Marta ainda responde a 5 ações 20 anos após deixar Prefeitura de SP

Política
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A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) enfrenta há mais de uma década uma batalha judicial após ser acusada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de supostos atos irregulares cometidos durante sua gestão à frente do Poder Executivo, que terminou há quase 20 anos. Hoje, são cinco ações com acusações de dano ao erário e improbidade administrativa. Marta será anunciada no dia 20 de julho oficialmente como candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa encabeçada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

 

Marta foi eleita em 2000 ao derrotar Paulo Maluf (à época no PPB, hoje PP) no segundo turno da eleição daquele ano. A petista obteve 58,51% dos votos válidos, enquanto o ex-prefeito Maluf teve 41,49%. O governo Marta começou em janeiro de 2001 e terminou em 31 de dezembro de 2004. A defesa de Marta diz que alegará nas próximas semanas a falta de dolo da ex-prefeita, por exemplo, ao assinar decreto de calamidade pública no período de fortes chuvas na capital paulista, que culminaram posteriormente em contratações de empreiteiras para tocar obras sem licitação na cidade.

 

Das ações movidas pelo MP-SP, a ex-prefeita tem uma condenação em duas instâncias por suposto uso indevido de verba pública para realizar propaganda de sua gestão. O processo tramita há 20 anos e, agora, está pendente de análise recursal no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

De acordo com o MP paulista, foram gastos, em 2003 - um ano antes da eleição de 2004 -, R$ 5,4 milhões (valor sem atualização monetária) para divulgação da construção de unidades do Centro Educacional Unificado (Ceus). A condenação não causou inelegibilidade para petista, mas uma multa no valor de 20 vezes o último salário da então prefeita, que era R$ 9,6 mil em dezembro de 2004.

 

A Justiça entendeu que não houve enriquecimento ilícito ou dano ao erário, mas exagero no gasto público de publicidade. "Em proporção absurda em se comparando com os gastos com publicidade para a educação nos exercícios anteriores", registrou na sentença de junho de 2009 a juíza da 13ª Vara da Fazenda de São Paulo, Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi.

 

"Embora o valor gasto se afigure como desproporcional, exorbitante e excessivo, não incide a figura penal pretendida pelo Ministério Público, de enriquecimento ilícito ou dano ao erário, uma vez que os valores estavam previstos no orçamento e foram precedidos dos atos administrativos necessários para sua utilização", disse a magistrada em outro trecho da sentença.

 

Outras três ações movidas pelo MP-SP versam sobre dispensas de licitação. De acordo com os autos, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Infraestrutura, contratou as empreiteiras Queiroz Galvão SA, OAS e Engeform diretamente.

 

As três ações foram unificadas por se tratarem do mesmo assunto - o que forma litisconsórcio. A decisão final da ação terá validade para os três processos - sem, portanto, necessidade de três sentenças.

 

De acordo com os autos, a gestão Marta contratou as empresas para obras antienchentes. A Queiroz Galvão firmou contrato junto ao Poder Executivo municipal para construção do piscinão no Córrego Aricanduva. Já a OAS, para obras do piscinão no Córrego Rincão, e a Engeform para obras antienchentes entre os anos de 2002 e 2003. À Justiça, todos os envolvidos negaram irregularidades.

 

Ao Estadão, o advogado de Marta, Pedro Estevam Alves Pinto Serrano, afirmou que a ação não deve prosperar porque as mudanças na Lei de Improbidade Administrativa (LIA) - feitas pelo Congresso Nacional em 2021 - exigem comprovação do dolo, ou seja, de que o MP prove que a ação de Marta causou prejuízo aos cofres públicos pela dispensa de licitação. Serrano afirmou também que, à época, São Paulo passou problemas climáticos severos e, consequentemente, as enchentes foram problemáticas. Marta, então, decretou estado de calamidade pública.

 

Há ainda necessidade de perícia técnica a ser realizada para andamento dos autos, o que deve ser matéria de questionamento da defesa diante de o fato ter ocorrido há mais de duas décadas.

 

Em junho deste ano, a juíza da 12ª Vara da Fazenda, Paula Micheletto Cometti, determinou que as partes se manifestassem sobre as mudanças na Lei de Improbidade Administrativa "cujas alterações podem, em tese, impactar a presente ação. Assim, por cautela, cabe oportunizar às partes manifestação acerca do tema antes de se prosseguir o processo".

 

O promotor Bruno Fernandes Barp se manifestou na última quinta-feira, 11, e disse não ver problema em uma reunião para tratar sobre acordo de não persecução civil. "Caberá aos requeridos, no entanto, envio de proposta formal ao ente lesado, bem como a esta promotoria, com os termos mínimos de sua oferta", citou em trecho da manifestação.

 

Outra ação que ainda tramita, segundo dados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), envolve permuta de uma área pública junto à empresa Pan American Estádios Ltda com finalidade de construção de casas populares. No entanto, conforme os autos, a permuta não poderia ocorrer. Isso porque, de acordo com o MP-SP, a área fora incorporada "ao patrimônio do Município de São Paulo por compra e venda e por desapropriação para fins de implantação de unidade escolar local, passando a integrar o patrimônio público municipal na classe dos bens de uso especial, e, portanto, indisponível". A defesa também sustenta falta de dolo específico para uma eventual condenação. Em junho, o MP pediu abertura de prazo para alegações finais ou o julgamento antecipado do pedido inicial.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.