Boulos é processado por utilizar imagem de mulher sem autorização em vídeo de campanha

Política
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O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), está sendo processado por utilizar, sem autorização, a imagem de Kelly Cristina Silva Gonçalves em uma propaganda eleitoral. Kelly argumenta que a imagem a expõe em momento frágil e a vincula à campanha política. Procurada, a campanha de Boulos disse que utilizou imagens públicas e divulgadas na imprensa. Depois que a reportagem entrou em contato, o vídeo foi retirado do ar.

A imagem de Kelly aparece em fotos que ilustram um vídeo da campanha em que Boulos aparece em meio a destroços da reintegração de posse que aconteceu na região de São Mateus em 2017. Na peça publicitária, o candidato conversa com diversas pessoas presentes no episódio, inclusive uma homônima da requerente do processo.

No episódio, Boulos foi levado à delegacia para prestar depoimentos sobre a confusão que ocorreu com a reintegração. Na época ele classificou a prisão como "evidentemente política" e Lula prestou solidariedade com publicações nas redes sociais com a #LibertemOBoulous.

Kelly aparece em uma das fotos da reintegração que ilustram o vídeo. No processo, ela relata que não foi procurada para saber se sua imagem poderia ser utilizada na propaganda política. "Além de não ter autorização para o uso da imagem, o Requerido (Boulos) utilizou da fragilidade daquela para promover campanha política em benefício próprio, causando mais dor, tristeza e revolta a Requerente (Kelly), por passar a reviver todo aquele pesadelo novamente, ocasionando-lhe grande abalo emocional", diz o processo.

A equipe jurídica de Boulos foi procurada pela mulher que pediu que a imagem fosse retirada dos vídeos. Mas, como mostram prints anexados ao processo, ela não foi respondida. Kelly também entrou em contato com outros membros da equipe, mas também foi ignorada.

Em nota, a campanha argumentou que utilizou imagens públicas e que já haviam sido divulgadas na imprensa. "A campanha não teve a intenção de expor ninguém. O material foi postado uma única vez há mais de um mês, já foi deletado das nossas redes e estamos em contato com o advogado da reclamante para resolver a situação", escreveu.

Por dano moral e pelo uso de imagem não autorizado, ela pede indenização de R$30 mil. O processo justifica o valor baseado no grande alcance que a publicação alcançou. Até o vídeo ser apagado, eram mais de 6 milhões de visualizações e mais de 140 mil likes.

Os prints anexados mostram que Kelly foi convidada a participar do vídeo, mas negou o convite por não querer ser vinculada a nenhuma campanha política. Os vídeos foram postados em 2 de setembro, a ação foi protocolada na última segunda-feira, 23. As tentativas de contato de Kelly pedindo a retirada da foto se deram nesse intervalo de tempo.

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A Casa Branca chamou de "ilegítima" a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para um terceiro mandato no cargo. "Maduro demonstrou desprezo à democracia", afirmou a secretária de imprensa do governo americano, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa nesta sexta, 10.

Jean-Pierre também comentou o forte relatório de emprego dos EUA, o payroll, que apontou criação de 256 mil postos de trabalho em dezembro. Segundo ela, o governo do presidente americano, Joe Biden, é o primeiro registrar ganho de empregos em todos os meses da administração.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, minimizou nesta sexta, 10, o impacto de novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia nos preços de petróleo e, portanto, nos de gasolina.

Em coletiva de imprensa, Jean-Pierre explicou que espera oferta global da commodity maior que a demanda este ano, o que deve impor pressão sobre as cotações. "Acreditamos que preços de gasolina continuarão caindo", ressaltou.

A porta-voz acrescentou as "significativas" sanções miram o setor de energia russo, com objetivo de reprimir a capacidade do Kremlin de manter a guerra contra a Ucrânia. Para ela, por conta das medidas, o mercado petrolífero está "em lugar fundamentalmente melhor".

Jean-Pierre disse ainda que os EUA impuseram sanções contra aliados da Venezuela, após a posse do ditador Nicolás Maduro a um terceiro mandato, que os EUA consideram "ilegítima".

O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições venezuelanas, afirmou que retornará ao país "em breve" para assumir a presidência e ordenou que o alto comando militar venezuelano preparasse as condições de segurança para sua posse. O opositor que é reconhecido como o presidente eleito por países como EUA e Argentina, afirmou que Nicolás Maduro consumou um golpe e se "autocoroou ditador" ao tomar posse para um terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira, 10.

"Maduro violou a Constituição e a vontade soberana dos venezuelanos expressa em 28 de julho. Consumou um golpe de Estado. Autoproclamou-se ditador. Não tem o apoio do povo", disse o opositor em uma mensagem gravada. "Não conta com o respaldo de nenhum governo que se respeite como democrático. Apenas os ditadores de Cuba, Congo e Nicarágua o apoiam."

Como autoproclamado presidente, González ordenou ao alto comando militar que desconsiderasse as ordens ilegais de Maduro e preparasse as condições de segurança para sua posse. "Os soldados da nossa Força Armada Nacional devem obediência ao povo através de mim, pois hoje sou o presidente eleito da República Bolivariana da Venezuela", declarou.

Maduro, no poder desde 2013, foi empossado em uma cerimônia na sede do Parlamento, sob seu controle, assim como todas as instituições do país, incluindo as Forças Armadas, que pela lhe juraram "lealdade e subordinação absoluta".

González afirmou que está "muito perto" da Venezuela. Após viajar pelas Américas para dialogar com lideranças internacionais, o opositor cogitava pegar um voo para a Venezuela para pressionar por sua posse, mas desistiu de ir a Caracas por um pedido de sua aliada, a líder opositora María Corina Machado. Na quinta-feira, 9, na saída de um protesto contra Maduro, a oposição venezuelana denunciou a detenção temporária de Corina Macho pelo regime chavista.

"Como disse María Corina Machado, a decisão de fechar as fronteiras do país e armar os aviões militares que protegem o espaço aéreo, visavam fazer comigo, no ar, o que fizeram ontem contra nossa líder", disse. Nesta sexta-feira, a Venezuela fechou fronteira com o Brasil e com a Colômbia.

González declarou que está trabalhando para entrar na Venezuela de maneira segura e no momento certo, enfatizando que sua liderança representa a vontade de quase oito milhões de eleitores. "Em breve, muito em breve, apesar de tudo o que eles fizerem, conseguiremos entrar na Venezuela e pôr fim a esta tragédia. Estou muito perto da Venezuela. Estou pronto para o ingresso seguro e no momento propício", afirmou.

Na cerimônia desta sexta-feira, Maduro pediu múltiplos juramentos de lealdade, feitos por militares, policiais e seguidores do chavismo.

A autoridade eleitoral proclamou Maduro vencedor das eleições com 52% dos votos, mas não apresentou até hoje os dados detalhados da apuração, como determina a lei. A oposição, por sua vez, afirma que González com 70%.

A principal coalizão de partidos políticos opositores, a Plataforma Unitária, denunciou que Maduro consumou "um golpe de Estado" ao tomar posse, apoiado "pela força bruta e não reconhecendo a soberania popular expressada contundentemente em 28 de julho", diz um comunicado, sustentando que "González Urrutia é quem deve ser empossado".