Qual a participação de Marçal em furto a banco e por que o caso prescreveu? Entenda

Política
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Candidato a prefeito de São Paulo, o empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) foi condenado pela Justiça Federal de Goiás por participar de um esquema de fraudes bancárias pela internet. O crime ocorreu em 2005, quando Marçal tinha 18 anos - quando chegou a ser preso preventivamente -, mas só foi julgado em 2010. Ele foi condenado a pena de quatro anos e cinco meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de multa de R$ 25,2 mil, em valores corrigidos.

A quadrilha infectava computadores de usuários de internet banking por meio de programas maliciosos, que capturavam dados bancários, como senhas e números de contas, e depois usava essas informações para furtar dinheiro por transferências fraudulentas, fazendo compras online e até pagando boletos.

Relatórios de segurança de bancos enviados à Polícia Federal (PF) apontam que os valores subtraídos das contas das vítimas variavam entre R$ 95 e R$ 15 mil - corrigidos pela inflação, os montantes equivalem à cerca de R$ 270 e R$ 43 mil, respectivamente.

Qual era a função de Marçal?

No esquema, que envolvia nove pessoas - todas condenadas -, Marçal era responsável por capturar listas de endereços eletrônicos, que posteriormente eram infectadas, para o grupo conseguir os dados dos correntistas. De acordo com as investigações, o influenciador trabalhava diretamente para Danilo de Oliveira, líder da organização criminosa.

Esses endereços eletrônicos eram utilizados pelos golpistas para enviar programas maliciosos que roubavam dados das contas bancárias das vítimas. No entanto, o ex-coach também atuava enviando e-mails que continham malware (software malicioso), sempre com supervisão de Danilo.

O hoje candidato à Prefeitura também fornecia serviços de manutenção para os computadores da quadrilha, segundo a Justiça. Isso porque, uma vez feita a operação, o dispositivo era infectado e precisava ser formatado.

A quadrilha se organizava entre líderes, responsáveis pelos saques, fornecedores de números de contas bancárias e boletos - que recebiam os valores desviados - e responsáveis pelos programas maliciosos, pela manutenção dos equipamentos e fornecimento de lista de e-mails.

Depoimentos de testemunhas apontaram ainda que o ex-coach "recebia" pelas ações e, embora não tivesse comprado nenhum bem por meio dessas operações, Marçal usava veículos da organização criminosa para "passear" com autorização de Danilo.

Marçal alegou não ter conhecimento dos crimes

Marçal alegou em depoimento que não tinha conhecimento dos crimes, dizendo que desenvolvia apenas tarefas técnicas. A versão foi considerada contraditória, tanto pela participação dele em uma reunião para discutir o esquema, como no argumento da acusação de que ele possuía conhecimento em informática que "possibilitava-lhe claramente compreender a perfeita dimensão do que ocorria".

Trechos do acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) mostram que, durante um interrogatório policial, o ex-coach acusou um terceiro investigado de querer participar do "esquema montado por Danilo", o que mostra, conforme o colegiado, que Marçal tinha consciência de que se tratava de uma atividade criminosa.

Nesta campanha, ele já afirmou na saída da gravação de um podcast na zona Sul de São Paulo que ganhava R$ 350 "de um cara" apenas para consertar computadores. "Ano que vem, que é 2025, vai fazer 20 anos disso. Eu ganhava R$ 350 trabalhando para esse cara. Ele me colocava para consertar computador e pedia algumas coisas. Lá na sentença está escrito que eu não auferi lucro nenhum. E desafio. Ache alguma coisa que eu ganhei com isso que eu vou imediatamente fazer um Pix pagando. Fui processado durante 13 anos de forma injusta", disse o candidato.

Pena prescrita

Em diversas ocasiões, como no debate na TV Band, em agosto, Marçal disse que não teve defesa no processo porque na época do julgamento era pobre e afirmou que o caso estava prescrito.

O apelo em segunda instância à condenação só foi analisado oito anos depois da sentença, em 2018, o que fez com que a pena fosse extinta devido à prescrição retroativa. Para o crime de furto qualificado e considerando que a pena não foi superior a quatro anos de reclusão, o prazo para o crime prescrever era de oito anos.

Mas como Marçal tinha 18 anos na época que cometeu o crime e o Código Penal brasileiro prevê prescrição pela metade do tempo para pessoas com 21 anos ou menos (ou acima de 70 anos), o prazo caiu para quatro anos e a pena foi extinta.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.