Após empurrões em aeroporto, Gilvan da Federal desafia Marcos do Val para luta no ringue

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Uma semana após trocarem empurrões no Aeroporto Internacional de Vitória, no Espírito Santo, o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) chamou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para uma briga em um ringue profissional. O convite foi feito em discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 26. Veja o vídeo clicando aqui.

 

O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) chamou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para o ringue durante discurso no plenário da Câmara nesta quarta-feira, 26. O desafio foi feito após os dois trocarem empurrões no Aeroporto de Vitória na última quinta-feira, 20.

 

"Eu desafio em qualquer academia, que é o lugar certo, pode marcar. Em qualquer modalidade, no boxe, no MMA, no vale-tudo, eu estou à disposição. O que é chato é, dentro do aeroporto, um senador e um deputado quase sair em vias de fato porque é um senador desequilibrado", afirmou Gilvan da Federal.

 

Ao Estadão, o senador Marcos do Val afirmou que não vai se manifestar.

 

Gilvan e Marcos do Val trocaram empurrões na última quinta-feira, 20, em um saguão do aeroporto da capital capixaba. O embate aconteceu após os dois trocarem xingamentos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Após a confusão no aeroporto, o deputado afirmou que teria reagido a uma tentativa de intimidação e, pelas redes sociais, chamou o senador de "traidor" e "Swat da Shopee".

 

"O senador que disse que 'o Bolsonaro o chamou pra dar um golpe' e que 'detestava ser chamado de senador bolsonarista' veio tentar ofender a mim e ao senador Magno Malta. Mexeu com o cara errado, 'Swat' da Shopee. Não recuo pra traidor 1cm". A Swat é a tropa de elite americana para a qual Do Val afirma que já deu treinamentos.

 

Também pelas redes sociais, Marcos do Val disse que Gilvan teria retomado a discussão no saguão do aeroporto e o empurrado. O senador diz que revidou com um tapa no peito do deputado.

 

"No aeroporto, Gilvan tentou me agredir, demonstrando mais uma vez seu desrespeito e comportamento inadequado. É evidente que eles planejam essas situações para se promoverem nas redes sociais. Não produzem nada de positivo para o nosso Estado, apenas buscam notoriedade através de polêmicas fabricadas. Não vou tolerar esse tipo de conduta", afirmou.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, dia 1º, que o debate presidencial nos Estados Unidos mostrou o atual presidente Joe Biden muito fragilizado na TV e sugeriu a substituição dele por outro candidato. Apoiador declarado de Biden, Lula afirmou que é melhor que o Partido Democrata e o presidente americano tomem uma decisão sobre a candidatura dele.

Lula disse que Biden vem demonstrando problemas e defendeu que ele seja transparente sobre sua saúde e possa opinar sobre a eventual substituição por outro candidato. Depois de reiterar apoio ao atual presidente, ele disse que somente Joe Biden tem condições de relevar seu estado de saúde e sugeriu que o Partido Democrata troque de candidato caso Biden desista.

O presidente americano sofre intensa pressão, dentro e fora do partido, para desistir e abrir caminho para uma substituição, mas não deu sinais de que o fará.

Manifestações como as de Lula são desaconselhadas na diplomacia. Conselheiros do presidente entendem que elas podem ser vistas como interferência em assuntos internos da maior potência do planeta e abrir brecha para mais divergências com o ex-presidente Donald Trump, caso ele vença e retorne ao poder.

"Uma pessoa pode mentir para si mesmo, pode mentir para todo mundo, mas não pode mentir a vida inteira para ele mesmo. Ele tem que avaliar. Se está bem, ele é candidato, se acha que está em condições, ótimo. Mas se não está, é melhor eles tomarem uma decisão. O que foi chato e desagradável foi que no debate expuresam muito a fragilidade do Biden", afirmou Lula, em entrevista à rádio Princesa, da Bahia.

"O Biden tem que contar até dez e saber: vou ou não vou, posso ou não posso, estou em condições ou não estou. Só ele pode dizer."

Lula calculava as palavras para opinar sobre a disputa nos EUA, mas voltou a dizer que torce pela reeleição do democrata. Biden enfrenta o ex-presidente Donald Trump, candidato do Partido Republicano, a quem o petista chamou de "mentiroso", enquanto comentava o debate na CNN, da última quinta-feira.

"Primeiro, do outro lado (estava) um cidadão mentiroso, porque segundo o (jornal) New York Times ele contou 101 mentiras no debate. E do outro lado o Biden com certa morosidade para responder as coisas, mas quem sabe da saúde dele é ele", disse Lula. "Eu acho que o Biden tem um problema. Ele está andando mais lentamente, está demorando mais para responder as coisas. Mas quem sabe da condição do Biden é o Biden. Ele que sabe."

Lula comparou Joe Biden a ex-presidentes nonagenários com os quais conversa sobre a situação interna do Brasil, como José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, que continuam a refletir sobre política. Segundo Lula, são pessoas com "saúde precária", mas com a cabeça ativa politicamente.

A saúde física e mental do incumbente nos EUA, de 81 anos, é uma das principais questões da disputa pela Casa Branca. A substituição de Biden domina os debates no país depois de o presidente ter fracassado, durante o debate na CNN, em demonstrar vigor, com momentos de perda de raciocínio, travamentos e voz rouca expostos na TV. O debate era visto como um teste de fogo para Biden, que já vinha sendo questionado por quedas, dificuldades de discursar e seguir protocolos.

"Eu fico torcendo pelo Biden. Deus queira que ele esteja bem de saúde, que ele possa concorrer. Se não o Partido Democrata pode indicar outra pessoa", disse o petista, lembrando que saiu de cena em 2018 às vésperas da votação no Brasil - Lula foi impedido de concorrer em decorrência de processos por corrupção na Operação Lava Jato. "Aqui eu estava preso e indiquei o Haddad, faltavam poucos meses para a campanha."

"As eleições nos Estados Unidos são muito importantes para o resto do mundo, porque a depender de quem ganha e de que política externa querem ter os EUA a gente pode melhorar ou piorar o mundo", afirmou o pestita, defendendo uma visão mais "humanista" e "fraterna". "É muito difícil dar palpite num processo eleitoral de outro país, porque depois do resultado eleitoral a gente tem que conviver com quem ganhou as eleições então tem que tomar cuidado para não criar animosidade."

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira, 1º, que o ex-presidente Donald Trump tem direito a receber imunidade parcial nos processos em que ele responde na Justiça americana.

A decisão, vista como uma vitória para Trump, deve atrasar os julgamentos dos processos a que ele responde na Justiça dos EUA. O ex-presidente é candidato nas eleições do país, que acontecem em 5 de novembro.

A decisão não concede imunidade automática para Trump, mas aponta que ex-presidentes dos EUA têm direito a pedi-la. Com isso, o caso deve voltar a tribunais de 2ª instância, que terão de julgar se Trump é imune em cada um dos três processos.

Trump postou em sua rede social logo após a decisão ser divulgada: "Grande vitória para nossa constituição e democracia. Orgulhoso de ser americano!"

A decisão de hoje remonta o julgamento do caso contra ele por acusações de conspiração para tentar subverter o resultado da eleição de 2020.

Trump entrou com o argumento que tinha direito à imunidade absoluta das acusações, baseando-se em uma ampla interpretação da separação dos poderes e um precedente da Suprema Corte de 1982 que reconheceu tal imunidade em casos civis para ações tomadas por presidentes dentro do "perímetro externo" de suas responsabilidades oficiais.

Tribunais inferiores rejeitaram a alegação de Trump, mas a decisão da Suprema Corte pode atrasar o caso o suficiente para que ele consiga anulá-lo completamente se sair vitorioso em novembro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Argentina, Javier Milei, cancelou oficialmente nesta segunda-feira, dia 1º, sua participação na Cúpula do Mercosul, na esteira de novo embate com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Presidência argentina confirmou que Milei virá ao Brasil no próximo fim de semana, para participar de um evento liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Milei não vai se encontrar com Lula durante a estada no País.

A decisão de Milei foi confirmada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni. Ele negou que a desistência de comparecer à reunião de chefes de Estado do Mercosul, em Assunção no Paraguai, tenha relação com algum incômodo com Lula. Adorni, porém, disse que não haverá reunião entre eles no Brasil.

O chefe de Estado de um país pisar em solo estrangeiro e ignorar o governante no poder costuma ser visto como descortesia e até provocação diplomática. Milei vai repetir o que fez em recente viagem à Espanha, em mais um episódio da crise na relação com o país, governado pelo socialista Pedro Sánchez.

Milei irá a Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde o ex-presidente brasileiro e seus aliados políticos promovem uma cúpula de direita, o CPAC (Conservative Political Action Conference). A organização cabe ao Instituto Conservador Liberal, presidido no Brasil pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O ex-presidente já está confirmado como palestrante. Nomes da direita latina, como o chileno José Kast, também participarão. A organização ainda fazia suspense sobre a presença de Milei, embora divulgasse sua relação com o evento, quando a Casa Rosada confirmou a viagem.

Milei esteve na edição do fórum realizada em 2022 no Brasil. E, em fevereiro deste ano, compareceu à edição nos Estados Unidos, quando conversou nos corredores com o ex-presidente Donald Trump. Eles posaram para foto, e Trump falou: "Make Argentina Great Again", uma versão de seu slogan MAGA, acrônimo de Make America Great Again, a ideia que o republicano vende de recuperar a grandeza dos EUA.

O favoritismo de Trump na campanha e seu eventual retorno à Casa Branca são vistos por esse movimento político como uma esperança de promover e fortalecer a direita no Brasil e na América Latina.

Uma postagem do CPAC com a pergunta "Será que ele vem?" mostrava Milei dizendo que se deu conta de que "o inimigo número um é o socialismo". No vídeo, o argentino comentava a importância do "alinhamento internacional" da direita, por meio de fóruns como o CPAC, e de contato com lideranças como Bolsonaro e a premiê da Itália, Giorgia Meloni.

Milei esteve na Itália para a cúpula do G7, a convite dela, em junho. Na ocasião, apenas cumprimentou Lula protocolarmente, já que o petista era também convidado para uma das sessões de debate ampliado do G7. Eles dividiram a mesma mesa numa plenária, mas não interagiram.

Na semana passada, Milei voltou a chamar Lula de "corrupto" e "comunista", em resposta a uma cobrança, por parte do petista, de um pedido de desculpas por declarações anteriores, ao longo da campanha eleitoral argentina, consideradas pelo petista como "ofensas e provocações".

A mudança de planos indica que Milei abandonou um período de busca de pragmatismo na relação com o governo Lula - quando chegou a indicar o desejo de uma reunião conjunta em duas cartas. A diplomacia brasileira também não respondeu as cartas enviadas por Milei.

Milei preferiu ser uma das estrelas da cúpula conservadora promovida no País por bolsonaristas a seguir buscando um ponto de contato com o presidente brasileiro.

A decisão também revela pouco interesse em fortalecer as relações internas no bloco regional. Em vez fazer sua estreia no Mercosul, no dia 8 em Assunção, Milei vai cumprir agendas internas na Argentina e enviar sua chanceler Diana Mondino. Segundo a Casa Rosada, ele tinha uma viagem planejada a Tucumán, e o governo não deseja que ele passe por uma "agenda sobrecarregada".

Durante a campanha para a Casa Rosada, Milei ameaçou retirar a Argentina do Mercosul, dizendo que era um bloco de "má qualidade" e que prejudicava os países membros. Depois, o governo argentino deu sinais de que permaneceria no bloco, mas com defesa de uma modernização interna.