Vitória folgada cacifa Campos e Reis para disputa a governador

Política
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Contrastando com a disputa acirrada em capitais como São Paulo e Curitiba, alguns candidatos a prefeito pelo País conseguiram se eleger ainda em primeiro turno com votações expressivas, confirmando o favoritismo apontado pelas pesquisas desde o início das campanhas. Entre os "campeões" com quase 80% dos votos válidos, destaque para os resultados em Recife (PE) e Salvador (BA), com a reeleição de João Campos (PSB) e de Bruno Reis (União Brasil), respectivamente.

Ainda no Nordeste, a lista dos "campeões" inclui João Henrique Caldas (PL) - que teve 83,25% dos 454.921 votos em Maceió (AL) e conseguiu sua reeleição - e Eduardo Braide (PSD) - com 70,12% dos votos em São Luís (MA), também reeleito.

No Recife, com 100% das urnas apuradas, Campos terminou a eleição com 725.721 votos, o correspondente a 78,11% do total de votos válidos. Em segundo lugar, ficou o ex-ministro Gilson Machado (PL), com 13,9%. Titular do Turismo na gestão Bolsonaro, ele não conseguiu tração na disputa pela prefeitura.

Dado o seu desempenho na disputa municipal, Campos é considerado hoje uma opção para a corrida pelo governo de Pernambuco, em 2026, em disputa contra a atual ocupante do cargo, Raquel Lyra (PSDB). Aliados também apostam nele como um futuro nome para a Presidência da República.

Com 30 anos de idade, Campos faz parte de um clã político que domina o cenário local. Ele é filho do ex-governador Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014, e bisneto de Miguel Arraes, que também governou o Estado. Antes de se eleger prefeito em 2020, atuou como deputado federal.

Sua vitória folgada é um trunfo para o PSB e representa uma esperança de renovação no partido, que desde a redemocratização não conseguiu criar lideranças nacionais capazes de ocupar o espaço da esquerda ou da centro-esquerda no debate nacional. O pai do prefeito, Eduardo Campos, fez essa tentativa em 2014, mas sua morte interrompeu o plano.

Nos últimos anos, ele se tornou "pop" nas redes sociais, com vídeos de "dancinhas" e fotos de cabelo "nevado" ou descolorido para o carnaval.

A candidatura de Campos também era considerada a mais competitiva da esquerda em capitais. Apesar de ter o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito não dependeu do endosso do PT para se reeleger.

A sigla de Lula pleiteava a vaga de vice, de olho em assumir a prefeitura após 2026, caso Campos se eleja governador. O prefeito, contudo, ignorou apelos dos petistas e escolheu como vice Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete, como companheiro de chapa.

Em 2020, Campos se elegeu em segundo turno contra Marília Arraes, sua prima, então filiada ao PT - hoje, ela faz parte dos quadros do Solidariedade. Os dois romperam durante a disputa, porém ela acabou anunciando apoio à reeleição do prefeito neste ano.

CARLISMO. Em Salvador, o resultado do pleito também trouxe um sabor especial para um grupo que sempre teve forte presença na vida política do Estado, o carlismo. Bruno Reis teve 78,67% dos votos no primeiro turno, o equivalente a 1,045 milhão de votos. O segundo colocado, Kleber Rosa (PSOL), ficou bem atrás: com 10,43%.

Essa foi a terceira vez seguida que o grupo hoje liderado por ACM Neto venceu a eleição em Salvador no primeiro turno, o que demonstra o amplo apoio do carlismo na capital. O neto de Antônio Carlos Magalhães venceu em 2016 com 73,99% dos votos válidos. Em 2020, Reis foi o vencedor com 64,2% dos votos válidos.

Com uma gestão bem avaliada, Reis também terá o desafio nos próximos dois anos de manter a popularidade para viabilizar os planos do União Brasil de vencer o PT em nível estadual, retomando o poder na Bahia. Desde 2007, o Estado é governado por petistas (primeiro, Jaques Wagner; depois, Rui Costa e, agora, Jerônimo Rodrigues). Com a vitória inconteste em Salvador, o União Brasil tentará reunir forças para disputar novamente contra o PT em 2026 o governo estadual.

Na campanha, Reis prometeu qualificar mais 100 mil pessoas. Também falou em melhorias no transporte público, mas rejeitou proposta apresentada por adversários de instituir tarifa zero no transporte, alegando que o orçamento da cidade não é suficiente para isso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, foi recebido com vaias e gritos de revolta em Mayotte, o arquipélago francês localizado no Oceano Índico danificado por um ciclone que já deixou mais de 30 mortos. Cobrado por providências, o mandatário disse que os moradores estariam "na pior" sem a França.

Em sua visita tensa, Macron prometeu reconstruir o território, situado entre Moçambique e Madagascar, por meio de uma "lei especial", além de atender os problemas urgentes de fornecimento de água e alimentos.

"Água, água!", pediam os moradores de Mayotte durante a visita do presidente às áreas afetadas. Seis dias após a passagem do ciclone, Macron prometeu que o fornecimento de água seria restabelecido parcialmente neste sábado. "Sete dias e você não pode dar água à população!", gritou um homem para Macron.

"Se você colocar as pessoas umas contra as outras, estamos ferrados!", disse Macron. "Você está feliz por estar na França? Se não fosse a França, você estaria 10.000 vezes mais na merda. Não há lugar no Oceano Índico onde as pessoas estejam felizes! Isto é realidade!"

O ciclone Chido deixou ao menos 35 mortos em sua passagem por Mayotte no último sábado, informaram, nesta sexta-feira, 20, as autoridades em um novo balanço. O ministério do Interior francês também informou sobre 67 feridos graves e 2.432 feridos leves, e alertou que o balanço é "muito difícil de consolidar". As autoridades temem um número de mortos muito maior.

Mayotte conta com cerca de 320 mil habitantes, mas estima-se que entre 100 mil e 200 mil pessoas a mais vivam lá devido aos migrantes em situação irregular provenientes da vizinha Comores. Quase um terço da população vive em habitações precárias.

Mayotte se tornou um departamento francês em 2011, após votar contra sua independência em dois referendos, em 1974 e 1976. No entanto, Comores reivindica este território e não reconhece a autoridade de Paris.

O futuro próximo do governo liberal minoritário liderado por Justin Trudeau está em território perigoso depois que seu antigo aliado no Parlamento, o Novo Partido Democrático (NDP, na sigla em inglês) do Canadá, informou que está preparado para derrubar a administração em uma votação de desconfiança.

A declaração foi divulgada nesta sexta-feira, 20, momentos antes de o primeiro-ministro canadense Trudeau apresentar um gabinete renovado, enquanto reflete sobre o seu futuro após a surpreendente demissão da sua ministra das Finanças e aliada de confiança Chrystia Freeland nesta semana. Isto sugere que todos os três principais partidos da oposição - incluindo o Partido Conservador e o Bloco Quebecois - estão agora a bordo para derrotar o governo o mais cedo possível, quando o parlamento retomar suas atividades no final de janeiro, após um recesso de inverno.

"Os liberais não merecem outra oportunidade. É por isso que o NDP votará para derrubar este governo e dará aos canadenses a oportunidade de votar num governo que trabalhará para eles", disse Jagmeet Singh, o líder do NDP. "Não importa quem lidera o Partido Liberal, o tempo deste governo acabou."

Os liberais no poder e o NDP tinham anteriormente um acordo político no qual o NDP concordava em ajudar Trudeau na aprovação de leis e na sobrevivência a possíveis votos de desconfiança, nos quais a oposição pode desencadear uma eleição ao derrotar o governo. O NDP frustrou o acordo no outono, mas apoiou Trudeau em votações importantes.

No início desta semana, Singh defendeu a renúncia de Trudeau, mas não se comprometeu a ajudar os outros dois partidos da oposição a derrotar os liberais num voto de desconfiança.

O novo ministro das Finanças, Dominic LeBlanc, disse na quinta-feira que Trudeau tem "total apoio do seu gabinete", mas reconheceu que um número crescente de deputados liberais querem que Trudeau vá embora. Ele disse que Trudeau admitiu que está refletindo sobre o assunto.

Daniel Béland, professor de ciências políticas na Universidade McGill, em Montreal, disse que uma mudança de gabinete era necessária devido às recentes saídas.

"Pode parecer apenas reorganizar as cadeiras do Titanic", disse Béland.

Trudeau tornou-se amplamente impopular nos últimos anos devido a uma vasta gama de questões, incluindo o elevado custo de vida e o aumento da inflação.

* Com informações da Dow Jones Newswires e Associated Press

O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, mostrou-se otimista quanto a evitar uma paralisação do governo. "Temos uma conferência republicana unificada", disse o parlamentar aos repórteres na tarde desta sexta-feira, 20.

"Não teremos uma paralisação do governo", afirmou. A votação está prevista para o final da tarde.

Os comentários de Johnson vieram depois que um acordo revisado sobre gastos do governo foi rejeitado na noite de quinta-feira. Se um novo projeto de lei não for aprovado pelas duas casas do Congresso e assinado pelo presidente Joe Biden até a meia-noite de hoje, o governo terá de paralisar algumas atividades.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse aos repórteres que o Escritório de Gestão e Orçamento começou a notificar os funcionários federais sobre possíveis licenças.

Tanto o presidente eleito Donald Trump quanto seu czar da eficiência, o CEO da Tesla, Elon Musk, expressaram apoio à última versão da legislação, uma variante reduzida de um acordo bipartidário que eles inviabilizaram no início da semana. Mais de três dúzias de parlamentares republicanos se juntaram aos democratas para derrotar o projeto.