Bolsonaro manda aliados deixarem palanque em evento com Jorginho Mello em Baneário Camboriú

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou no último sábado, 30, e mandou aliados políticos descerem do palanque onde estava prestes a fazer um discurso para apoiadores. "Quem não tem mandato, até o meu segurança, pode descer", disse após a execução do Hino Nacional. A cena ocorreu na Avenida Atlântica, a principal de Balneário Camboriú (SC), no litoral catarinense. Segundo o ex-presidente, havia muita gente no palco, o que atrapalhava a visão do público.

 

"Vamos descer todo mundo aí. Quem é candidato a qualquer coisa, desce, não é comício político", emendando, em seguida, que um evento do tipo ainda será organizado por ele na cidade para as eleições municipais.

 

Depois da "reorganização", ficaram no palco cerca de 12 pessoas, incluindo o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), o senador Jorge Seif (PL-SC) e o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL).

 

Bolsonaro mantém uma relação próxima com o governador, que chegou a antecipar o retorno de uma viagem a Dubai, nos Emirados Árabes, em fevereiro deste ano, para comparecer ao ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista. Ele foi um dos quatro governadores presentes no ato, ao lado de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

 

Jorginho aparece em vídeos antes e durante o evento usando duas camisetas distintas em referência a Bolsonaro, que disse ser sempre bem-vindo ao Estado. Na troca de afagos, Bolsonaro introduziu Jorginho como "meu governador, o melhor da região Sul, senão do Brasil".

 

Inelegível até 2030, o ex-presidente afirmou que "não vai desistir do Brasil" em seu discurso. O evento, que ocorreu durante o feriado da Páscoa, também teve uma oração coletiva, conduzida por um pastor vestindo uma camisa verde e amarela, com uma cruz estampada.

 

Jair Renan, o filho "04", também participou do encontro com apoiadores. No último dia 25, ele se lançou oficialmente como pré-candidato ao cargo de vereador nas eleições deste ano. Natural do Rio, ele mora na cidade do litoral catarinense, onde exerce, desde março de 2023, a função de auxiliar parlamentar em escritório de apoio do senador Jorge Seif.

 

O filho de Bolsonaro é réu na Justiça e vai responder à ação penal pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Jair Renan é acusado de usar uma declaração de faturamento falsa da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir empréstimos bancários ao longo dos dois últimos anos. A defesa diz que ele foi vítima de golpe e que "tudo ficará esclarecido no curso do processo".

 

Seif também enfrenta problemas na Justiça. O senador bolsonarista será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, 4, e poderá ter o mandato cassado. O Tribunal vai avaliar se serviços foram omitidos na declaração de doações eleitorais do senador. Luciano Hang, também catarinense e empresário dono das lojas Havan, teria contribuído com R$ 380 mil à campanha. Se condenado, o parlamentar perderá o mandato e ficará oito anos inelegível.

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O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, deve se reunir com o rei Charles III nesta segunda-feira, 3, quando discutirá as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tornar o Canadá o 51º Estado de seu país.

O rei foi criticado no Canadá por ficar em silêncio sobre as ameaças de Trump de anexar o Canadá.

Trudeau disse em Londres neste domingo, 2, que discutirá assuntos importantes para os canadenses com o rei Charles e afirmou: "Nada parece mais importante para os canadenses agora do que defender nossa soberania e nossa independência como nação". Charles é o chefe de Estado do Canadá, que é um membro da Comunidade Britânica de ex-colônias.

No geral, o movimento antirrealeza no Canadá é pequeno, mas o silêncio do monarca sobre as ameaças de Trump tem estimulado conversas nos últimos dias.

O ex-primeiro-ministro de Alberta Jason Kenney disse que, "para os canadenses decepcionados que o rei Charles não comentou (sobre as ameaças de Trump), ele só pode agir seguindo o conselho do primeiro-ministro do Canadá". "O governo do Canadá deve pedir ao chefe de Estado para ressaltar a soberania canadense", escreveu Kenney no X.

O rei, que se encontrou neste domingo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidou Trump para uma visita de Estado à Escócia.

O acadêmico Philippe Lagassé disse que o governo do Reino Unido provavelmente lutará contra possíveis conselhos de Trudeau para que o rei fale em nome do Canadá, mas Daniel Béland, professor de ciência política na Universidade McGill, em Montreal, disse que muitos canadenses gostariam de uma declaração pública do rei e que eles podem ficar bravos se isso não acontecer.

Béland disse que espera que Trudeau levante, primeiramente, essa questão com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. "Este é um assunto diplomático altamente delicado e eles devem agir com muito cuidado, não apenas por causa do contexto internacional tenso e da potencial reação pública negativa do presidente Trump, mas também porque qualquer erro aqui pode prejudicar a imagem e a legitimidade política da monarquia", disse Béland.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, afirmou neste domingo, 2, que o acordo sobre minerais está pronto para ser assinado, enquanto busca avançar as negociações além das disputas políticas nos Estados Unidos.

Em uma entrevista transmitida pela BBC, Zelensky destacou que não era apropriado manter tais conversas completamente abertas, pois "os inimigos podem tirar vantagem" de possíveis desentendimentos entre aliados. Ele evitou se aprofundar em conflitos políticos e enfatizou seu foco em promover discussões "construtivas" sobre o futuro.

"Se formos construtivos, o resultado positivo virá", declarou, segundo reportagem do The Guardian.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de retomar negociações com Donald Trump, Zelensky afirmou que viajou "12 horas de trem e depois mais 11 horas de avião porque o presidente dos Estados Unidos me convidou". Segundo ele, os EUA são um dos principais parceiros da Ucrânia. "Para mim, estar na Casa Branca quando sou convidado é um gesto de respeito."

Segundo o The Guardian, Zelensky reforçou que a intenção nunca foi "insultar" ninguém e que sempre buscou negociações bipartidárias com todas as forças políticas dos EUA. No entanto, ressaltou a importância de garantir que a posição da Ucrânia fosse devidamente ouvida, mantendo o foco no engajamento "construtivo" com os Estados Unidos.

Zelensky também enfatizou que a Rússia é a parte agressora no conflito e alertou contra qualquer tentativa de reescrever a narrativa da guerra, insinuando uma falsa equivalência entre as nações.

Curiosamente, o presidente ucraniano optou por falar por meio de um intérprete e recusou-se a se expressar em inglês.

Acordo de paz

Zelensky também rejeitou a sugestão de assinar um acordo de paz que envolvesse a entrega dos territórios ocupados pela Rússia, classificando essa possibilidade como "uma separação forçada de nossas terras" e "uma coerção" que poderia levar a novas hostilidades no futuro.

"Acredito que os países que nos apoiam, ou que talvez queiram atuar como mediadores nesta guerra, compreendem que, se o conflito terminar de forma injusta, será apenas uma questão de tempo até que as pessoas busquem essa justiça", afirmou.

"Não queremos nada que não nos pertença", enfatizou.

A França e a Grã-Bretanha propuseram um cessar-fogo de um mês na Ucrânia "no ar, nos mares e na infraestrutura energética", disse o presidente francês Emmanuel Macron ao jornal Le Figaro.

Macron não falou com repórteres ao sair da cúpula de líderes sobre a defesa da Ucrânia em Londres, mas falou com o Le Figaro a caminho da cúpula.

O presidente francês disse que ele e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, elaboraram uma trégua que duraria um mês. Os soldados só seriam enviados ao solo em um estágio posterior.

"Não haverá tropas europeias em solo ucraniano nas próximas semanas", disse. "A questão é como usaremos esse tempo para tentar obter uma trégua acessível, com negociações que levarão várias semanas e, então, uma vez que a paz seja assinada, uma mobilização."

Questionado em uma entrevista coletiva se ele estava ciente do plano colocado na mesa por Macron e Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, sem dar mais detalhes, de acordo com uma tradução da BBC: "Estou ciente de tudo".