Caiado e Bolsonaro estarão em palanques opostos no segundo turno de Goiânia

Política
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Ronaldo Caiado (União Brasil) e Jair Bolsonaro (PL), aliados na política nacional, estarão de lados opostos na disputa pela prefeitura de Goiânia. Caiado apoia o colega de partido Sandro Mabel, já Bolsonaro gostaria de ver Fred Rodrigues (PL) na cadeira de prefeito.

Rodrigues foi para o segundo turno com 31,14%, já Mabel alcançou 27,66% dos votos. O resultado foi um baque para o grupo de Caiado, já que Mabel aparecia em primeiro lugar nas principais pesquisas de intenção de votos. O governador mergulhou de cabeça na campanha do aliado e já questionou diversas vezes, durante a o período eleitoral, a capacidade do candidato do PL de administrar a cidade.

Bolsonaro já usou o fato do candidato de Caiado ser ex-sócio da fábrica de alimentos Mabel para chamá-lo de "candidato da bolachinha". "Tem vários vídeos rodando por aí: o candidato da bolachinha, o candidato da rosquinha, vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora", afirmou o ex-presidente.

Com Bolsonaro inelegível até 2030, a direita fica sem candidato para 2026, pelo menos sem um candidato óbvio. Caiado já declarou ao Estadão/Broadcast que apresentou seu nome como pré-candidato para a presidência ao partido. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já afirmou que poderia se juntar a Caiado em uma chapa.

Caiado, assim como Zema, já está no segundo mandato como governador de Goiás e não poderá mais se reeleger. O governador e São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), também despontam como nomes da direita para a disputa presidencial de 2026.

Em setembro, Bolsonaro chamou o governador de covarde em comício realizado em Goiânia. O presidente criticou, sem citar nominalmente, o chefe do executivo estadual por aderir às medidas de isolamento durante a pandemia de Covid-19. Os dois chegaram a romper ainda durante os primeiros meses da emergência sanitária, em maio de 2020.

O governador afirmou que a disputa com o ex-presidente não afeta sua candidatura e que, mesmo sem o apoio do PL, ele será candidato em 2026. Segundo o governador, ele não encontra Bolsonaro há muito tempo e afirmou ao jornal O Globo que seu partido tem condições de apresentar nomes para a disputa. Por fim, Caiado afirmou não se preocupar com outras candidaturas que não a sua própria.

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a injeção de mais de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, com o intuito de conservar a floresta amazônica. "Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, o que elevará as contribuições totais dos EUA para o Fundo Amazônia para US$100 milhões, sujeito à notificação do Congresso", afirmou a Casa Branca, em comunicado.

No comunicado à imprensa é reforçado ainda que o governo Biden, juntamente com o BTG Pactual e mais 12 parceiros, está anunciando o lançamento da Coalizão Financeira de Restauração e Bioeconomia do Brasil. A coalizão pretende mobilizar pelo menos US$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados para projetos de restauração de terras e relacionados à bioeconomia até 2030.

A Casa Branca também destacou o apoio da administração Biden à Iniciativa Tropical Forest Forever Facility (TFFF) - um novo fundo de US$ 125 bilhões para conservar as principais florestas do mundo -, proposta pelo governo Lula.

"A TFFF atrairá capital privado substancial e fará uma contribuição significativa para a conservação das florestas tropicais. Os Estados Unidos estão anunciando apoio para ajudar a finalizar o trabalho técnico e analítico necessário para projetar e configurar a Facility", ressaltou.

Neste domingo, Biden realiza visita a Manaus e deve se reunir com lideranças indígenas, antes de seguir para o Rio de Janeiro, para a cúpula do G20. Ele é o primeiro presidente americano em exercício a visitar a Amazônia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, neste domingo, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na primeira reunião bilateral com um chefe de Estado vindo ao Brasil para o G20. Durante o encontro, Lula relatou a reunião e o trabalho do G20 Social e pediu que a África do Sul continue com essa prática inaugurada pela presidência brasileira, dado que Ramaphosa será o próximo a assumir a presidência do grupo.

O presidente sul-africano garantiu que deve dar continuidade ao trabalho do Brasil no G20, enquanto o Brasil se colocou à disposição da África do Sul para "transferir toda a experiência brasileira na presidência do G20", informou comunicado do Palácio do Planalto, divulgado há pouco.

Lula e Ramaphosa também conversaram sobre a retomada das reuniões do IBAS, grupo que reúne Brasil, Índia e África do Sul, e sobre a presidência brasileira do grupo BRICS, que deve se reunir ano que vem no Brasil. Além disso, os dois presidentes conversaram sobre o financiamento da preservação ambiental discutido em fóruns ambientais e sobre a proposta de taxação de 2% dos três mil indivíduos mais ricos do planeta, que detém um patrimônio de US$ 15 trilhões.

Ainda segundo o comunicado, participaram da reunião os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Fazenda, Fernando Haddad, da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Gestão e da Inovação, Esther Dweck. Também participaram o assessor especial, Celso Amorim, e o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento e Indústria, Márcio Elias Rosa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, publicou no X que já está no Rio de Janeiro para a cúpula do G20, que começa nesta segunda-feira, 18, e vai até terça-feira, 19. "Estou aqui para aprofundar nossas parcerias globais e criar novas. Isso importa mais do que nunca", frisou na postagem.

Ela também ressaltou que serão dois dias intensos de discussões e que está "totalmente pronta para apoiar as ambições da presidência brasileira".