Delcídio Amaral, delator da Lava-Jato, se lança candidato e declara perda de R$ 2 milhões

Política
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O ex-senador e candidato à prefeitura de Corumbá (MS), Delcídio Amaral, declarou uma perda de quase R$ 2 milhões entre 2022 e 2024. Quando foi candidato a deputado federal nas últimas eleições gerais, sem se eleger, ele afirmou à Justiça Eleitoral que tinha uma patrimônio de R$ 3,3 milhões. Neste ano, entretanto, o patrimônio é de, somente, R$ 1,5 milhão.

A mudança na composição de seus bens foi o tamanho de seus investimentos financeiros. Em 2022, ele tinha um depósito judicial de R$ 1,7 milhão em sua conta. Hoje, as aplicações baseiam-se em R$ 217 mil, investidos na infraestrutura e no gado de uma fazenda. O restante do patrimônio permaneceu o mesmo: Delcídio possui terras pastáveis em Corumbá, um terço do Rancho do Vale II, quatro lotes em Caldas Novas (GO), um terço de uma fazenda, um flat e um apartamento em Florianópolis (SC).

O político foi delator durante a operação Lava-Jato. Em 2014, foi acusado de receber US$ 1 milhão do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, pela compra da refinaria de Pasadena. Ele foi preso por obstruir as investigações. No ano seguinte, foi libertado e tornou-se o líder do Governo de Dilma Rousseff (PT) no Senado.

Em 2016, fez sua delação premiada e acabou sendo cassado meses depois. Ele mudou-se para Corumbá, e tem tentado retomar sua carreira política no município desde então. Em 2018, ele tentou concorrer ao Senado, mas sua candidatura foi impugnada pela Lei da Ficha Limpa, justamente pela condenação da Lava-Jato.

No pleito geral seguinte, em 2022, o político tentou uma vaga na Câmara, mas não se elegeu. Teve pouco mais de 18 mil votos, ou 1,34% do eleitorado sul-mato-grossense.

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A morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, nesta quarta-feira, 17, pelas forças israelenses na Faixa de Gaza, representa um golpe significativo para o grupo terrorista. Israel fez da eliminação da liderança do Hamas um objetivo da guerra em Gaza, e considerava Sinwar um de seus maiores alvos.

Há muito tempo considerado por Israel e pelos Estados Unidos como o planejador da estratégia militar do Hamas em Gaza, Sinwar também assumiu a função de chefe político da organização há dois meses, após o assassinato de Ismail Haniyeh. Durante meses, Sinwar evitou o tipo de esforço israelense para encontrá-lo e matá-lo, o que levou à morte de outras autoridades do Hamas, entre elas Haniyeh.

Veja o que se sabe sobre algumas das figuras mais proeminentes do Hamas que ainda se acredita estarem vivas ou cujo destino não está claro:

Khaled Meshal, ex-chefe político do Hamas

Nascido perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, Meshal tornou-se líder do escritório político do Hamas em 1996, dirigindo o grupo a partir do exílio. Dois anos depois, agentes israelenses injetaram nele um veneno de ação lenta na Jordânia, levando-o ao coma antes de ser salvo por um antídoto fornecido por Israel como parte de um acordo diplomático com a Jordânia.

Meshal passou sua carreira mudando de uma nação árabe para outra, vivendo no Kuwait, Jordânia, Catar e Síria. Quando deixou o cargo de chefe do escritório político, foi sucedido em 2017 por Haniyeh. Até hoje, Meshal continua sendo uma autoridade influente no grupo.

Khalil Al-Hayya, vice-líder do Hamas em Gaza

Al-Hayya, que agora vive no exílio no Catar, é uma autoridade do Hamas há décadas e era o segundo em comando do grupo até a morte de Sinwar. Ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato israelense em 2007, quando um ataque aéreo em sua casa em Gaza matou membros de sua família quando ele não estava lá.

Um dos fundadores do Hamas, ele iniciou sua carreira política nos Emirados Árabes Unidos, onde ajudou a fundar uma filial da Irmandade Muçulmana Palestina, a partir da qual o Hamas foi formado, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Mais tarde, ele foi para os Estados Unidos, onde ajudou a fundar instituições islâmicas, inclusive aquelas voltadas para a causa palestina. Em 1996, quando chefiava o escritório político do Hamas, enfrentou acusações israelenses de financiar e ajudar a organizar ataques terroristas. Depois de passar 22 meses em uma prisão de Manhattan sob suspeita de terrorismo, ele concordou em renunciar ao seu status de residente permanente nos Estados Unidos e disse que não contestaria as acusações de terrorismo que levaram à sua detenção. Os Estados Unidos então o deportaram para a Jordânia.

Muhammad Deif, comandante das forças armadas do Hamas

Deif, outro suspeito de planejar os ataques de 7 de outubro, juntou-se ao Hamas quando era jovem. Em 2002, ele se tornou o líder da ala militar do Hamas, as Brigadas Qassam, sucedendo seu fundador, que foi morto em um ataque israelense. Desde então, Deif orquestrou vários ataques a Israel, inclusive uma série de atentados suicidas em 1996.

Em julho, as forças israelenses bombardearam uma área costeira densamente povoada de Gaza com munição pesada na tentativa de matar Deif. Dezenas de habitantes de Gaza foram mortos no ataque. Mais tarde, as forças armadas israelenses disseram que haviam matado Deif no ataque. O Hamas não confirmou nem negou sua morte.

Ele esteve no topo da lista de terroristas mais procurados por Israel durante décadas, evitando mais de oito atentados contra sua vida, de acordo com a inteligência israelense. Em 2014, um ataque aéreo israelense matou uma de suas esposas e seu filho recém-nascido.

Muhammad Sinwar

Muhammad Sinwar era irmão e braço direito de Yahya Sinwar. O Exército de Israel disse no início de novembro que havia invadido o escritório de Muhammad, onde disse ter encontrado "documentos de doutrina militar". Em dezembro, o Exército também liberou o que disse ser um vídeo de Muhammad em um carro dentro de um túnel de Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um homem russo resgatado após passar 67 dias à deriva em um pequeno bote inflável no mar de Okhotsk descreveu como sobreviveu lutando contra o frio intenso. Mikhail Pichugin, de 46 anos, partiu no início de agosto para ver baleias no mar de Okhotsk com seu irmão, de 49 anos, e seu sobrinho, de 15. Mas o motor da embarcação parou enquanto eles voltavam em 9 de agosto.

Os esforços iniciais dos serviços de emergência para resgatá-los fracassaram. O irmão e o sobrinho de Pichugin faleceram e ele amarrou os corpos ao bote para que não fossem arrastados pelas ondas. Um navio de pesca encontrou o bote nesta semana e resgatou Pichugin a cerca de 20 quilômetros de Kamchatka, a cerca de 1.000 quilômetros de seu ponto de partida.

Falando a repórteres na última quarta-feira, 16, de sua cama de hospital, Pichugin descreveu como o motor falhou e um dos remos quebrou, tornando a embarcação incontrolável. Não foi possível usar o telefone a bordo, pois não havia sinal, mas o trio o utilizou como geolocalizador por uma semana até que a bateria acabou.

Eles tentaram em vão atrair a atenção dos socorristas usando as poucas sinalizações de emergência que tinham. "Um helicóptero passou perto e depois outro veio três dias depois, mas não serviram para nada", relatou Pichugin em comentários transmitidos pela televisão estatal russa. Ele disse que coletaram água da chuva e mal conseguiam se aquecer no mar, perto da costa leste da Rússia.

"Tínhamos um saco de dormir com lã de camelo, mas estava molhado e não secava", comentou. "Deitávamos debaixo dele, sacudíamos um pouco e assim nos aquecíamos". Eles tinham uma quantidade limitada de macarrão e ervilhas e tentaram pescar.

Segundo a imprensa russa, Pichugin disse que seu sobrinho morreu de hipotermia e fome em setembro. Seu irmão começou a se comportar de forma errática e, em certo momento, tentou pular na água.

Pichugin relatou que sobreviveu "com a ajuda de Deus". "Simplesmente não tinha outra escolha. Tinha minha mãe e minha filha em casa", acrescentou. Os médicos do hospital de Magadan disseram que Pichugin estava desidratado e sofria de hipotermia, mas sua condição era estável.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

O grupo terrorista Hamas confirmou nesta sexta-feira, 18, que o seu líder Yahya Sinwar, foi morto por Israel na Faixa de Gaza. E sinalizou que a guerra continua, reiterando que os reféns sequestrados no atentado de 7 de outubro só serão libertos quando as tropas israelenses se retirarem do enclave palestino.

Khalil al Hayya, liderança do Hamas que vive no Catar, saudou o mentor do ataque terrorista como um "mártir". Em comunicado por vídeo, ele declarou que a morte de Sinwar fortalece o grupo e que Israel e se arrependerá.

"Choramos a morte do grande líder, o irmão mártir Yahya Sinwar", disse no primeiro pronunciamento oficial do Hamas, desde que as forças israelenses anunciaram, na quinta-feira, ter eliminado o líder terrorista em confrontos na Faixa de Gaza.

"(Sinwar) ascendeu como um mártir heroico, avançando e não recuando, brandindo sua arma, engajando-se e confrontando o exército de ocupação na vanguarda das fileiras", acrescentou.

Yahya Sinwar era considerado o idealizador do ataque sem precedentes de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra no enclave palestino. Nesse dia, os terrorista mataram 1,2 mil pessoas e sequestrou mais 250.

O Hamas reiterou que não libertará os reféns em seu poder até que Israel encerre a ofensiva em Gaza, retire suas tropas do enclave e solte os palestinos presos.

A morte de Sinwar, no que parece ter sido um encontro casual na linha de frente com as tropas israelenses na quarta-feira, 16, pode mudar a dinâmica da guerra de Gaza, mesmo com Israel pressionando sua ofensiva contra o Hezbollah com tropas terrestres no sul do Líbano e ataques aéreos em outras áreas do país. O Hezbollah tem disparado foguetes contra Israel quase todos os dias desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados pelo Irã, que saudou Sinwar como um mártir que pode inspirar outros a desafiar Israel. (Com agências internacionais).