Saiba o papel do presidente da Comissão de Educação e como Nikolas já se posicionou

Política
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) é o novo presidente da Comissão de Educação da Câmara. Por 22 votos a 15, o parlamentar do "núcleo duro" do bolsonarismo foi eleito nesta quarta-feira, 6, para um mandato de um ano à frente do colegiado responsável pela discussão e pelo encaminhamento de projetos relativos à educação pública do País.

 

A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro tem a maior bancada partidária da Casa e obteve vitórias significativas nas disputas pelos comandos das comissões, incluindo a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ficou com Carol de Toni (PL-SC).

 

A Comissão de Educação possui 41 membros e Nikolas, como presidente, deve influenciar a pauta do colegiado com temas caros à bancada conservadora, como a defesa da educação domiciliar (homeschooling) e o combate ao uso da linguagem sem marcação de gênero. Além disso, a Comissão da Câmara indica um orçamento robusto para investimentos em educação.

 

O que faz uma comissão permanente?

 

A função dos colegiados permanentes da Câmara é a apreciação das matérias antes que elas cheguem ao plenário da Casa. Além de aprovar ou não determinada proposta, as comissões modificam os projetos por meio de emendas e pareceres. Dessa forma, além do poder de tração, represando ou acelerando a tramitação das proposições, uma comissão permanente pode dar novos contornos aos textos.

 

Além de analisar projetos, as comissões permanentes da Câmara, assim como as do Senado, direcionam verbas por meio de emendas orçamentárias. Neste ano, a Comissão de Educação da Câmara tem R$ 180 milhões em emendas para investimentos em educação pública.

 

Homeschooling

 

No discurso de agradecimento, Nikolas fez menção ao chamado homeschooling, a educação domiciliar. Essa é uma bandeira antiga do deputado. Ele se declarou favorável à regulamentação da prática já na primeira eleição que disputou, para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. "Educação domiciliar deve ser defendida como um direito de todos", disse o então candidato a vereador no X (antigo Twitter) em 2020.

 

O homeschooling já foi aprovado pela Câmara em 2022 e a norma que regulamenta a prática no País está em análise do Senado, onde poderá receber revisões. Se aprovado pelos senadores com mudanças, o projeto precisará passar por novo crivo dos deputados federais. Caso retorne à Câmara ainda neste ano, é Nikolas quem acolherá a pauta na Comissão de Educação.

 

Linguagem sem marcação de gênero

 

Outro tema que deve entrar na pauta do colegiado sob o comando de Nikolas é a linguagem neutra, assunto que está no radar do deputado desde a legislatura municipal. Em Belo Horizonte, Nikolas foi o autor de um projeto de lei que proibiu expressões pronominais sem marcação de gênero em escolas da rede municipal. O projeto foi aprovado em 2023, quando Nikolas já era deputado federal.

 

"Perde a 'linguagem neutra', vence a língua portuguesa", disse Nikolas no X, quando a norma foi aprovada. A medida foi vetada pelo prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), mas o veto foi derrubado pelos vereadores, mantendo a vigência da lei.

 

O posicionamento faz parte da agenda conservadora defendida por Nikolas. Em 8 de março de 2023, no Dia Internacional da Mulher, Nikolas subiu à tribuna da Câmara vestindo uma peruca e ironizou mulheres transgênero, afirmando ser a deputada "Nikole". A atitude provocou represálias de colegas e um processo foi instalado no Conselho de Ética da Casa, que acabou arquivado.

 

'Expectativa total', diz autor de PL sobre 'linguagem neutra'

 

Na Câmara, há um projeto de autoria do deputado Junio Amaral (PL-MG) cuja proposta inicial era proibir linguagem sem marcação de gênero em bancas de concursos públicos. O projeto recebeu apensados, ou seja, foi encorpado com matérias semelhantes, e, atualmente, dispõe sobre a proibição dessas expressões em todas as instituições de ensino do País.

 

Ao Estadão, Amaral disse contar com "expectativa total" para a aprovação do projeto e espera que a matéria avance com a escolha de Nikolas para o comando da Comissão de Educação. Junio e Nikolas são próximos, integrando a bancada do PL de Minas Gerais. "Nikolas não só é um conterrâneo como um parceiro", afirmou o deputado. "Não só pela proximidade que temos como pelo interesse que ele tem no tema, tenho convicção que será pautado tão logo seja possível", disse.

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O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)