Senado analisa projeto que suspende impostos para obras de reconstrução após catástrofes

Política
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O Senado Federal discute estabelecer um regime especial de tributação que suspende a cobrança de impostos federais em obras de reconstrução de infraestrutura básica afetada por catástrofes reconhecidas pelo poder público, como no caso das enchentes no Rio Grande do Sul. O objetivo é reduzir os custos de empreendimentos que beneficiam populações atingidas por desastres.

O projeto de lei 1.649, de autoria do senador Wilder Morais (PL-GO), propõe ainda dar o mesmo respaldo tributário para empreendimentos que sejam de relevante interesse nacional. O texto determina que a não tributação está condicionada à conclusão das obras e que fica ao encargo do poder Executivo ou do Congresso Nacional a tarefa de determinar o estado de catástrofe ou se a construção é de relevância suficiente para que os possíveis beneficiários possam optar pelo regime especial.

O projeto se encontra na Comissão de Infraestrutura (CI) e aguarda nomeação do relator. Depois de passar pela CI a proposta segue à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) onde será avaliado. Por fim, se aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) sem recurso para votação em Plenário, o texto segue diretamente para a Câmara dos Deputados.

A proposta surge no encalço da catástrofe que atingiu o Estado do Rio Grande do Sul, onde enchentes afetaram cerca de 2 milhões de pessoas em 441 municípios, com 600 mil tendo que deixar suas casas e 71 mil alojadas em abrigos. Em boletim da noite deste sábado, 25, a Defesa Civil gaúcha informou que o número de mortos pela catástrofe chegou a 165, com 64 pessoas ainda desaparecidas

Um cálculo inicial do governo do Rio Grande do Sul estimou em R$ 19 bilhões a quantia necessária para enfrentar os impactos das inundações, que além de casas, comércios, áreas agrícolas, indústrias e outras construções, destruíram também parte da infraestrutura do Estado.

Ao portal do Senado Federal, para justificar a apresentação do projeto, o senador Wilder, além de citar catástrofes climáticas como a do Rio Grande do Sul, destacou que o Brasil também é atravessado por tragédias industriais. O parlamentar relembrou o caso do rompimento das barragens de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, em que as cidades ficaram submersas em lama tóxica da atividade de mineração e tiveram, além de seus rios poluídos por dejetos, centenas de mortes e destruição de casas e comércios e outras construções.

"O que acontece no Rio Grande do Sul não é um caso isolado. Distúrbios climáticos que geraram forte chuva recentemente também se verificaram nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo [...] esta proposição contribuirá como auxílio para a recuperação das áreas afetadas pelas catástrofes e para a realização de obras de relevante interesse nacional, atendendo os postulados constitucionais da solidariedade e do desenvolvimento nacional"

Senado debate catástrofe no Rio Grande do Sul

Na próxima segunda-feira, 27, o Senado Federal realizará no plenário da casa uma sessão de debate sobre a catástrofe climática que atinge o estado do Rio Grande do Sul. O presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é o responsável por abrir o evento que contará com a presença de representantes do governo federal, do governo do Rio Grande do Sul e dos municípios gaúchos atingidos pelas enchentes.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, também vão estar presentes. A realização do debate atende a um requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS) que menciona as "cenas de guerra" vistas no Estado e a necessidade da união dos poderes da República e dos governos estaduais e municipais para dar assistência às vítimas.

A lista de convidados para a sessão de debate, definida pela Comissão Temporária Externa do Rio Grande do Sul, inclui especialistas como o geólogo Rogério Porto; o climatologista Carlos Afonso Nobre; a professora Mercedes Bustamante; Suely Araújo, representando o Observatório do Clima; o ambientalista e líder indígena Ailton Krenak; e o cientista Paulo Moutinho.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, 90% da indústria foi atingida pelas cheias. Ao mesmo tempo, houve perda de grande parte da safra e extensas áreas agricultáveis permanecem alagadas. Além de R$ 50,9 bilhões em medidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Senado aprovou a suspensão da dívida do Estado com a União por três anos.

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Prestes a completar 100 dias de governo com a aprovação em queda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou novos decretos com foco na imigração e nas polícias nesta segunda-feira, 28. Uma das ordens do republicano mira nas "cidades santuário", status que limita a cooperação para prisões e deportações de imigrantes sem documentos.

O presidente ordenou que a procuradora-geral, Pam Bondi, e a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, publiquem uma lista com as "cidades santuário" e adotem "todas as medidas legais" contra aquelas que continuarem se opondo às políticas contra imigração. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que essas cidades "obstruem" a aplicação da lei.

Em outro decreto assinado nesta segunda-feira, Trump determinou que o governo forneça apoio jurídico aos policiais acusados de irregularidades. Além de revisar as restrições para atuação das polícias e equipá-las com aparatos militares. Karoline Leavitt, disse que ordem deve "liberar as forças de segurança dos Estados Unidos para perseguir criminosos".

O terceiro decreto reforça as regras já existentes que exigem que os motoristas de caminhão profissionais tenham proficiência em inglês. A ordem de Trump afirma que esse "deve ser um requisito de segurança inegociável para motoristas profissionais."

Trump assinou os decretos um dia antes de completar 100 dias de governo. A Casa Branca programou uma série de eventos ao longo da semana para promover as ações do presidente, começando pela repressão contra imigração.

'Cidades santuário' na mira

À medida que tenta acelerar as deportações, a Casa Branca tem se mostrado cada mais irritada com as cidades que limitam ou bloqueiam a cooperação para a prisão de imigrantes sem documentos.

O governo já processou a cidade de Rochester, em Nova York, acusando as autoridades locais de obstruir ilegalmente a aplicação das leis sobre imigração.

O prefeito Malik Evans e o presidente da Câmara Municipal Miguel Meléndez, ambos democratas, criticaram a ação. "O que se vê na denúncia é mais teatro político do que prática jurídica", disseram em nota na sexta-feira. "A cidade de Rochester está comprometida em investir seus recursos na segurança pública para todos, e não em fazer o trabalho de fiscalização de imigração do governo federal."

O Departamento de Justiça também entrou com ação contra uma juíza de Milwaukee, detida na semana passada, acusada de obstruir a prisão de um imigrante.

Mesmo antes dos novos decretos, o Departamento de Segurança Interna já revisava bilhões de dólares em subsídios a cidades e estados, para garantir que estivessem em acordo com as prioridades do governo em matéria de imigração.

Um juiz federal de San Francisco bloqueou temporariamente a suspensão de verbas federais para cidades e condados que não cooperassem com as autoridades de imigração.

Assessores de Trump veem as "cidades santuário" como um dos principais obstáculos para a deportação em massa que o republicano prometeu em campanha.

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, acusou governadores e prefeitos democratas de travarem uma "guerra" contra as autoridades federais. Segundo ele, democratas estariam permitindo que "imigrantes ilegais saíssem livres para estuprar e matar".

Tom Homan, o "czar da fronteira", disse mais cedo que o governo já realizou 139 mil deportações - abaixo do ritmo registro no último ano do governo Joe Biden. Ele disse que os números seriam mais altos, mas que havia menos pessoas para deportar porque as travessias na fronteira caíram significativamente.

"Estou satisfeito com o número? Ele é bom", disse. "Eu leio na mídia: 'Ah, as deportações do ICE estão atrás das do governo Biden.' Bem, por quê? Porque eles contavam também as remoções de fronteira."

Homan disse ainda que, a partir de terça-feira, o governo vai começar a exigir que imigrantes sem documentos a partir dos 14 anos se registrem e forneçam impressões digitais, sob pena de possível processo criminal. (Com agências internacionais).

O Partido Liberal do primeiro-ministro Mark Carney venceu a eleição federal do Canadá, encerrando uma reviravolta impulsionada pelas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à economia e à soberania do Canadá. A disputa opôs o primeiro-ministro ao candidato conservador Pierre Poilievre.

Liderados por Carney, os liberais devem conquistar mais assentos na Câmara dos Comuns que os conservadores. Ainda não está definido se os liberais irão liderar um governo minoritário ou majoritário, já que os votos continuavam sendo contados.

As ameaças de Trump sobre tarifas e suas sugestões de que o Canadá deveria se tornar o 51º Estado dos EUA mudaram o rumo da disputa, já que as pesquisas mostravam Pierre Poilievre e seu Partido Conservador com liderança confortável há apenas alguns meses.

No discurso de vitória diante de apoiadores em Ottawa, Carney enfatizou a importância da unidade canadense diante das ameaças de Washington. "Como venho alertando há meses, os Estados Unidos querem nossa terra, nossos recursos, nossa água, nosso país", disse. "Essas não são ameaças vazias. O presidente Trump está tentando nos destruir para que os Estados Unidos possam nos dominar. Isso nunca... jamais acontecerá", acrescentou.

Quem é Mark Carney?

Mark Carney, ex-governador do Banco Central canadense, se tornou primeiro-ministro do Canadá após a renúncia de Justin Trudeau em janeiro deste ano. Em março, ele venceu com mais de 85% dos votos dos membros do Partido Liberal para assumir a função.

Carney tem 60 anos. Nasceu em Fort Smith, nos Territórios do Noroeste do Canadá, em 16 de março de 1965, e foi criado em Edmonton, Alberta. Sua esposa, Diana, nasceu no Reino Unido, e o casal tem quatro filhas.

Carney comandou o Banco do Canadá de 2008 a 2013 e o Banco da Inglaterra de 2013 a 2020. Após ajudar o Canadá a lidar com os piores impactos da crise financeira de 2008, foi recrutado para se tornar o primeiro não-britânico a chefiar o Banco da Inglaterra desde sua fundação em 1694.

Carney possui cidadania canadense, britânica e irlandesa. Ele está em processo para manter apenas a cidadania canadense - o que não é exigido por lei, mas é considerado uma decisão politicamente prudente.

Em 2020, começou a atuar como enviado especial das Nações Unidas para ação climática e finanças.

Carney é ex-executivo do Goldman Sachs. Trabalhou por 13 anos em Londres, Tóquio, Nova York e Toronto antes de ser nomeado vice-presidente do Banco do Canadá em 2003. Até o momento, ele não tinha experiência em política.

Formação acadêmica

Carney tem bacharelado em Economia pela Universidade de Harvard (1988) e mestrado e doutorado em Economia pela Universidade de Oxford. (Com informações da Associated Press).

O presidente da China, Xi Jinping, defendeu o fortalecimento de políticas para promover o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA) para ampliar a independência do país no setor de maneira "benéfica, segura e justa". O comentário foi realizado em uma reunião do Politburo na tarde de sexta-feira, 25, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira, 29.

O encontro discutiu medidas focadas no desenvolvimento e na regulação de IA.

Em seu discurso, Xi pediu que as autoridades concentrem esforços coordenados para avançar na construção de infraestrutura computacional, promovam o compartilhamento de recursos de dados, façam a integração de políticas sobre direito de propriedade intelectual, encontrem novos talentos na área, entre outros.

O presidente chinês também defendeu o uso de incentivos fiscais e melhor nivelamento financeiro para o campo de ciência e tecnologia.