Projeto de pacificação do País foi abalado por inquéritos no STF, diz Barroso

Política
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Os inquéritos que apuram a tentativa de golpe pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados abalaram o objetivo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de trabalhar na pacificação do país. Ao assumir a presidência do Supremo, em outubro do ano passado, Barroso tinha a ideia de "fazer com que as pessoas pudessem voltar a sentar na mesa e defender argumentos". Passado quase um ano, ele avalia que a tentativa de pacificação foi afetada pela "tensão gerada por essas investigações". As declarações foram feitas na noite de quarta-feira, 21, na abertura do Fórum Brasileiro de Contratação e Gestão Pública, em Brasília.

As investigações citadas por Barroso são relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes. O presidente do Supremo tem defendido o colega em diversas manifestações públicas. Na semana passada, afirmou que as críticas a Moraes após reportagem sobre troca de informações entre STF e TSE era uma "tempestade fictícia". No programa Roda Viva, em junho, disse que "não é o inquérito das fake news que é excessivamente prolongado, são os fatos que estão demorando a passar".

"Passei a investir em um legado que possa melhorar o Judiciário no geral", afirmou Barroso, citando projetos da sua gestão no Supremo e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Um deles é o Exame Nacional da Magistratura, que tem o objetivo de "subir a régua" para a contratação de juízes e evitar ingerências nos tribunais. Ele também citou a redução nas execuções fiscais, que são um dos principais fatores de congestionamento do Judiciário, a busca de paridade de gênero e racial e a melhora da comunicação do Judiciário com a sociedade.

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A Justiça da Bolívia restituiu na sexta-feira (2) a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por um caso de tráfico envolvendo uma menor, que tinha sido anulada por uma juíza no início da semana. O líder indígena acusa o governo de Luis Arce de orquestrar uma perseguição judicial contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.