Anielle Franco se filia ao PT na presença de Lula, acirrando disputa por vice de Paes no Rio

Política
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Uma das cotadas para ocupar a posição de vice na chapa liderada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição à Prefeitura do Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, vai se filiar ao PT nesta terça-feira, 2. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, uma das principais apoiadoras da indicação de Anielle para vice de Paes.

 

Apesar de a filiação no Rio marcar um avanço na articulação para que Anielle chegue nas eleições como vice de Paes, isso não encerra a discussão. De um lado, ainda não há consenso no PT quanto à indicação da ministra. De outro, parte do PSD defende uma chapa puro-sangue para a disputa na capital fluminense. Além disso, o PDT também pleiteia a posição de vice.

 

Irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em 2018, Anielle é a aposta do PT para aumentar o peso da sigla no Rio de Janeiro. Dentro do partido, existe a avaliação de que a ministra poderá ser uma importante puxadora de votos em 2026, por exemplo. Para este ano, contudo, o nome de Anielle já é cotado para a vice de Paes, tendo Janja como uma das principais defensoras da indicação.

 

Em novembro de 2023, a ministra e a primeira-dama trabalharam juntas para entregar a Lula nomes de juízas negras para indicação à vaga deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente acabou indicando seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao cargo.

 

Perguntada se tem interesse em concorrer ao cargo de vice-prefeita, Anielle disse ao Estadão que está focada na gestão do Ministério da Igualdade Racial neste momento. "Por ora, quero fortalecer mulheres e homens negros e periféricos nessas eleições e o PT será o caminho pra isso", acrescentou sobre as eleições no Rio.

 

O evento de filiação da ministra está agendado para às 18h no Circo Voador, localizado na Lapa, região central do Rio. Antes de comparecer ao evento, Lula participará da inauguração de um instituto de matemática com Paes. Durante a agenda conjunta, é esperado que o presidente e o prefeito discutam a aliança em gestação para as eleições de outubro deste ano.

 

Para pavimentar seu caminho rumo à reeleição, quando deverá enfrentar um candidato da direita bolsonarista, Paes aposta, desde a campanha presidencial de 2022, na volta da aliança com o presidente Lula, que no passado já garantiu recursos para as obras da Olimpíada de 2016, para se fortalecer na base progressista do Rio.

 

Embora espere contar com o apoio de Lula na disputa, Paes ainda não definiu quem será o candidato a vice-prefeito em sua chapa. Uma ala do partido do prefeito defende a tese de chapa puro-sangue, argumentando que, caso seja reeleito, Paes será o candidato natural do PSD para o governo do Estado. Assim, o vice eleito em 2024 vai assumir à Prefeitura dois anos depois. Para membros do PSD, não faz sentido vencer a disputa e entregar o comando do Rio para outro partido.

 

Os cotados para formar uma chapa puro sangue com Paes são o deputado federal Pedro Paulo, presidente estadual do PSD; o secretário de Saúde, Daniel Soranz, que é deputado federal licenciado; e o deputado estadual Claudio Caiado.

 

Membro da base aliada, o PDT também deseja ocupar a vice de Paes. Em uma entrevista ao Estadão, o presidente nacional licenciado da sigla, ministro Carlos Lupi (Previdência Social e Trabalho), afirmou que sugeriu o nome da ex-delegada e deputada estadual Martha Rocha (PDT) para ser a vice na chapa do prefeito Eduardo Paes. Segundo Lupi, caso Paes não aceite a proposta, o PDT irá lançar Martha como candidata à Prefeitura do Rio.

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Edmundo González, líder da oposição na Venezuela e que foi reconhecido pelos Estados Unidos como o vencedor das mais recentes eleições presidenciais no país sul-americano, começou neste sábado, 4, uma série de viagens internacionais que o levarão para Washington dias antes de Nicolás Maduro assumir o terceiro mandato como presidente venezuelano.

Diplomata aposentado, González viajou para o exílio na Espanha em setembro depois de um juiz emitir um mandado de prisão contra ele na Venezuela, em seguida às eleições presidenciais de 28 de julho. Maduro foi declarado o vencedor da disputa pelo Conselho Nacional Eleitoral, órgão composto por pessoas leais ao governo atual.

Nas últimas semanas, González tem dito que viajará à Venezuela para tomar posse como presidente, mas não disse como pretende retornar nem como planeja contestar Maduro, cujo partido controla todas as instituições e os militares da Venezuela.

O próximo mandato presidencial começa em 10 de janeiro. "Por qualquer que seja o meio necessário, eu estarei lá", disse González.

Na quinta-feira, Maduro anunciou uma recompensa de US$ 100 mil para quem trouxesse informações sobre o paradeiro de González.

Durante uma entrevista coletiva, González disse que viajará no sábado para os EUA, onde espera conversar com o presidente do país, Joe Biden, após uma breve visita ao Uruguai para uma reunião com o presidente Luis Lacalle Pou. Ele também pretende visitar o Panamá e a República Dominicana. Hoje ele estava na Argentina, onde trabalhou como embaixador.

Os EUA e a maior parte dos países europeus rejeitaram os resultados oficiais das eleições na Venezuela, afirmando que as autoridades não apresentaram resultados detalhados a respeito da disputa. Em paralelo, a oposição apresentou atas de 85% das urnas do país mostrando que o vencedor das eleições foi González. Fonte: Associated Press.

O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, disse que vai renunciar ao cargo nos próximos dias depois de as negociações para formar um novo governo no país fracassarem pela segunda vez.

"Tentamos tudo até agora. Um acordo sobre os principais pontos não é possível, então não faz sentido para um futuro positivo para a Áustria", disse Nehammer, do Partido Popular, para a rede austríaca ORF.

O anúncio foi feito após o Partido Popular e o Partido Social-Democrata continuarem as conversas para a formação de um governo, um dia depois de o partido Neos abandonar as negociações. As informações são da Associated Press.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos informou ao Congresso do país que pretende vender US$ 8 bilhões em armas para Israel. Parte dos armamentos está estocada e pode ser fornecida imediatamente, mas a maioria deles levaria um ano ou mais para ser entregue, disseram duas pessoas sob condição de anonimato, porque o aviso aos congressistas ainda não foi despachado formalmente.

A notificação informal dada pela Casa Branca ao Congresso não é a última etapa antes de a venda ocorrer. Agora, os líderes da Comissão de Assuntos Estrangeiros da Câmara dos Representantes ou a Comissão de Relações Internacionais do Senado podem revisar o pacote.

A venda inclui mísseis ar-ar de médio alcance para ajudar Israel a se defender de ameaças aéreas, mísseis Hellfire AGM-114, bombas de 500 libras, projéteis de artilharia de 155 milímetros para longo alcance, entre outros itens.

O pacote de armas se somará a um auxílio militar de pelo menos US$ 17,9 bilhões dado pelos Estados Unidos a Israel desde os ataques conduzidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deram início à guerra entre os israelenses e o grupo muçulmano.

O governo do presidente Joe Biden sofreu críticas por causa das crescentes mortes de civis palestinos durante o conflito. Houve manifestações em universidades e iniciativas fracassadas no Congresso conduzidas por alguns políticos governistas para bloquear as vendas de armamentos a Israel.

Os Estados Unidos pausaram o envio de bombas de 2.000 libras a Israel em maio do ano passado por preocupações com as mortes de civis caso as armas fossem usadas durante operações na cidade de Rafah, ao sul de Gaza. O governo Biden exigiu que Israel aumentasse a ajuda humanitária enviada à região. Em novembro, porém, recusou-se a limitar as transferências de armas a Israel.

Recentemente, Israel vem conduzindo ataques a Gaza que mataram dezenas de pessoas. Desde o início da guerra, dezenas de milhares de pessoas foram mortas. Na sexta-feira, o exército israelense disse que atingiu dezenas de pontos de encontro e centros de comando do Hamas em Gaza.

Os militares de Israel afirmaram que tinham como alvo apenas membros do Hamas, e culparam o grupo pelas mortes de civis, alegando que os soldados adversários operam em áreas residenciais densamente povoadas. Fonte: Associated Press