Relatório final da transição critica 'herança socialmente perversa' de Bolsonaro

Política
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O gabinete de transição entregou nesta quinta-feira, 22 ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o relatório final da equipe, que reuniu o trabalho de quase mil pessoas, a maioria delas atuando como voluntários. O documento, de 100 páginas, é dividido em quatro temas principais: "a radiografia do desmonte de políticas públicas", "o mapeamento das emergências fiscais e orçamento público", "sugestões de medidas para revogação e revisão" e a "proposta de nova estrutura organizacional dos Ministérios".

"O presente texto sintetiza a real situação em que o País se encontra. A ampla radiografia aqui realizada lança luz sobre o desmonte do Estado brasileiro e das políticas públicas durante os quatro anos do governo Bolsonaro", diz a introdução do documento, que segue às críticas ao atual gestão falando da "herança socialmente perversa e politicamente antidemocrática" deixada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). "Principalmente para os mais pobres", destaca.

No documento, estão destacados, entre outros, que 14 mil obras estão paradas no Brasil, e que 93% das estradas federais não possuem contratos para manutenção; na área da saúde, 50% das crianças não foram vacinadas com a dose de reforço da poliomielite; e na área da cultura, o orçamento para o setor foi reduzido em 90%.

No campo das revogações, além de promessas de campanha como o revogações dos sigilos de 100 anos impostos pelo atual governo, o documento também sugere a revogação de atos que avançam processos de desestatização de estatais, entre elas a Petrobras, os Correios, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O gabinete da transição, coordenado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), contou com mais de 32 grupos temáticos que trabalharam durante 34 dias, entre 8 de novembro e 12 de dezembro de 2022. Os relatórios, diz o documento, serão entregues aos respectivos ministros. O relatório também destacou que, dos 50 cargos remunerados disponíveis pela lei, foram utilizados apenas 22.

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

"Esta parceria econômica posiciona nossos dois países para trabalhar em colaboração e investir juntos para garantir que nossos ativos, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação econômica da Ucrânia", diz o comunicado do departamento americano.

"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

"E para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu a máquina de guerra russa poderá se beneficiar da reconstrução da Ucrânia", pontua Bessent.

O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

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Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

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A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.