Agenda do STF: orçamento secreto, 'PEC Kamikaze' e Eletrobras na pauta da semana

Política
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Com o fim do recesso judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma as sessões de julgamento nesta quinta-feira, 1º. A primeira ação da pauta analisa a a emenda constitucional criada a partir da chamada "PEC Kamikaze", que estabeleceu estado de emergência e ampliou benefícios sociais a poucos meses das eleições de 2022.

Ainda no dia 1º, o ministro Flávio Dino preside uma audiência no Supremo para discutir se o atual modelo de manejo das emendas parlamentares desrespeita a decisão da Corte que declarou inconstitucional o orçamento secreto.

Também nesta quinta-feira, vence o prazo dado pelo ministro Kássio Nunes Marques para a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Eletrobras chegarem a um acordo sobre o poder de voto da União na companhia. A AGU realizará uma reunião interna na tarde de hoje para decidir se pede uma nova prorrogação.

PEC Kamikaze

O Supremo deve voltar a julgar nesta quinta ação apresentada pelo Novo contra a Emenda Constitucional 123, que instituiu o estado de emergência em 2022 em decorrência da elevação extraordinária dos preços de combustíveis e ampliou o pagamento de benefícios sociais a poucos meses das eleições. A legenda argumenta que a medida seria barrada pela legislação eleitoral e viola o direito ao voto secreto e universal, previsto na Constituição. Em sessão virtual, o relator, André Mendonça, e o ministro Alexandre de Moraes votaram contra o pedido. Como o ministro Edson Fachin pediu destaque, o julgamento foi transferido para a sessão presencial.

Orçamento secreto

Nesta quinta-feira, às 10h, o ministro Flávio Dino irá conduzir uma audiência de conciliação para garantir o "cumprimento integral" da decisão de 2022 que declarou inconstitucional o chamado orçamento secreto, como ficaram conhecidas as emendas de relator identificadas pela sigla RP-9. Ao marcar a audiência, Dino enfatizou que "todas as práticas viabilizadoras do orçamento secreto devem ser definitivamente afastadas".

Devem participar representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR), da AGU, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Senado, da Câmara e do Psol, autor da ação.

Eletrobras

Ainda nesta quinta, vence o prazo concedido pelo ministro Kássio Nunes Marques para conciliação entre as partes na ação da AGU contra a regra que limita o poder de voto da União a 10% no conselho da companhia. Na ação, a AGU pede que o poder de voto seja proporcional à sua participação acionária, de 43%.

Está prevista para a tarde de hoje, às 14h30, uma reunião interna na AGU para discutir um possível pedido de prorrogação do prazo. Na semana passada, a Coluna do Estadão mostrou que a negociação avançou e que a proposta mais possível de ser concretizada é aumentar o número de cadeiras no conselho de 9 para 10, e entregar três delas à União.

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O governo da Venezuela anunciou na sexta-feira, 22, outra investigação contra a líder da oposição María Corina Machado, procurando responsabilizá-la pelas sanções econômicas que os Estados Unidos e outras nações impuseram ao país sul-americano.

Machado será investigada por manifestar apoio a um projeto de lei aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados dos EUA que impediria o governo norte-americano de contratar qualquer empresa que faça negócios com o governo venezuelano. Em uma publicação no X, antigo Twitter, a líder da oposição afirmou que o projeto é um "passo crucial para a responsabilização do regime de Maduro".

Um comunicado do Ministério Público da Venezuela anunciando a última investigação diz que os comentários de Machado "constituem a prática de crimes de traição", conspiração com países estrangeiros e outros. O comunicado diz que a lei da Câmara dos Representantes dos EUA é uma tentativa de ampliar o catálogo de sanções contra a Venezuela.

O anúncio foi feito quatro dias depois de o governo dos Estados Unidos reconhecer o candidato da oposição Edmundo González como o "presidente eleito" da Venezuela. O Presidente Nicolás Maduro afirmou ter vencido as eleições de julho, mas ele e o seu governo recusaram-se a mostrar registros de votação que apoiassem a sua suposta vitória.

González deixou a Venezuela em setembro para se exilar na Espanha depois que um mandado de prisão foi emitido contra ele em conexão com uma investigação sobre a publicação dos relatórios de contagem de votos.

O próximo mandato presidencial da Venezuela começa em 10 de janeiro. Fonte: Associated Press

A escolhida do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para chefiar a inteligência nacional do país, Tulsi Gabbard, foi colocada em uma lista do governo norte-americano de vigilância em voos, devido a seus padrões de viagens ao exterior chamarem a atenção do sistema de segurança. A revelação foi feita pela CNN nesta sexta-feira, 22, citando três fontes, que falaram sob condição de anonimato.

Segundo a apuração, Tulsi esteve brevemente em uma lista da Administração de Segurança de Transporte (TSA, na sigla em inglês), chamada "Quiet Skies," que pede uma triagem de segurança extra antes das viagens aéreas. Ela foi removida depois que ganhou repercussão a inclusão de seu nome na "lista de vigilância terrorista" - algo falso, já que o programa "Quiet Skies" não tem relação com a lista de terroristas dos órgãos de segurança americana.

De acordo com o governo dos EUA, por meio da análise dos padrões de viagem, o programa identifica indivíduos que possam representar um risco de segurança elevado. Os passageiros dessa lista não necessariamente são impedidos de embarcar, mas

passam por etapas adicionais de segurança.

Tulsi associou o fato a uma suposta retaliação, afirmando, sem provas, que foi colocada na lista porque criticou a então candidata presidencial Kamala Harris em uma entrevista à Fox News. "O regime Harris-Biden agora me rotulou como uma ameaça terrorista doméstica", disse Tulsi em uma postagem no X em setembro.

Não está claro o porquê de ela ter sido acrescentada à lista. Segundo a CNN, como membro do Congresso em 2017, ela trabalhou fora dos canais oficiais para viajar à Síria para se encontrar com o presidente Bashar al-Assad, em plena guerra civil no país árabe.

Trump nomeou Tulsi como diretora de Inteligência Nacional no último dia 13. Antiga democrata, a ex-congressista havaiana mudou de lado para apoiar Trump no início deste ano, e o ajudou no debate contra Kamala.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte se encontraram para conversas sobre segurança global, disse a aliança militar neste sábado, 23. "Eles discutiram uma gama de questões de segurança global enfrentadas pela Aliança", destaca o comunicado distribuído pela Otan, sem dar maiores detalhes. O encontro ocorreu na sexta-feira, 22, em Palm Beach, Flórida.

Este parece ser o primeiro encontro de Rutte com Trump desde sua eleição em 5 de novembro. Rutte havia parabenizado Trump anteriormente, afirmando que "sua liderança será novamente essencial para manter a organização forte" e que estava ansioso para trabalhar com o republicano.

Trump expressou ceticismo sobre a aliança ocidental por anos e reclamou dos gastos com defesa de seus países-membros, que ele considerava muito baixos.

O presidente eleito norte-americano descreveu os aliados da Otan como sanguessugas das forças armadas dos EUA e questionou abertamente o valor da aliança que definiu a política externa americana por décadas, ameaçando não defender os membros que não cumprissem as metas de gastos com defesa.

Rutte e sua equipe também se encontraram com a escolha de Trump como conselheiro de segurança nacional, o deputado americano Michael Waltz, e outros membros da equipe de segurança nacional do presidente eleito, disse a declaração da Otan. Fonte: Associated Press