TRE-SP suspende direitos de resposta concedidos a Boulos nas redes de Marçal

Política
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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) suspendeu os direitos de resposta concedidos a Guilherme Boulos (PSOL) nas redes sociais de Pablo Marçal (PRTB). Sem apresentar provas, o empresário insinuou, em três ocasiões desde o dia 8 de agosto, quando foi realizado o primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, que o candidato do PSOL é usuário de cocaína.

Boulos demandou direito de resposta a ser publicado nos perfis de Marçal e teve o pedido aceito pela Justiça Eleitoral. Contudo, o ex-coach recorreu da medida e, em decisão do juiz Regis de Castilho na noite desta quarta-feira, 21, a publicação do direito de resposta foi suspensa.

A campanha do PSOL reitera que a suspensão não se refere "ao mérito do caso" e que, diante do maior tempo para a avaliação do processo, o TRE-SP irá se pronunciar sobre pedidos da própria equipe de Guilherme Boulos. Já a assessoria de Marçal celebrou o ofício e reiterou, em nota, que a resposta solicitada por Boulos "ultrapassou os limites" previstos em lei.

À Justiça, os advogados de Marçal, além de sustentarem que o influenciador "jamais teve o intuito de ofender a honra do recorrido (Boulos) imputando-lhe fato sabidamente inverídico", alegaram que o vídeo-resposta encaminhado pelo time de Guilherme Boulos teria um efeito "desproporcional ao conteúdo do vídeo supostamente ofensivo".

Segundo a defesa de Marçal, o vídeo-resposta de Boulos continha 11 segundos a mais do que o vídeo impugnado, além de conter um convite para o espectador conhecer as redes do candidato do PSOL e exibir, nos segundos finais da peça, o número de urna da chapa formada por Boulos e Marta Suplicy (PT). Esses fatores, segundo a defesa do ex-coach, "desvirtuam completamente o objetivo do direito de resposta".

O juiz Regis de Castilho julgou os argumentos procedentes e deferiu o efeito suspensivo diante do "perigo de dano irreparável ou de difícil reparação" aos direitos de Pablo Marçal. Segundo Castilho, se fosse concedido o direito de publicação do vídeo-resposta, a medida seria irreversível.

Ao Estadão, a assessoria jurídica do PRTB, partido de Marçal, celebrou a decisão do TRE-SP. "A concessão do efeito suspensivo é um passo crucial para que o TRE possa realizar uma análise mais aprofundada e fundamentada dos méritos e dos fatos apresentados", diz o corpo jurídico do partido, em nota. "A manifestação do candidato Boulos ultrapassou os limites estabelecidos pela lide", afirma a sigla.

Já a campanha de Guilherme Boulos pontua que a decisão não versou sobre o mérito do processo e que há pedidos da própria defesa do candidato do PSOL a serem avaliados pela Justiça.

"O juiz apenas suspendeu a decisão anterior para analisar dois recursos enviados ao Tribunal nesta semana, um deles da própria equipe jurídica de Boulos. Os advogados da campanha pedem aumento do tempo de exposição do direito de resposta, tendo em vista que um dos vídeos ficou no ar nas redes sociais por período prolongado", afirma a campanha de Boulos em nota.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.