Policiais militares do DF são presos por suposta tortura a soldado em curso de treinamento

Política
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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) cumpriu 15 mandados de prisão contra policiais militares acusados de torturar um soldado durante um curso de formação do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), que atua na capital do País. A operação foi realizada nesta segunda-feira, 29, por uma força-tarefa encabeçada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

As prisões se deram após o soldado Danilo Martins, de 34 anos, procurar o MP para denunciar torturas que ocorreram durante o curso de formação. A PMDF afirmou que instaurou uma sindicância para apurar as denúncias e o advogado de 12 dos 15 alvos disse que busca acesso aos autos da operação.

Danilo disse ao MP que foi agredido e humilhado pelos colegas que queriam que ele desistisse do treinamento. Soldado ficou internado por seis dias depois de uma sessão de oito horas de tortura. Ele declarou que as agressões acabaram apenas quando ele assinou um termo de desistência do curso de formação.

Além do mandado de prisão contra os policiais, o Ministério Público ordenou a apreensão dos celulares dos alvos. O comandante do batalhão, tenente-coronel Calebe Teixeira das Neves, foi afastado. Os presos estão detidos provisoriamente no 19º Batalhão da PM, que fica na Penitenciária da Papuda.

Na denúncia que foi encaminhada ao Ministério Público, Danilo disse que teve gás lacrimogêneo e gás de espuma atirados no rosto, e que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta. O soldado também alega ter sido agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e estômago.

O soldado também afirmou que, enquanto esteve no hospital, foi diagnosticado com insuficiência renal, ruptura do músculo esquelético e no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.

Em nota, o advogado Marcos Barrozo, que representa o soldado que alega ser torturado, afirma que ele sofreu lesões que "deixarão marcas profundas" ao longo da vida: "O curso de formação, que deveria ser um espaço de aprendizado e preparação para o exercício da função pública, transformou-se em um cenário de horror e violência inaceitável".

"Exigimos das autoridades competentes uma investigação rigorosa e imparcial sobre o ocorrido, bem como a responsabilização dos envolvidos, sejam eles quem forem. Além disso, instamos as instituições responsáveis a adotarem medidas concretas para prevenir a ocorrência de casos semelhantes no futuro e para garantir que todos os indivíduos sejam tratados com respeito e dignidade", afirmou.

PM do DF diz que 'não há que se falar em tortura'

Em nota, a PM-DF afirmou que Danilo pediu desligamento após passar pela etapa inicial do curso: "Apesar de sair do batalhão alegando que estava bem, o referido aluno procurou atendimento hospitalar apresentando quadro compatível com rabdomiólise e alegando ter sido agredido".

A PM disse também que instaurou uma sindicância para apurar o caso, que está sendo acompanhada pelo Ministério Público. O policial responsável pela coordenação do curso solicitou o seu desligamento voluntário "para que as apurações transcorra da forma mais transparente possível".

"Não há que se falar em tortura, pois, todas as circunstâncias estão sendo apuradas e todas as imputações legais serão manifestas em momento oportuno, respeitando todos os trâmites legais, em especial a ampla defesa e contraditório dos envolvidos. A PMDF está em contato com o policial e a família prestando todo apoio possível", afirmou a corporação.

Defesa diz que está adotando medidas para libertar policiais

Em uma nota enviada ao Estadão, o advogado Marcelo Almeida, que representa 12 dos 15 alvos da operação, afirmou que está adotando "todas as medidas legais pertinentes para o fim de restabelecer a liberdade de todos".

Segundo Almeida, os policiais não foram notificados para prestar esclarecimentos sobre os fatos que levaram à prisão, sendo "surpreendidos" com as prisões. "A defesa técnica buscará trazer aos autos suas versões, para que então o Poder Judiciário possa aplicar o Direito da melhor forma", afirmou.

O Estadão procurou a defesa dos outros três policiais, mas não obteve retorno.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.