Robôs impulsionaram críticas de Elon Musk a Alexandre de Moraes no X, mostra estudo

Política
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O Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicou um levantamento sobre o embate entre o empresário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no X (antigo Twitter). Analisando publicações sobre o tema, os pesquisadores identificaram que quase metade (47,9%) dos perfis que endossaram os argumentos de Musk, responsáveis por 53,7% dos compartilhamentos analisados, foram classificados como inautênticos - popularmente conhecidos como bots ou robôs.

A pesquisa identificou e analisou cerca de 90,6 mil postagens, publicadas entre os dias 8 e 9 de abril. As publicações partiram de 39 mil contas que postaram conteúdo em inglês e 30,5 mil em português. Os pesquisadores concluíram que 40,7% das postagens em inglês foram a partir de contas inautênticas, enquanto nos perfis em português essa taxa foi de 33,4%.

O próprio bilionário se diz contra a presença dos robôs na plataforma, comprada por ele em outubro de 2022. Naquele ano, Musk solicitou uma investigação para averiguar os números da plataforma, afirmando que poderiam chegar a 20% do total de contas existentes. Na última semana, ele afirmou que novos usuários do X terão que pagar "pequenas taxas" para publicar mensagens na rede durante os três primeiros meses, como medida para combater os bots.

No grupo que endossa o discurso de Musk, entre os usuários reais, ganham destaque os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Marcel Van Hatten (Novo-RS) e o influenciador Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, último a governar o País na ditadura militar. Paulo teve sua conta restrita por ordem judicial e é investigado por desinformação e ataques à democracia.

O outro grupo, que aponta inconsistências e distorções no discurso de Musk, é composto de 35,5% de bots contra 58,6% de contas verdadeiras. Não foram categorizadas 5,7% das contas. Entre os perfis verdadeiros, estão o do Sleeping Giants Brasil, o da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o do influenciador Felipe Neto.

Outra diferença entre os dois grupos, de apoio e críticas ao bilionário, é a data de criação dos perfis. A comunidade em torno de Musk é formada por 31% de perfis criados nos últimos 24 meses. Entre os bots desse grupo, a taxa sobe para 44,5% de perfis criados recentemente. No grupo oposto, crítico a Musk, 19% dos perfis foram criados nos últimos dois anos. Entre os bots, foram 31%.

O NetLab desenvolveu um classificador com ajuda de inteligência artificial para identificar as contas inautênticas, ou seja, que não pertencem ou não representam uma única pessoa, como no caso dos bots - quando um mesmo usuário pode controlar, por meio de softwares, diversas contas falsas que executam tarefas automatizadas. O modelo de machine learning desenvolvido pelo laboratório tem acurácia (proximidade entre a medição e o valor real) de 73% e precisão (consistência nas medições repetidas) de 64%.

Há duas semanas, Musk tem instigado uma campanha contra instituições brasileiras, principalmente em desfavor do STF e de Moraes. O empresário afirmou que o ministro é "contra a democracia", acusando-o de autoritarismo e de praticar censura no País.

Moraes deu cinco dias para a rede social se manifestar sobre um relatório da Polícia Federal (PF) que aponta que o X permitiu a transmissão de lives por seis perfis bloqueados por decisão judicial. O prazo vence nesta sexta, 26. No conflito entre Musk e a Justiça brasileira, o empresário ameaçou não cumprir decisões judiciais, e, como resposta, Moraes o incluiu no inquérito das milícias digitais.

Deputados americanos entraram na discussão e publicaram ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão que determinou a retirada de conteúdos ou perfis do ar. A suposta "perseguição" à direita brasileira tem sido usada por parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar fundamentar a tese de que o magistrado pode estar atuando para além de suas competências judiciais. No último domingo, 22, no ato organizado por ele na praia de Copacabana, no Rio, Bolsonaro teceu elogios ao bilionário, a quem chamou de "mito da liberdade".

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A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, alertou nesta terça-feira, 6, para um possível conflito "inevitável" com a Índia, motivado pela disputa por recursos hídricos e por um ataque que matou sete soldados paquistaneses e foi atribuído por autoridades paquistanesas aos indianos. As informações são da imprensa local.

Segundo um canal de TV do país, Asif afirmou que um confronto com a Índia está próximo. "Foi dito no briefing de hoje que a agressão da Índia é esperada", declarou. Ele também teria ameaçado retaliar caso o governo indiano bloqueie o fluxo de água destinado ao Paquistão.

"Se os governantes indianos tentarem bloquear a água do Paquistão, eles vão se afogar nela", disse Asif, segundo a mídia local. O ministro ainda teria afirmado que o país está pronto para destruir qualquer estrutura construída pela Índia no rio Indo.

As declarações vieram poucas horas após um atentado no sudoeste do Paquistão. Uma bomba caseira atingiu um veículo militar no distrito de Kachhi, matando sete soldados. O Exército paquistanês responsabilizou o grupo armado Baloch Liberation Army (BLA), que, segundo o Paquistão, teria ligações com a Índia, que nega. A Al Jazeera observou que não há evidências públicas dessa conexão, e nem o BLA nem o governo indiano comentaram as acusações.

O presidente Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque e elogiaram o sacrifício das forças de segurança. A tensão aumentou ainda mais depois que o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia passará a reter águas antes compartilhadas com o Paquistão. "Antes, a água da Índia também ia para fora. Agora, a água da Índia fluirá para sua parte... e será utilizada pela própria Índia", disse Modi, segundo a Reuters.

O Paquistão já havia advertido que qualquer interferência em seus rios seria vista como um "ato de guerra", conforme reportou a France 24. O tratado de 1960, que garantia ao Paquistão o uso de 80% da água para fins agrícolas, foi suspenso por Nova Délhi após um ataque terrorista na Caxemira indiana, atribuído a militantes ligados ao Paquistão.

*Com informações da Associated Press

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira, 6, com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes discutiram aspectos da situação atual no Oriente Médio, além de "algumas questões bilaterais urgentes", de acordo com uma mensagem russa enviada via Telegram.

Hoje, o líder russo também conversou com o presidente da República Islâmica do Irã, Masoud Pezeshkian, sobre questões relativas ao desenvolvimento da cooperação entre os dois países com base no Tratado Bilateral de Parceria Estratégica Abrangente, assinado durante uma visita oficial do presidente iraniano à Rússia em 17 de janeiro.

"Foi dada especial atenção à expansão de laços mutuamente benéficos no comércio e na economia, inclusive por meio da implementação de importantes projetos conjuntos em transporte e energia", mencionou outra nota do governo russo no Telegram.

"Os líderes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais urgentes, incluindo o andamento das negociações entre o Irã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que estão sendo mediadas por Omã", acrescenta a nota, que menciona a disposição russa para facilitar o diálogo e alcançar o acordo "justo, baseado nos princípios do direito internacional".