicionamento.

 

Ainda entre os evangélicos, 48% avaliaram como negativa a gestão petista, um aumento de 12 pontos porcentuais em relação à sondagem anterior, de dezembro. Esse é o pior resultado no segmento desde o primeiro levantamento, de fevereiro de 2023. Por outro lado, 47% dos entrevistados responderam que o governo atual está melhor que o anterior, ante 38% que disseram preferir a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para 11%, os dois governos são iguais.

 

O Planalto olha para o eleitorado que classificou Lula como "regular" em uma ampla pesquisa feita sob demanda (não o levantamento de ontem) para pensar em ações que fariam alas desse segmento apoiar o presidente. Um exemplo seria a mulher evangélica com filhos, que teria a vida diretamente afetada caso escolas públicas fossem em tempo integral.

 

Os entrevistados também foram questionados sobre o trabalho que Lula vem fazendo na Presidência. Os que desaprovam o desempenho do petista são 46%, ante 43% em dezembro e 28% em fevereiro do ano passado. Os que aprovam eram 56% há um ano, 54% em dezembro e 51% agora. Nesse quesito, ponto de alerta é o eleitorado feminino, um dos grupos que deram sustentação a Lula em 2022. Agora, aprovação e desaprovação estão, pela primeira vez, quase empatadas na margem de erro: 51% das mulheres aprovam o trabalho do presidente e 45% desaprovam.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A milícia houthi prometeu neste domingo, 16, retaliar os EUA após uma série de bombardeios ordenados pelo presidente Donald Trump no sábado, 15, no Iêmen. A maior ação militar desde o retorno do republicano à Casa Branca, envolvendo ataques aéreos e navais, matou 31 pessoas, segundo o grupo iemenita, incluindo mulheres e crianças.

Mohamed al-Bukhaiti, um dos principais líderes houthis, afirmou que os ataques foram "injustificados" e prometeu responder na mesma proporção. "Responderemos à escalada com escalada", escreveu Bukhaiti na rede social X.

Pouco depois, a milícia reivindicou um ataque contra ao porta-aviões americano USS Harry Truman no Mar Vermelho. Os rebeldes afirmaram que dispararam 18 mísseis e um drone. O Pentágono não comentou a alegação.

Repetição

Os houthis, uma milícia xiita que conta com apoio do Irã, vêm realizando ataques contra Israel e ameaçando a navegação comercial no Mar Vermelho há mais de um ano, em solidariedade ao Hamas.

Os ataques americanos destruíram radares, defesas antiaéreas e sistemas de mísseis e drones, reduzindo a capacidade do grupo de interferir em rotas marítimas no Mar Vermelho. A estratégia é a mesma usada pelo governo de Joe Biden, embora Trump tenha dito que seu antecessor agiu de forma "fraca".

O Comando Central dos EUA, que publicou um vídeo mostrando a destruição de um complexo no Iêmen, afirmou que os ataques do fim de semana foram realizados com precisão para "defender os interesses americanos, dissuadir inimigos e restaurar a liberdade de navegação".

Os ataques atingiram a capital, Sana, além das províncias de Saada, al-Bayda, Hajjah e Dhamar. Segundo autoridades americanas, a pressão militar deve continuar por mais algumas semanas. No sábado, Trump exigiu que o Irã interrompa o apoio ao grupo.

Rússia

O conflito ganhou ramificações globais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, pediu ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em uma ligação telefônica, a suspensão dos ataques.

"Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar imediato do uso da força e a importância de que todas as partes participem do diálogo político para encontrar uma solução que evite um maior derramamento de sangue", disse a chancelaria russa, em comunicado.

No ano passado, a Rússia condenou os ataques dos EUA e do Reino Unido contra o Iêmen e tem mantido conversas com os iranianos, que estão cada vez mais próximos de Moscou. Na semana passada, China, Rússia e Irã realizaram um exercício naval conjunto no Golfo de Omã. Na sexta-feira, diplomatas dos três países se reuniram em Pequim e pediram o fim das sanções ao Irã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após acusar o ex-presidente Joe Biden de assinar documentos oficiais do governo americano utilizando uma auto pen, uma caneta automática para assinaturas em série, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, uma montagem com a foto oficial de Biden substituída por uma imagem do nome do democrata sendo assinado por uma máquina.

A provocação foi compartilhada numa publicação conjunta feita pelos perfis oficiais da Casa Branca e do POTUS (sigla em inglês para President of the United States) no Instagram.

"O verdadeiro presidente durante os anos Biden foi a pessoa que controlou a auto pen", disparou o magnata em publicação na sexta-feira, 14, à noite.

Na quinta, 13, durante entrevista para a rede de televisão americana Fox News, Trump já havia chamado Biden de "incompetente" ao acusá-lo de usar o dispositivo feito para duplicar assinaturas e comumente usados por celebridades para distribuição de produtos autografados.

"Se você observar, ele assina com auto pen", disparou. "São documentos importantes, você tem orgulho de assiná-los", mas "quase tudo foi assinado com auto pen". "Nunca deveria ter acontecido", finalizou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, devem conversar nesta terça-feira, 18, sobre as negociações pelo fim da guerra na Ucrânia. A discussão tratará da divisão de "certos ativos", como terras e usinas de geração de energia.

"Veremos se temos algo a anunciar talvez até terça-feira. Falarei com o presidente Putin na terça-feira", disse Trump a repórteres em coletiva a bordo do Air Force One durante um voo da Flórida, onde mora, para Washington, na noite do domingo, 16.

"Muito trabalho foi feito no fim de semana. Queremos ver se podemos dar um fim a essa guerra", continuou. A nova conversa entre os dois líderes nesta semana foi revelada pelo enviado especial da Casa Branca à Ucrânia, Steve Witkoff, no domingo.

O enviado disse que teve uma reunião positiva com Putin na semana passada que durou de três a quatro horas. Apesar de não dar detalhes da conversa, Witkoff afirma que ambos os lados "diminuíram as diferenças entre eles".

A Ucrânia já concordou em apoiar o cessar-fogo proposto pelos EUA. Mas o presidente Volodmir Zelenski acusa Putin de atrasar propositalmente as negociações enquanto tenta prender as forças ucranianas para melhorar sua posição nas discussões de cessar-fogo. (Com informações de agências internacionais).