Como Pablo Marçal ficou rico? Conheça o império de empresas, curso e livros do ex-coach

Política
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O empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, declarou um patrimônio de R$ 169.503.058,17 ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É a maior soma de bens declarados entre os dez candidatos à Prefeitura da capital paulista, superando em mais de R$ 130 milhões o patrimônio declarado pelo segundo postulante ao cargo mais rico, o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), que afirmou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 38 milhões.

 

Segundo dados da Receita Federal, Marçal está ligado a 21 empresas, entre sociedades e participações administrativas. As áreas de atuação variam entre holdings, incorporação imobiliária, consultoria empresarial, escola e até resort de férias.

 

Somados, os capitais sociais das corporações ligadas a Marçal representam mais de R$ 194 milhões. Nesse quesito, a de maior valor é a Aviation Participações, uma holding, ou seja, uma empresa que faz a gestão de outras instituições.

 

Nem todas as empresas ligadas a Pablo Marçal constam em sua relação de bens ao TSE, pois a Justiça Eleitoral só exige uma declaração dos candidatos nos casos de participação societária em uma companhia, dispensando-a para funções administrativas.

 

Contudo, Marçal omitiu uma empresa da qual é sócio e ao menos R$ 22 milhões em sua declaração de bens. Além de não elencar sua sociedade na Flat Participações, o empresário declarou outras duas empresas em valores inferiores aos registrados na Receita Federal. A prática está em desacordo com uma norma do TSE segundo a qual a declaração de cotas societárias deve ser realizada tal como consta no Fisco. O candidato do PRTB chegou a enviar uma retificação dos bens ao TSE, mas não corrigiu o erro, como mostrou o Estadão.

 

Influenciador digital e 'vendedor de curso'

 

Além do império de empresas, nos últimos cinco anos, Pablo Marçal ganhou projeção nas redes sociais com a venda de palestras e infoprodutos de mentoria pessoal e profissional. Em agosto de 2019, ele tinha 235 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Nesta sexta-feira, 16, data que marca o início da campanha eleitoral na capital paulista, ele conta com mais 12,7 milhões de seguidores na rede.

 

No YouTube, o empresário contava com 1.140.000 inscritos em setembro de 2021; hoje, já são mais de 3,37 milhões. O maior crescimento foi registrado no TikTok, rede em que ele saltou de 1.196 seguidores em julho de 2020 para mais de 2,5 milhões.

 

Contudo, Marçal nega que seja "vendedor de curso" e afasta o rótulo de coach, afirmando-se como ex-ocupante da função. Em uma de suas palestras, em abril de 2023, o candidato do PRTB rebateu a informação de "ter ficado rico vendendo curso".

 

"Acho muito engraçado o povo me acusar: 'Ele ficou rico vendendo curso'. É mesmo? Já viu quantas vezes eu meti minha mão num tijolo? A pessoa vai lá no meu resort, lindo, eu falo: 'Adivinhe quantos milhares de bloquetes eu coloquei com minha própria mão'", disse Marçal. "Você acha que eu sou vendedor de curso? Já viu quantas casas eu construí? Quantos prédios que eu ergui? Você sabe da minha vida? Você não sabe da minha vida. Então, meu negócio é curso... Deixa eu te falar o que eu quero de 'curso': eu quero mudar o seu curso de vida."

 

Além de Marçal, a própria categoria profissional de coaches, em posicionamento oficial, rechaçou uso do termo para descrever as ocupações do candidato a prefeito. "O uso inapropriado do termo 'coach' prejudica fortemente toda a categoria e os profissionais sérios que atuam na área", criticou a International Coaching Federation (ICF), associação que representa os coaches mundialmente.

 

Livros de autoajuda

 

Além dos conteúdos digitais, Marçal é autor de livros de autoajuda. Entre os volumes publicados pelo influenciador, estão títulos como Os Códigos do Milhão (R$ 89,90), A Arte de Negociar (R$ 120) e uma edição comentada do clássico A Arte da Guerra, do estrategista chinês Sun Tzu (R$ 39,99).

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O papa Francisco apresenta um quadro de "insuficiência renal leve", de acordo com boletim do Vaticano divulgado na tarde de ontem. Segundo o informe, o pontífice não teve nenhuma outra crise respiratória (como a que o acometeu na manhã de sábado), mas ele segue recebendo oxigênio por cateter nasal de alto fluxo e seu estado de saúde ainda é "crítico".

De acordo com o novo boletim médico, o papa recebeu duas unidades de concentrado de hemácias com objetivo de aumentar a concentração de hemoglobina e elevar a oferta de oxigênio nos tecidos. A concentração do número plaquetas no sangue, uma condição chamada de plaquetopenia, segue baixa, embora estável.

No entanto, um exame de sangue realizado no domingo revelou uma "inicial, leve, insuficiência renal", que, segundo o boletim estaria sob controle.

"O Santo Padre continua vigilante e bem orientado. A complexidade do quadro clínico e a espera necessária para que as terapias farmacológicas deem algum retorno fazem com que o prognóstico permaneça reservado", afirma o boletim médico divulgado ontem. "Nesta manhã, no apartamento do 10º andar, ele participou da Santa Missa na companhia de quem cuida dele nesses dias de hospitalização."

Oração do Angelus

Pelo segundo domingo consecutivo o papa não pôde conduzir a tradicional benção dominical, conhecida como a oração do Angelus, mas uma mensagem escrita por ele foi lida ao público. "Por minha parte, continuo minha hospitalização com confiança (...) seguindo os tratamentos necessários; e o descanso também faz parte da terapia!", escreveu.

Francisco agradeceu aos médicos e à equipe de saúde do Hospital Gemelli, em Roma, onde está internado desde 14 de fevereiro, pela "atenção" e "dedicação".

"Nestes dias, tenho recebido muitas mensagens de carinho e fiquei especialmente impressionado com as cartas e desenhos das crianças", acrescentou. "Obrigado por essa proximidade e pelas orações de conforto que recebi de todo o mundo!", escreveu.

Católicos de todo o mundo têm se unido em oração. Em frente ao Hospital Gemelli, diversas pessoas depositaram velas e orações.

Na Argentina, terra natal de Francisco, fiéis se reuniram em Buenos Aires e outras dioceses para rezar pela recuperação do papa.

Católicos por toda Ásia, incluindo a China e Gaza (onde o apoio do papa tem sido crucial por conta do atual conflito), também se uniram em orações. Apesar da grave condição de saúde, o papa chegou a telefonar para o padre Gabriel Romanelli, da paróquia da Sagrada Família, em Gaza, para oferecer suas bênçãos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou a demissão de ao menos 1,6 mil funcionários da Agência para Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) no final da noite do domingo, 23. Outra parte dos funcionários da agência espalhados pelo mundo será colocada em licença administrativa.

"A partir das 23h59 de domingo, 23 de fevereiro de 2025, todo o pessoal contratado diretamente pela Usaid, com exceção do pessoal designado responsável por funções críticas a missões, liderança central e/ou programas especialmente designados, será colocado em licença administrativa globalmente", diz um dos avisos enviados aos trabalhadores da USAID.

A agência também mencionou nos comunicados que estava iniciando um processo de "redução de força" para eliminar 2 mil vagas nos Estados Unidos. Uma versão do aviso postada mais tarde no site da Usaid colocou o número de posições a serem eliminadas em 1,6 mil. Não houve explicações sobre a mudança no número de postos de trabalho cortados.

A medida ocorre depois que um juiz permitiu, na sexta-feira, 21, que o governo prosseguisse com o plano de desmantelamento da Usaid. O juiz distrital Carl Nichols rejeitou os apelos em um processo dos empregados para continuar bloqueando temporariamente o plano do governo. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse neste domingo, 23, que está disposto a renunciar ao cargo em troca de uma adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Seu comentário veio dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, questionou a legitimidade do ucraniano e o chamou de "ditador sem eleições", ecoando argumento do Kremlin.

Ao mesmo tempo, Zelenski continuou a se opor à insistência de Trump para que ele assinasse um acordo sobre minerais aos quais a Ucrânia diz ser desfavorável. E anunciou uma reunião hoje com mais de 30 países em uma tentativa de formar uma coalizão de apoio ao esforço de guerra da Ucrânia.

Não ficou imediatamente claro se Zelenski havia considerado seriamente a opção de renunciar ou se estava apenas respondendo aos últimos ataques de Washington e de Moscou.

Recentemente, Trump sugeriu que Zelenski era um presidente ilegítimo, pois seu mandato expirou em maio passado. No entanto, a Ucrânia está sob a lei marcial devido à guerra, o que impede a realização de eleições, segundo a Constituição.

A entrada da Ucrânia na Otan é um cenário altamente improvável, dada a oposição de Trump. Além disso, a mera possibilidade de a Ucrânia ser considerada na aliança no passado foi o que embasou a justificativa de Putin para promover a invasão em larga escala em 2022.

"Se isso trouxer paz à Ucrânia e se precisarem que eu renuncie, estou pronto", disse Zelenski em uma coletiva de imprensa. "Em segundo lugar, posso trocar isso pela Otan".

Acordo de minerais

Na mesma entrevista, o presidente ucraniano pediu por uma reunião com Trump em meio a pressões americanas para que a Ucrânia ceda acesso às suas terras raras. O governo Trump vem pressionando Zelenski a assinar um acordo permitindo aos EUA acesso aos minerais das terras como forma de compensação pela assistência que os EUA forneceram a Kiev nesses últimos anos.

Ontem, Zelenski disse que estava aberto a intermediar um acordo que permitiria aos EUA lucrar com os minerais de seu país, mas a quantia de US$ 500 bilhões inicialmente proposta pelo governo Trump não era aceitável. "Não estou assinando algo que será pago por 10 gerações de ucranianos", disse ele.

Zelenski acrescentou que, se Trump se encontrasse com o presidente russo, Vladimir Putin, antes de se encontrar com ele, haveria descrença nos EUA. "Seria ruim para a sociedade dos Estados Unidos." Trump pretende se reunir com Putin na Arábia Saudita em breve, embora ainda não haja uma data. Há alguns dias, Trump e Putin conversaram por telefone, o primeiro contato entre um líder americano e o russo desde o início da guerra.

Ataque com drones

Enquanto isso, na véspera do aniversário de três anos do conflito, a Rússia lançou o maior ataque com drones contra a Ucrânia até então.

Escrevendo nas redes sociais, Zelenski disse que 267 drones foram enviados no que ele chamou de "o maior ataque desde que os drones iranianos começaram a atingir cidades e vilarejos ucranianos". A força aérea da Ucrânia disse que 138 drones foram abatidos em 13 regiões ucranianas, e outros 119 se perderam a caminho de seus alvos.

Três mísseis balísticos também foram disparados, informou a força aérea. Uma pessoa foi morta em um ataque com mísseis em Krivii Rih, cidade natal de Zelenski, de acordo com o chefe da administração militar local. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.