Pesquisa afirma que 54% dos eleitores dizem ter vivenciado compra de votos

Política
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A corrupção eleitoral, caracterizada pela compra de votos, está no topo das condutas mais repudiadas pelos eleitores, conforme pesquisa contratada pelo Instituto Não Aceito Corrupção (Inac). O levantamento, realizado entre março e maio deste ano, abordou as práticas corruptas e sua aceitação pela sociedade. Funcionários fantasmas, rachadinha e nepotismo também estão entre as condutas consideradas inaceitáveis, que geram repúdio.

 

A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. No levantamento da empresa Ágora Pesquisa foram ouvidos 2.026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

 

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direta de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que a compra de votos (captação ilícita de sufrágio) "ocorre quando a candidata ou o candidato doa, oferece, promete ou entrega para o eleitor qualquer bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza - inclusive emprego ou função pública - para obter seu voto".

 

O levantamento promovido pelo Inac buscou mapear o preço médio do voto conforme a região - Nordeste: R$ 124,62; Norte: R$ 138,83; Sudeste: R$ 139,58; Centro-Oeste: R$ 140,54; e Sul: R$ 142,88.

 

Para o Roberto Livianu, presidente do Inac e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o deságio da Justiça Eleitoral no Brasil. "A compra de votos é algo real e concreto", afirmou.

 

Os entrevistados foram questionados sobre canais de denúncia e somente 20% deles responderam que conhecem e que funcionam. No universo de oito em cada dez entrevistados estão os que responderam que não conhecem, ou conhecem (ou são conhecidos os canais), mas acreditam que os órgãos de denúncia não funcionam. Neste conjunto de respostas estão também aqueles que sabem que existem genericamente, sem identificar quais são estes canais.

 

Os eleitores brasileiros voltarão às urnas neste ano para escolher prefeitos e vereadores nas mais de cinco mil cidades do País.

 

Ranking

 

Conforme a pesquisa, a corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

 

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento. A preocupação também aumenta com a renda.

 

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram de avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude. As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes - sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

 

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, praticada para obter benefícios pessoais e relacionada a serviços. Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

 

Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

 

"Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando se refere à possibilidade de socorrer determinado segmento da população", afirmou. "Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não tem acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos."

 

Respostas

 

Livianu avaliou que o ranking das condutas de corrupção, conforme seu grau de reprovação, oferece uma pista para o poder público oferecer respostas à sociedade. "Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a esses casos por parte do Sistema de Justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade."

 

A pesquisa usou cenários hipotéticos para testar o grau de aceitação de irregularidades por parte dos entrevistados. A prática considerada mais inaceitável foi o peculato, ilustrada pelo seguinte caso: "um servidor público é nomeado para um cargo de confiança, recebe o salário todos os meses, mas nunca comparecer ao trabalho". Essa situação registrou média de aceitação de 1,2.

 

Na outra ponta, foi considerada a prática mais aceitável a prevaricação (5,2), na situação em que "um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (mulher dando à luz ou alguém passando mal, por exemplo)".

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Uma parte de um dossel em um terminal de embarque do Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Délhi, desabou na madrugada desta sexta-feira, 28, quando fortes chuvas atingiram a capital indiana, matando uma pessoa e ferindo outras seis, segundo as autoridades.

Todas as partidas de voos do Terminal 1 foram temporariamente suspensas enquanto as equipes de resgate removiam os escombros para resgatar as pessoas presas no local, informou a autoridade aeroportuária.

O colapso ocorreu no Terminal 1, usado para operações domésticas no principal aeroporto de Nova Délhi.

A sala de controle dos bombeiros informou que os feridos foram levados para um hospital. "Devido às fortes chuvas que caíram desde o início da manhã, uma parte da cobertura do antigo pátio de embarque" desabou por volta das 5h da manhã, do horário local, informou um comunicado da autoridade aeroportuária.

Além do teto, algumas vigas de suporte também desabaram, danificando carros na área de embarque e desembarque do terminal, informou a agência de notícias Press Trust of India (PTI).

Uma das seis pessoas feridas foi resgatada de um carro sobre o qual havia caído uma viga de ferro, informou a PTI.

O Ministro da Aviação Civil, K. Rammohan Naidu, disse que os socorristas estavam trabalhando no local e aconselhou as companhias aéreas a ajudar todos os passageiros afetados. "As operações de resgate continuam em andamento", disse ele em um post na plataforma de mídia social X.

O terminal é um dos vários projetos inaugurados pelo primeiro-ministro Narendra Modi em março, antes das eleições gerais do país. (Com agências internacionais).

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ganhou o primeiro debate presidencial americano nesta quinta-feira, 27, em uma noite marcada pela fragilidade do presidente Joe Biden, que demonstrou nervosismo nas respostas e chegou a se perder no raciocínio em alguns momentos da discussão. Enquanto Trump deu uma série de declarações falsas durante a noite, Biden chegou a congelar em uma resposta na qual parecia perder o raciocínio. Segundo a imprensa americana, o desempenho de ruim Biden preocupa a cúpula democrata.

Trump se saiu melhor nas perguntas sobre os temas que mais prejudicam Biden: economia e imigração, mas teve um desempenho negativo quando foi questionado sobre defesa da democracia americana e sua condenação judicial no caso em que foi acusado de ocultar pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no resultado das eleições de 2016.

Já o presidente americano aumentou os temores relacionados à sua idade, com hesitações e paradas durante a fala, mas foi melhorando ao longo do debate, com algumas críticas a Trump. O democrata também se saiu melhor quando ressaltou a sua posição sobre o aborto. Nos comentários finais, no entanto, ele novamente pareceu perder a linha de raciocínio.

Economia

Biden começou sendo questionado sobre a situação da economia sob a sua administração, principalmente em relação à alta inflação, que está prejudicando o custo de vida dos americanos. O democrata afirmou que criou muitos empregos em seu primeiro mandato e baixou os preços da gasolina.

Já Trump apontou que Biden é o pior presidente da história dos Estados Unidos e ressaltou os números da economia durante o seu governo. O republicano disse que sua presidência foi prejudicada pela pandemia da covid-19 e que ele nunca teve o crédito merecido por recuperar a economia americana mesmo durante condições difíceis relacionadas à crise sanitária.

O ex-presidente também destacou que os empregos criados por Biden foram para imigrantes ilegais e prometeu impor tarifas comerciais contra países como a China, além de cortar impostos.

Aborto

Trump foi perguntado sobre suas posições em relação ao aborto e afirmou que é favorável ao procedimento em ocasiões que há ameaça à saúde da mãe. O republicano afirmou que "todo mundo, até os democratas", eram a favor de derrubar a jurisprudência que legalizava o aborto a nível federal, o que não é verdadeiro.

A Suprema Corte americana derrubou o precedente legal estabelecido pelo caso Roe versus Wade em 2022, que estava em vigor havia quase 50 anos, interrompendo a nível federal o aborto regulamentado no país. Após a decisão, a prerrogativa de legislar sobre a interrupção de gravidez passou a ser exclusiva dos Estados americanos, posição defendida por Trump.

O presidente americano foi questionado sobre suas posições em relação ao aborto e ele apontou que quer restaurar o precedente legal estabelecido pelo caso Roe versus Wade.

Guerra na Ucrânia

Os dois políticos foram questionados sobre a guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, Biden tem sido o principal aliado de Kiev, com ajuda financeira e militar.

Já o ex-presidente Trump é critico das cifras enviadas por Washington à Ucrânia e ressaltou durante o debate que, se eleito, acabaria com a guerra antes de iniciar o seu segundo mandato, que começaria no dia 20 de janeiro de 2025, em caso de vitória republicana.

Trump apontou que a incompetência de Biden em lidar com a retirada militar americana do Afeganistão fez com que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, optasse pela invasão da Ucrânia. O republicano disse que ele é o único político americano que Putin respeita. Pressionado se aceitaria os termos de paz do presidente russo, Trump afirmou que não.

O republicano completou afirmando que Biden deveria fazer com que os países europeus pagassem pela guerra. Trump relembrou a sua relação fria com a Otan quando era presidente. Durante sua administração, o republicano apontou diversas vezes que os países europeus da aliança deveriam investir mais em defesa.

Na réplica, Biden disse que Trump estava "maluco" e que apoiar Kiev era necessário porque Putin deseja atacar outros países da região que fazem parte da Otan, como a Polônia. O democrata também ressaltou que Trump queria sair da aliança militar.

Durante a questão, o presidente americano atacou duramente Trump, afirmando que ele era um "otário e perdedor", em referência a uma declaração que Trump teria dado sobre veteranos de guerra mortos em conflito. A frase foi revelada por John Kelly, ex-chefe de gabinete do presidente em um livro sobre seu período no governo. O republicano nega ter dito a frase.

Guerra entre Israel e Hamas

Trump foi questionado sobre como lidaria com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mas preferiu continuar discutindo o conflito entre Moscou e Kiev.

Já Biden apontou que conta com o apoio do G-7 e do Conselho de Segurança para seu plano de cessar-fogo e que garantiu a segurança de Israel ao coordenar a defesa junto com aliados ocidentais após o ataque do Irã, no dia 13 de abril.

Problemas judiciais de Trump

O democrata relembrou os problemas judiciais de Trump ao apontar que estava debatendo com uma pessoa que havia sido condenada pela Justiça. Um júri de Manhattan condenou o ex-presidente Donald Trump em maio por falsificar registros de negócios para encobrir um pagamento secreto de dinheiro a uma estrela pornô após supostamente ter tido um caso com ela. Ele foi acusado de dezenas de outros crimes em três outros casos: dois federais e um na Geórgia.

Trump afirmou que "nunca fez sexo com uma atriz pornô" e atacou Biden ao relembrar a condenação do filho do presidente, Hunter Biden, por porte ilegal de arma.

Este foi um dos momentos em que Biden saiu melhor, e Trump diminuiu a sua retórica disciplinada que havia sido mostrada em momentos anteriores do debate.

Eleitorado afro-americano

No início do segundo bloco do debate, Biden foi questionado sobre políticas para o eleitorado afro-americano, que o apoiou massivamente em 2020 e está decepcionado com ele. O democrata reconheceu falhas, sobretudo na economia e apontou que o alto custo de vida prejudica famílias afro-americanas.

O eleitorado afro-americano vota majoritariamente no Partido Democrata desde 1964, quando o então presidente Lyndon Johnson, um democrata, sancionou a Lei dos Direitos Civis. Na Geórgia, o Estado que recebeu o primeiro debate presidencial, o peso da comunidade negra é grande, já que os afro-americanos representam 33% da população total do Estado, segundo o censo americano. Em 2020, a comunidade negra da Geórgia alavancou a surpreendente vitória de Biden no Estado, a primeira de um democrata desde 1992.

Mas o eleitorado está decepcionado e pesquisas mostram que Trump conta com pelo menos 20% de apoio entre os negros adultos do país. Se estes resultados se concretizarem em novembro, o ex-presidente americano se tornará o republicano com a maior votação da população afro-americana desde Richard Nixon em 1960, que ocorreu antes da aprovação da Lei dos Direitos Civis.

O ex-presidente americano ressaltou os seus feitos durante seu governo em relação aos afro-americanos e hispânicos e ressaltou que as pesquisas mostram que a sua campanha está obtendo ganhos com esta faixa do eleitorado.

Imigração

Durante todo o debate Trump criticou as políticas migratórias de Biden. Ele mencionou diversas vezes o assassinato da estudante de enfermagem Laken Riley em fevereiro durante uma caminhada no câmpus da Universidade da Geórgia, em Athens.

O principal suspeito pela morte de Riley é Jose Ibarra, venezuelano que cruzou a fronteira com os Estados Unidos de forma ilegal e não tinha sua documentação regularizada. Desde então, o tema passou a ser um dos tópicos que mais preocupam os eleitores do Estado.

Biden acusou os republicanos de não apoiarem uma legislação que poderia reforçar a fronteira americana por razões eleitoreiras. O republicano apontou que faria uma deportação em massa de imigrantes ilegais em seu primeiro dia de governo.

Idade dos candidatos

Questionado sobre ter 86 anos ao final de um possível segundo mandato, Biden afirmou que ele pode ser velho, mas suas ideias não são. Ele também apontou que Trump é apenas três anos mais novo que ele.

Sobre sua idade, Trump diz que passou em testes de cognição e passou nos dois, mas que Biden não passaria. "Ele não consegue jogar golfe. Ele me convidou para uma partida de golfe e não conseguiria jogar", afirmou o republicano. Neste momento, os dois iniciaram a primeira discussão direta sobre quem jogaria golfe melhor.

Respeito ao resultado da eleição

Trump afirmou que aceitaria o resultado da eleição se o pleito fosse "justo". "Se a eleição for legal e justa, sim", diz ele. "Eu nem queria disputar a eleição. Eu poderia estar em outro lugar, mas ele é muito ruim e meus números são muito bons."

Já Biden explorou o fato de que o republicano segue questionando o resultado das eleições americanas de 2020, que foram vencidas pelo democrata.

Considerações finais

Nas considerações finais, o democrata congelou mais uma vez, mas conseguiu completar o raciocínio sobre a cobrança de impostos em relação à classe média. Para ele, a cobrança é muito alta com os pobres e a classe média e é muito pequena em relação aos mais ricos.

Já o republicano afirmou que Biden promete muito e não cumpre e voltou a atacar a retirada do Afeganistão sob o governo democrata. Ele criticou também a atuação americana nas guerras na Ucrânia e em Gaza e exaltou seus cortes de impostos.

Três dias antes do primeiro turno das eleições parlamentares na França, a líder da direita radical Marine Le Pen disse nesta quinta-feira, 27, que se seu partido conquistar a maioria na Assembleia Nacional, poderá tomar algumas decisões sobre defesa e Forças Armadas. A declaração põe em dúvida o apoio francês à Ucrânia na guerra contra a Rússia, já que Le Pen é aliada de Vladimir Putin.

O papel de comandante das forças, porém, é uma zona cinzenta da Constituição francesa. O país tem um regime de governo semipresidencialista e cientistas políticos estão se tentando interpretar como exatamente o presidente Emmanuel Macron e um primeiro-ministro hostil às suas políticas compartilhariam o poder se o Reunião Nacional de Le Pen ganhar a maioria no Parlamento.

Segundo Le Pen, Jordan Bardella, seu protegido e líder de destaque de seu partido, lideraria o próximo governo da França se seu partido ganhar. Ela sugeriu em uma entrevista que Bardella, com apenas 28 anos e sem experiência governamental, também assumiria pelo menos algumas decisões sobre a defesa da França e suas Forças Armadas. Macron tem três anos para cumprir seu último mandato como presidente.

Servir como um comandante-em-chefe das Forças Armadas "é um título honorário para o presidente, já que é o primeiro-ministro quem realmente puxa as cordas", disse Le Pen em uma entrevista ao jornal Le Télégramme publicada nesta quinta.

A constituição francesa declara que "o Presidente da República é o chefe das forças armadas" e também "preside os conselhos e comitês superiores de defesa nacional". No entanto, a constituição também afirma que "o primeiro-ministro é responsável pela defesa nacional".

Especialistas constitucionais dizem que o papel exato do primeiro-ministro em política exterior e defesa parece estar sujeito a interpretação. Essa é uma questão com potenciais repercussões globais: a França possui armas nucleares e suas tropas e pessoal militar foram destacados em muitas zonas de conflito ao redor do mundo.

A última vez que a França teve um primeiro-ministro e um presidente de partidos diferentes, eles concordaram amplamente sobre assuntos estratégicos de defesa e política exterior. Mas desta vez, o conceito de compartilhamento de poder conhecido na França como "coabitação" pode ser muito diferente, dado a animosidade entre políticos de direita radical e esquerda. Ambos os blocos parecem ressentir profundamente do presidente centrista e favorável aos negócios.

Sobre a questão do comando militar do país, o historiador político Jean Garrigues disse que "o presidente é o chefe das Forças Armadas, (mas) é o primeiro-ministro quem tem as Forças Armadas à sua disposição".

Na prática, ele disse que isso significa que "se o presidente decidisse enviar tropas para o solo na Ucrânia, o primeiro-ministro seria capaz de bloquear essa decisão".

Em março, Macron alertou as potências ocidentais contra mostrar quaisquer sinais de fraqueza para a Rússia e disse que os aliados da Ucrânia não devem descartar enviar tropas ocidentais para a Ucrânia para ajudar o país contra a agressão da Rússia.

Le Pen está confiante de que seu partido, que tem um histórico de racismo e xenofobia e laços com a Rússia, conseguirá traduzir seu triunfo impressionante nas eleições para o Parlamento Europeu no início deste mês em uma vitória na França.

Grupos de esquerda e ativistas antirracismo e feministas se reuniram em Paris na quinta-feira para instar os eleitores a impedir que o Reunião Nacional, anti-imigração, saia na frente.

O primeiro turno acontecerá no domingo. O decisivo segundo turno está agendado uma semana depois, em 7 de julho. O resultado permanece incerto devido a um sistema de votação complexo e alianças potenciais.

Le Pen disse que Bardella, se nomeado primeiro-ministro, buscaria ser firme, mas não hostil ao presidente em exercício.

"Jordan não tem intenção de brigar com [Macron], mas estabeleceu linhas vermelhas" disse Le Pen. Ela acrescentou: "Sobre a Ucrânia, o presidente não poderá enviar tropas".

O argumento de Le Pen de que o cargo mais alto da França é essencialmente cerimonial deixou alguns observadores franceses perplexos, dadas suas próprias ambições presidenciais.

"Se ela está tentando alcançar a presidência, meio que não faz muito sentido para ela parecer querer reduzir o presidente a um tamanho muito menor no campo da defesa", disse François Heisbourg, um analista de questões de defesa e segurança no Instituto Internacional para Estudos Estratégicos.

"E acho que muitos franceses terão grande dificuldade em entender por que ela parece querer desfazer as instituições", disse ele.