Como a oposição a Lula e aliados reagiram ao indiciamento de Bolsonaro pela PF

Política
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A base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com entusiasmo ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal (PF), após as conclusões do inquérito que investiga a falsificação de dados de cartões de vacina da covid-19. Os aliados do ex-presidente, por sua vez, buscaram minimizar o relatório da PF e defender o ex-chefe do Executivo.

 

Ao indiciar o ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, a PF correlacionou a fraude no sistema do Ministério da Saúde à apuração que o colocou no centro de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo os policiais, Bolsonaro e seus aliados podem ter emitido os cartões fraudulentos para poder entrar no exterior, aguardando a conclusão de uma ruptura democrática.

 

Nesta terça, 19, os advogados do ex-presidente afirmaram que souberam do indiciamento pela imprensa e que, embora tenham requisitado pessoalmente uma cópia dos documentos do caso no Setor de Processos Originários Criminais do STF, tiveram o acesso rejeitado pela Suprema Corte.

 

Após a divulgação do relatório da PF pela imprensa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho "01" do ex-presidente, minimizou as conclusões feitas pelos policiais entre a fraude nos cartões de vacina e o inquérito da tentativa de golpe. Flávio comparou o inquérito com a investigação em que Bolsonaro é acusado por "importunar intencionalmente" uma baleia-jubarte no litoral paulista.

 

"Se investigar direitinho dá pra achar uma relação da baleia com o 'golpe' também… inacreditável a que ponto chegou esse pequeno grupo dentro da honrosa Polícia Federal. O mundo se acabando com criminosos de verdade e se dedicam, exclusivamente, à perseguição política!", afirmou Flávio no X (antigo Twitter).

 

Quem também usou o caso da investigação sobre a importunação do mamífero para rebater as conclusões do inquérito da PF foi o presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL-MG). Com ironia, o mineiro disse nas redes sociais: "Após fraudar cartão de vacinação pra dar o golpe, Bolsonaro foi perturbar as baleias em extinção. Prenda-o!"

 

Também criticando a correlação feita pela PF, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho "02" de Bolsonaro respondeu a uma internauta que classificou o relatório como "narrativa": Não era golpe? Agora querem botar vacina no golpe? Meu Deus!", disse o parlamentar.

 

O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP) sugeriu que os crimes em que Bolsonaro foi indiciado não possuem "relevância". O parlamentar ainda alfinetou Lula, dizendo que o petista não pode "sair às ruas".

 

A ex-ministra dos Direitos Humanos e senadora, Damares Alves (Republicanos-DF) também usou as redes sociais para defender o ex-chefe do Executivo. Segundo Damares, Bolsonaro é vítima de uma "perseguição absurda".

 

Aliados de Lula cobram punição de Bolsonaro e listam outros casos em que o ex-presidente é investigado

 

A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR) declarou pelo X que a fraude "sempre foi a especialidade de Bolsonaro". A dirigente partidária também listou outros inquéritos no qual o ex-presidente é alvo, como o caso da venda ilegal de joias da Presidência da República, revelada pelo Estadão, e a tentativa de golpe após as eleições de 2022.

 

"(Bolsonaro) mente até hoje sobre seu governo nefasto, mas agora vai ter de enfrentar a verdade nos tribunais, porque o indiciamento que a PF mandou hoje para a PGR é só o primeiro de uma série. E aí, Covardão? Vai encarar ou vai fugir pra Miami?", disse Gleisi.

 

Também em referência aos outros casos em que Bolsonaro é investigado, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) disse que o indiciamento do ex-presidente pelo relatório da PF é "apenas a ponta do iceberg".

 

O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), disse que a condenação de Bolsonaro e seus aliados que foram indiciados nesta terça é "fundamental para a construção do futuro do Brasil".

 

A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) também usou as redes sociais para pedir a punição de Bolsonaro e os demais indiciados pela fraude nos cartões de vacina. "Que sejam responsabilizados e punidos por todas as suas falcatruas! Sem anistia!", disse.

 

O vice-líder do governo no Congresso Nacional, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), por sua vez, afirmou que Bolsonaro "zombou da morte de milhares de brasileiros e implementou uma política negacionista diante da pandemia".

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Um motorista invadiu uma zona de pedestres na cidade de Mannhein, no sudoeste da Alemanha, e atropelou dezenas de pessoas que celebravam o carnaval nesta segunda-feira, 3, segundo a polícia. Uma pessoa morreu.

A polícia da cidade, que fica a 80 quilômetros de Frankfurt e perto da fronteira com a França, disse ainda que um suspeito foi preso. A polícia também pediu que os moradores locais permanecessem em casa.

Testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters disseram que várias pessoas foram vistas caídas no chão após o atropelamento e que duas delas estavam sendo reanimadas pelas equipes de emergência.

A multidão atropelada participava de um desfile de rua de carnaval, que é celebrado em diversas regiões na Alemanha, ainda de acordo com a imprensa local.

O incidente ocorreu quando multidões se reuniam em cidades de várias regiões, incluindo a Renânia, na Alemanha, para desfiles que marcavam a temporada de carnaval.

Este é o segundo ataque como esse na Alemanha em menos de um mês. Em fevereiro, um motorista afegão atropelou dezenas de pessoas em Munique. O ataque, considerado terrorista pelas autoridades alemãs, matou mãe e filha e deixou diversas pessoas feridas.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na Truth Social nesta segunda-feira, 3, e disse que "amanhã à noite será grandioso", sem dar detalhes a que se referia. A publicação acontece em meio a negociações de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia, e às vésperas das tarifas contra Canadá e México entrarem em vigor.

Minutos antes, Trump publicou na sua conta na Truth Social que "o único presidente que não deu nenhuma terra da Ucrânia para a Rússia de Putin é o presidente Donald J. Trump". "Lembre-se disso quando os democratas fracos e ineficazes criticam, e as fake news alegremente divulgam qualquer coisa que eles dizem!", acrescentou.

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O ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, ressaltou a necessidade da Europa reforçar o investimento no setor de defesa, após o desentendimento entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na Casa Branca, na sexta-feira, 28. A fala aconteceu em entrevista para a rádio France Inter, nesta segunda-feira.

De acordo com o representante francês, o encontro entre os líderes no Salão Oval poderia ter sido melhor. "Precisamos levantar a nossa defesa para deter a ameaça", disse ao mencionar a "terceira guerra mundial" citada pelo líder americano na semana passada.

Na ocasião, Barrot afirmou que o desejo é de paz "sólida e duradoura" e que o presidente da França, Emmanuel Macron, mantém contato frequente com o republicano.