CNJ suspende por 60 dias juíza de Minas que postou críticas a Lula

Política
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O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aplicou pena de disponibilidade, por 60 dias, à juíza Maria Youssef Murad Venturelli, do Tribunal de Justiça de Minas, por postagens de teor político-partidário feitas após os atos golpistas de 8 de janeiro. As publicações tinham críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma delas com o título: "revoltante, PT propõe projeto Zanin para garantir a impunidade no Brasil".

 

A magistrada também publicou um vídeo em que uma mulher diz que o Presidente da Islândia viajou até Londres para a coroação do Rei Charles em um voo comercial. Ao reportar o conteúdo, a juíza escreveu: "Lição não aprendida pelo nove dedos".

 

Todos os conselheiros votaram por julgar procedente o processo administrativo disciplinar sobre a magistrada, por falta funcional, em violação à lei orgânica da magistratura. O colegiado destacou que 'demonstrar apreço ou desapreço a candidatos, lideranças políticas e partidos são condutas vedadas' a juízes.

 

No entanto, houve divergência sobre a pena que seria imposta à juíza.

 

A relatora, conselheira Renata Gil, entendeu adequada a aplicação de advertência no caso. Ela considerou a ausência de registros desabonadores em desfavor da magistrada; sua idade (72 anos) e o fato de ela não ser juíza eleitoral; o fato de a falta ter sido pontual; e "o reconhecimento do caráter inadequado das postagens, apagando os posts compartilhados, além de informar que apagou suas redes sociais".

 

Acompanharam tal posicionamento os conselheiros Caputo Bastos e Alexandre Teixeira.

 

Já corregedor nacional de Justiça ministro Luís Felipe Salomão divergiu e defendeu a aplicação de uma pena mais grave à magistrada. Ele evocou a jurisprudência do colegiado quanto no caso de um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, por postagem político-partidária nas redes sociais.

 

Na avaliação de Salomão, a proposta de impor advertência, uma pena mais branda, à juíza, parece "destoar do entendimento do CNJ acerca da penalidade de ser aplicada".

 

"Em matéria disciplinar, para evitar subjetivismo e insegurança jurídica, a observância dos precedentes e de regras objetivas claras são imprescindíveis ao processo administrativo. Por isso, no caso vertente, não me parece possível nem razoável, com a devida vênia, criar qualquer exceção ou distinção aos precedentes anteriores", anotou o ministro.

 

Seguiram o corregedor o presidente do CNJ Luís Roberto Barroso e os conselheiros José Edivaldo Rocha Rotondano, Mônica Autran Machado Nobre, Daniela Pereira Madeira, Guilherme Feliciano, Pablo Coutinho Barreto, João Paulo Santos Schoucair, Dayane Nogueira de Lira e Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho.

 

Defesa

 

Ao se manifestar no processo, a magistrada reconheceu o compartilhamento das publicações assim como a "inadequação das postagens". De outro lado, ela alegou que as publicações não caracterizam atividade político-partidária.

 

A juíza também alegou "conduta de ínfima lesividade, o pouquíssimo domínio no manejo das redes sociais, a baixa expressão de seu perfil na rede social, restrita a poucas pessoas de seu relacionamento pessoal e profissional".

 

Segundo a magistrada, as postagens não tiveram repercussão e foram devidamente apagadas assim que ela tomou conhecimento da apuração no CNJ. A juíza sustentou ainda que as publicações foram realizadas após as eleições de 2022, sem qualquer ataque às instituições ou ao Estado Democrático de Direito.

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O governo brasileiro decidiu enviar uma representante à nova posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, mesmo depois de evitar reconhecer o resultado da eleição realizada pela ditadura chavista em 2024. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará no Brasil e não enviará nenhum ministro a Caracas e será representado pela embaixadora na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira.

A avaliação do governo é a de que é necessário manter canais com os chavistas, mesmo após o distanciamento entre os dois governos nos últimos meses e o desgaste político provocado pela relação com Caracas.

Lula, que eventualmente vai a posses de presidentes com os quais quer estreitar laços, e seu grupo político foram próximos do chavismo por anos, mas a relação se deteriorou muito depois da eleição de 2024 na Venezuela. Tanto a oposição local quanto parte da comunidade internacional afirmam que a votação foi fraudada. O governo brasileiro cobrou as autoridades venezuelanas a mostrar as atas das urnas, o que não foi feito.

A proximidade de Lula com Maduro cobrou um alto custo político no terceiro mandato do petista. Ainda em 2023, o petista tentou reabilitar o ditador venezuelano politicamente ao recebê-lo em uma cúpula de países sul-americanos em Brasília, mesmo com as denúncias de abuso do regime. Na ocasião, Maduro foi abertamente criticado pelos presidentes Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Gabriel Boric, do Chile.

Depois disso, Lula tentou se colocar como um mediador entre Maduro e a oposição venezuelana. Mas o Acordo de Barbados, costurado com participação do Brasil para tentar reduzir o estresse político na Venezuela, foi desrespeitado, o que também contribuiu para o afastamento entre o Planalto e o Palácio de Miraflores.

A proximidade entre Lula e o regime venezuelano foi criticada por adversários políticos do petista ao longo dos últimos anos. A ligação passou a ser politicamente mais custosa nos últimos meses, com pesquisas de opinião indicando a impopularidade de Maduro e um rechaço do apoio do petista à ditadura chavista no Brasil.

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O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira, 2, uma recompensa de US$ 100 mil por informações sobre o paradeiro de Edmundo González, o candidato da oposição que afirma ter derrotado o presidente Nicolás Maduro na eleição do ano passado.

O anúncio foi feito oito dias antes do início do próximo mandato presidencial da Venezuela.

"Uma recompensa de US$ 100 mil é oferecida a qualquer um que forneça informações sobre sua localização", disse a assessoria de imprensa da Agência de Investigações Científicas, Criminais e Forenses do país na legenda de uma publicação no Instagram mostrando um boletim de procurado com a foto de González e instruções para entregá-lo às autoridades.

González deixou a Venezuela em setembro para se exilar na Espanha depois que um juiz emitiu um mandado de prisão como parte de uma investigação ligada à eleição presidencial de 28 de julho, que o Conselho Eleitoral Nacional do país, repleto de apoiadores do partido no poder, disse ter sido vencida por Maduro.

Maduro já recebeu um convite da Assembleia Nacional para uma cerimônia de posse em 10 de janeiro. Enquanto isso, González disse que planeja retornar ao país até essa data, mas não explicou como pretende fazer isso ou quais são seus planos ao chegar.

A agência anticorrupção da Coreia do Sul enviou investigadores na sexta-feira, 27, para executar um mandado de prisão para deter o presidente Yoon Suk Yeol, que está sob processo de impeachment após tentativa frustrada de declarar lei marcial no país. Centenas de seus apoiadores se reúnem em sua residência em Seul, prometendo bloquear a abordagem policial.

Um tribunal de Seul emitiu um mandado de prisão para Yoon depois que ele evitou vários pedidos de comparecimento para interrogatório e impediu buscas em seu escritório em Seul, dificultando uma investigação sobre se sua curta tomada de poder em 3 de dezembro equivale a uma rebelião.

Investigadores do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Grau foram vistos carregando caixas em vários veículos antes de deixar seu prédio na cidade de Gwacheon no início da manhã. O escritório não confirmou imediatamente quantos investigadores foram enviados, mas milhares de policiais estavam reunidos na residência de Yoon. Não houve relatos imediatos de confrontos com manifestantes.

Não está claro se o presidente irá cooperar com as autoridades que tentam detê-lo. Yoon, em uma mensagem desafiadora de Ano Novo para apoiadores conservadores reunidos do lado de fora de sua residência, disse que "lutará até o fim" contra "forças antiestado".

Se Yoon for detido, a agência anticorrupção terá 48 horas para investigá-lo e solicitar um mandado para sua prisão formal ou libertá-lo. O ministro da defesa de Yoon, o chefe de polícia e vários comandantes militares de alto escalão já foram presos por seus papéis na promulgação da lei marcial.

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