PT tem só dois nomes no 2º turno no ABC, seu berço político

Política
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A Grande São Paulo reelegeu pelo menos 11 prefeitos neste ano (conforme a apuração fechada até 20h30) e se consolidou como um bloco de centro e de direita. Berço histórico do PT, pelo sindicalismo, o partido não conseguiu marcar posição no ABC e só irá ao segundo turno em Diadema, com Filippi, ainda atrás na votação de Taka Yamauchi (PSDB); e em Mauá com Marcelo Oliveira - que enfrentará Átila, do União Brasil.

Berço do sindicalismo, após o golpe militar de 1964, o chamado ABC paulista abarca sete cidades. Entre elas, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano estão hoje muito distantes da imagem de "cidades-dormitórios" ou de municípios onde durante muitos anos o PT reinou absoluto, em meio a gigantescas assembleias e atos que moldaram o pensamento dos trabalhadores da época.

De toda a Grande São Paulo, uma das conjunturas mais difíceis para a esquerda está em Santo André. Depois de uma administração mal avaliada do PT, o PSDB já governa há dois mandatos com o economista Paulo Serra, que tende a eleger um aliado como sucessor. Gilvan (PSDB) aparecia na frente da apuração, com perspectiva de vitória. Em São Caetano, Tite Campanella (PL) levou no primeiro turno.

Em São Bernardo, a disputa ficará entre Marcelo Lemos (Podemos) e Alex Manente (Cidadania). Outra desilusão para o PT. Neste ano, a expectativa da legenda estava depositada no deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, irmão do atual ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou até a comparecer ao lançamento da candidatura a prefeito do deputado. Mas ele ficou em terceiro, e a cidade de 850 mil habitantes prossegue sem gestões petistas desde 2016.

O PT esperava um cenário melhor. Mas a onda antipetista ganhou fôlego depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e ficou mais forte após a prisão do então ex-presidente Lula. O movimento sindical sofreu forte declínio após a reforma trabalhista feita no governo do ex-presidente Michel Temer. A perspectiva de retomar em parte o que já foi chamado de "cinturão vermelho", e auxiliou na eleição de 2022, não se revelou válida nesta eleição. No início do ano, o presidente provocou seus colegas do PT, pedindo para que refletissem sobre as derrotas anteriores, buscando resultados melhores.

LULA

Lula votou na Escola Estadual Dr. João Firmino Correia de Araújo, acompanhado por Teixeira, e pelos ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do Trabalho, Luiz Marinho, além da primeira-dama, Rosângela da Silva, Janja.

Ele afirmou que a eleição é um momento da população mostrar o seu desejo e que, se houve erros na eleição presidencial, é possível corrigir na eleição municipal e vice-versa. "Temos agora mentira, fake news e candidatos que só estão aí para provocar", disse Lula.

Em Ribeirão Pires, a projeção até ontem à noite era de disputa entre PL (Guto Volpi) e Progressistas (Gabriel Roncon); e em Rio Grande da Serra, entre PSB (Akira Auriani) e Podemos (Marcelo Akira).

BALANÇO

Considerando os 39 municípios da principal região administrativa do País, houve reeleição em Arujá, Biritiba Mirim, Caieiras, Embu das Artes, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Santa Isabel e São Lourenço da Serra. Nas demais cidades, ainda não havia sido fechado o processo total de apuração até as 20h30 deste domingo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou uma brecha na Constituição e preencheu duas vagas da Suprema Corte por decreto durante o recesso do Congresso. A manobra controvertida foi publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 26, e enfrenta o primeiro desafio legal. Em petição apresentada à Justiça, uma organização da sociedade civil pede a nulidade das nomeações.

Sem força para aprovar as indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo à mais alta Corte de Argentina, a Casa Rosada se utilizou do artigo da Constituição que prevê a nomeação "em comissão", ou seja, de forma interina durante o recesso do Congresso. Para os críticos, contudo, o mecanismo deveria ser usado em casos excepcionais.

Em petição à Justiça, o Centro de Estudos para a Promoção da Igualdade e da Solidariedade (CEPIS) solicitou a anulação do decreto, além de medida cautelar que anule os seus efeitos. No caso, encaminhado a tribunal federal em La Plata, a organização denuncia a "arbitrariedade e ilegalidade" do decreto e aponta para violação de "disposições constitucionais, bem como tratados internacionais que garantem a independência do Poder Judiciário".

No campo político, o líder da União Pela Pátria, José Mayans, ameaçou que a oposição peronista no Senado derrubaria as indicações de Milei no retorno do Legislativo, mês que vem. E até mesmo o PRO, de Mauricio Macri, que tem ministério no governo, se posicionou contra o nome de Ariel Lijo para Suprema Corte. Após reunião da alta cúpula, o partido sinalizou que a maior parte dos seus senadores votaria contra a nomeação, embora tenha decidido não emitir uma declaração pública sobre o encontro.

A Casa Rosada, se defende dizendo que o decreto visa normalizar os trabalhos da Suprema Corte e acusa o Senado de politizar as escolhas de Javier Milei para o Judiciário. "O Senado, em vez de ter realizado uma análise séria e objetiva da adequação dos candidatos propostos, optou repetidamente por adiar seu pronunciamento com base em considerações motivadas por conveniência política", acusou o governo no decreto.

As indicações de Javier Milei para ocupar duas das cinco vagas existentes na Corte enfrentam resistência tanto dos peronistas, quanto de aliados ocasionais do governo. O impasse se arrasta há quase um ano. As críticas recaem especialmente sobre a escolha de Ariel Lijo, acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. O juiz nega.

Sem conseguir os dois terços do Senado necessários para aprovar as indicações, a Casa Rosada apelou para o decreto. Nesse caso, as nomeações são interinas. Para garantir a vaga na Corte, os juízes precisam ser confirmados pelo Senado até o fim da próxima legislatura, em março de 2026. Antes disso, os argentinos renovam parte do Congresso nas eleições de meio de mandato e espera-se que o partido de Milei, A Liberdade Avança, amplie a sua bancada.

Em meio às críticas, o governo argumenta que está amparado pela Constituição e promete manter as negociações para garantir aprovação de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo no Senado. O último presidente argentino a nomear juízes da Suprema Corte por decreto foi Mauricio Macri, que acabou recuando diante da repercussão negativa e agora critica publicamente a escolha de Lijo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.

O Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o Escritório de Gestão de Pessoal solicitaram de maneira conjunta que as agências federais enviem "planos de reorganização" e se preparem para iniciar demissões em larga escala, a pedidos do presidente do país, Donald Trump, segundo memorando divulgado nesta quarta-feira, 26.

No documento, é mencionado que o governo federal é "caro, ineficiente e profundamente endividado" e não está produzindo resultados, o que exige que a medida seja colocada em prática. "O dinheiro dos impostos está sendo desviado para financiar programas improdutivos e desnecessários que beneficiam grupos de interesse radicais enquanto prejudicam cidadãos americanos trabalhadores", justifica a nota.

O comunicado cita que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) instruiu as agências a "eliminar o desperdício e o inchaço" dos trabalhadores, como parte da "transformação crítica da burocracia federal".