Decisão de Moraes contra Starlink afeta empresa com 215 mil clientes, incluindo Forças Armadas

Política
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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear contas bancárias da Starlink, afeta a principal empresa de internet via satélite no Brasil, com uma base de 215 mil clientes, incluindo Forças Armadas e escolas públicas.

 

De imediato, a medida não prejudica os serviços, segundo intermediários da tecnologia de Elon Musk consultados pelo Estadão. Entretanto, ela colocou o mercado em alerta para impactos futuros provocados pela eventual impossibilidade de pagamento de fornecedores de serviços prestados em terra.

 

A Starlink tem 215.528 acessos de banda larga fixa no Brasil, conforme dados de junho computados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No mesmo período de 2023, eram 66.516.

 

Em comunicado enviado a clientes nesta quinta-feira, 29, a Starlink informou que "está comprometida em defender seus direitos" e que continuará prestando os serviços "gratuitamente, se necessário".

 

A rede de satélites de Elon Musk, operada por meio da empresa Space X, já entrou na administração pública brasileira. Há contratos para serviços militares do Exército e da Marinha e para a rede de ensino, como mostrou o Estadão.

 

Além de contratos para conectar escolas, feitos por governos locais com empresas nacionais intermediárias da Starlink, há, no âmbito federal, escolas e universidades conectadas principalmente por meio de duas iniciativas.

 

Uma delas é pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), uma organização social ligada ao governo federal que virou uma espécie de "faz-tudo" no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A outra é um projeto-piloto desenvolvido pela estrutura criada para gerir o dinheiro arrecadado com o leilão do 5G.

 

Graças à RNP, o presidente Lula, sem saber, serviu de garoto-propaganda da tecnologia de Elon Musk após testar e aprovar a qualidade da internet, em 2023. A organização social, após pedido do Ministério das Comunicações, instalou a Starlink no Navio Hospital Escola Abaré, usado para telemedicina na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Lula visitou a embarcação, ouviu pacientes e saiu elogiando o funcionamento do serviço.

 

A foto de Lula em frente a um monitor com internet da Starlink foi interpretada por executivos do mercado de satélites como um aval presidencial à adoção da tecnologia. Como mostrou o Estadão, o Ministério da Educação criou uma regra que facilitava a entrada da Starlink nas escolas, mas recuou.

 

Na Marinha, a Starlink foi contratada para conectar o maior navio de guerra da frota nacional, o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico. Apesar de recorrer ao serviço, a Força dizia que dados militares não passariam pela tecnologia de Musk. O Exército também usa a Starlink, principalmente em equipamentos militares localizados no Norte do País.

 

Sindicato de empresas de satélites vê riscos de 'apagão'

 

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélites (Sindisat), Fabio Alencar, avalia que um bloqueio de contas bancárias prolongado pode impactar os serviços da Starlink no Brasil.

 

"Eu diria que, por enquanto, não afeta, mas poderá afetar. Se as contas continuarem bloqueadas, eles perderão a condição de receber e efetuar pagamentos. Isso afetaria a operação em geral, pois os fornecedores poderiam parar de prestar os serviços contratados, como a própria operação dos gateways", afirmou.

 

Gateways são estruturas físicas com a tecnologia necessária para que usuários navegam com a internet dos satélites. Segundo Alencar, a Starlink tem mais de 10 gateways no País. "Estes gateways devem estar instalados em localidades alugadas pela Starlink. Se eles não pagarem o aluguel, a luz ou o pessoal de manutenção, por exemplo, o sistema para", explicou.

 

Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias da Starlink. O ministro considerou a existência de um "grupo econômico de fato" sob comando do empresário e mandou bloquear todos os valores financeiros do grupo para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira contra a rede X (antigo Twitter), também pertencente a Elon Musk.

 

Em comunicado a clientes divulgado nesta quinta-feira, 29, a Starlink disse classificar a decisão de Moraes como "inconstitucional" e afirmou que vai recorrer.

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Um voo da American Airlines de Nova York para Nova Délhi pousou com segurança em Roma (Itália) na tarde de domingo, 23, após ser desviado devido a uma preocupação de segurança, que depois foi considerada "não credível", disse a companhia aérea.

A American Airlines informou que o Voo 292 "foi inspecionado pelas autoridades" após aterrissar no Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci e "autorizado a reembarcar". A companhia não esclareceu a causa da preocupação de segurança, mas acrescentou que uma inspeção era necessária de acordo com o protocolo antes que o voo pudesse pousar em Nova Délhi. Segundo a Aeronáutica italiana, no entanto, a suspeita era de um explosivo a bordo.

'Senti um pouco de pânico'

Dois caças da Aeronáutica italiana escoltaram o avião da American Airlines. Caminhões de bombeiros estavam visíveis na pista de pouso de um lado do avião após ele ter aterrissado.

Neeraj Chopra, um dos passageiros a bordo, disse que o capitão anunciou que o avião precisaria dar meia-volta cerca de três horas antes de pousar em Nova Délhi devido a uma mudança no "status de segurança".

Chopra, que estava viajando de Detroit para visitar a família, descreveu o clima no avião como calmo após o anúncio inicial, mas disse que começou a se sentir estressado quando o capitão anunciou que caças escoltariam o avião até Roma. "Senti um pouco de pânico, tipo, o que está acontecendo aqui?", disse Chopra à Associated Press. "Deve ter algo maior acontecendo aqui."

'O voo mais longo para a Europa que já fiz'

O passageiro Jonathan Bacon, 22 anos, de Dayton, Ohio, começou a prestar atenção no rastreador de voo na poltrona à sua frente após o anúncio do capitão sobre um "desvio devido a um problema de segurança", observando a forte curva do avião para longe de Nova Délhi e a rota de volta para Roma.

Os passageiros não tinham conexão com a internet durante grande parte do voo, disse Bacon, com apenas alguns acessos esporádicos que os alertaram para os primeiros relatos sobre a situação cerca de duas horas antes do pouso.

Após o pouso, Bacon disse que todos os passageiros foram levados para um ônibus e transportados até o terminal, onde cada passageiro e seus pertences pessoais passaram por novas verificações de segurança, que foram demoradas e "um pouco mais intensas", especialmente para os recém-chegados.

Mais de duas horas após o pouso, Bacon e seu amigo disseram que ainda estavam esperando pelas suas bagagens despachadas, que também estavam passando por verificações de segurança. "Foi definitivamente o voo mais longo para a Europa que já fiz", disse Bacon.

Um porta-voz do aeroporto disse que as operações estavam continuando normalmente.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

A matéria publicada anteriormente tinha um equívoco no primeiro parágrafo. O líder do partido União Democrática Cristã (CDU), Friedrich Merz, é o provável próximo chanceler da Alemanha. Seu partido foi o mais votado na eleição deste domingo e, portanto, deve ocupar a liderança do país num governo de coalizão. Segue a nota corrigida:

O líder do partido União Democrática Cristã (CDU) e provável próximo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que espera convencer os representantes dos Estados Unidos de que há um interesse mútuo ter boas relações transatlânticas, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 24. Na ocasião, ele disse que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, no domingo, 23, e os líderes discutiram o que será conversado com o presidente americano, Donald Trump.

"Temos que considerar o pior cenário possível para as relações com os Estados Unidos", defendeu.

Merz também disse que será "chanceler de toda a Alemanha" e não apenas para os eleitores de seu partido, e que quer construir uma coligação com o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, que ficou em terceiro lugar após a apuração, atrás do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.

O chanceler conservador eleito na Alemanha, Friedrich Merz, do partido União Democrática Cristã (CDU), afirmou que espera convencer os representantes dos Estados Unidos de que há um interesse mútuo em ter boas relações transatlânticas, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 24. Na ocasião, ele disse que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, no domingo, 23, e os líderes discutiram o que será conversado com o presidente americano, Donald Trump.

"Temos que considerar o pior cenário possível para as relações com os Estados Unidos", defendeu.

Merz também disse que será "chanceler de toda a Alemanha" e não apenas para os eleitores de seu partido, e que quer construir uma coligação com o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, que ficou em terceiro lugar após a apuração, atrás do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.