Boni reencontra Daniel Filho em "Tributo' e diz que criou 'mercado de trabalho seguro' na TV

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José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-vice presidente de operações da TV Globo, sempre que se refere ao amigo e diretor de TV e cinema Daniel Filho, lembra de uma frase que lhe disse ao chamá-lo para, segundo ele, "produzir televisão de qualidade": "Daniel, pode fazer seu cineminha na TV".

O "cineminha" a que Boni se refere são as novelas que a emissora apresentou, sobretudo entre os final dos anos 1960 até o fim dos anos 1990, quando o gênero se tornou uma marca da Globo e do Brasil. Amigos de longa data, eles se encontram na série Tributo, que entra no catálogo do Globoplay neste sábado, 30, dia em que Boni completa 89 anos.

Na Era Boni, que também ficou conhecida por implementar o Padrão Globo de Qualidade, Daniel esteve envolvido na direção ou supervisão de clássicos da teledramaturgia, como Selva de Pedra (1972), O Bem Amado (1973), Pecado Capital (1975), O Astro (1977), Dancin' Days (1978), Malu Mulher (1979), entre outros.

Havia ainda um terceiro elemento nessa jornada, Walter Clark (1936-1997). Aliás, foi Clark quem chamou Boni para a emissora, em 1967. Juntos, além de formatarem a grade de programação, também contrataram autores como Dias Gomes e Janete Clair, e um grande elenco de atores, formando um time de peso para a emissora.

"Em todas as viagens que eu fiz depois do sucesso da TV Globo pelos países do mundo, meus colegas vinham me cumprimentar pela qualidade do texto que a gente tinha, pela criatividade e o volume de gente de talento", diz Boni no programa Tributo.

O ex-executivo da Globo também fala sobre o que fez a expressão 'Padrão Globo de Qualidade' ganhar força na época. "O 'Padrão Globo de Qualidade' é um apelido, que não foi dado pela TV Globo, nem por mim. Ele era, na verdade, a busca pela qualidade, a preocupação em fazer melhor. Todo mundo estava envolvido naquele projeto, o sonho foi comprado pela equipe".

O Tributo dedicado a Boni terá depoimentos de nomes como Susana Vieira, Antônio Fagundes, Glória Pires, Lima Duarte, Tony Ramos, Betty Faria, Ary Fontoura, Xuxa e Angélica. Todos fizeram parte da Era Boni na Globo, que tinha como princípio manter contratos longos e com altos salários, algo que a emissora, ao longo dos últimos anos, abriu mão.

Em um material de divulgação do programa, Boni diz que quer ser lembrado "como a pessoa que criou um mercado de trabalho seguro e próspero para os artistas de todas as gerações". A série Tributo, que homenageia grandes nomes da televisão, tem direção artística de Antonia Prado e direção de Matheus Malafaia.

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O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira, 29, que deve receber na próximas semanas mais de 8 milhões de doses pediátricas, para bebês e para adultos da vacina contra a covid-19. De acordo com a pasta, o montante é o suficiente para manter os estoques abastecidos por até seis meses.

Dentre elas, um lote de 3 milhões é destinado ao público acima de 12 anos, e outro, de 2 milhões, é para crianças. O cronograma conta ainda com a entrega do primeiro lote de vacinas atualizadas contra cepa JN.1, detectada no mundo em agosto de 2023. Serão 3 milhões de doses.

As vacinas atualizadas receberam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última sexta-feira, 22.

As doses a serem recebidas fazem parte do contrato de aquisição de 69 milhões de doses de vacina contra a covid-19, válido pelos próximos dois anos. Elas serão distribuídas aos estados de acordo com a demanda e capacidade de armazenamento, informou a pasta.

"O vírus continua circulando. Isso fez com que o ministério mudasse a estratégia da vacinação. Pelo fato da doença não ter um comportamento sazonal, estando presente ao longo de todo ano, disponibilizamos as doses da mesma forma", reforçou Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI), em nota.

O anúncio ocorre em meio a reclamações e alerta de estados e municípios sobre a falta ou os baixos estoques de vários tipos de imunizantes, incluindo a vacina contra a covid-19. Pelo menos 11 Estados do País e o Distrito Federal registraram falta de algum tipo de vacina, de acordo com levantamento feito pelo Estadão entre os dias 11 e 18 de novembro.

Confrontada pela reportagem, a pasta alegou que não havia falta de vacinas, e que "enfrentou desafios momentâneos na distribuição de algumas vacinas devido a problemas com fornecedores e produção limitada global".

Em setembro, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) feita entre os dias 2 e 11, mostrou que 64,7% dos 2.415 municípios questionados relataram falta de vacinas.

O Ministério da Saúde prevê lançar, em dezembro, um painel para monitorar o estoque de vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Mais de 40 novos registros do sapinho-de-chifre-paviotii (Proceratophrys paviotii), um anfíbio exclusivo da Mata Atlântica e considerado quase ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), deixaram animados pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma). Os registros foram feitos por dez "cientistas cidadãos", como são chamadas pessoas de diferentes idades e regiões do Brasil, que interagem com pesquisadores, dentro do projeto "Cantoria de Quintal", enviando imagens e gravações de som desses animais, colaborando com material inédito dessa espécie ainda pouco conhecida.

"Contagiados por essa tendência e por habitarmos uma das regiões mais diversas e ameaçadas do planeta em relação aos anfíbios, o Inma decidiu criar o projeto, que tem como principal objetivo envolver pessoas de diferentes idades, localidades e realidades em projetos de ciência e conservação relacionados a esse grupo da fauna", conta o pesquisador do Inma e coordenador do projeto, João Victor Lacerda.

Com a contribuição do público, os pesquisadores descobriram que, ao contrário do que se pensava, o sapinho-de-chifre-paviotii não é tão raro quanto antes se imaginava. Ele foi registrado até mesmo em quintais e poças de chuva formadas em ruas calçadas.

"O sapinho-de-chifre-paviotii está classificado como quase ameaçado, indicando que a probabilidade da espécie passar a figurar entre as ameaçadas é alta. Mas, ao levar em conta os novos registros, consideramos bastante provável que, em avaliações futuras, ele passe a ser classificado como uma espécie menos preocupante em relação ao seu estado de conservação", disse.

Para Lacerda, mesmo não estando totalmente protegido de impactos diversos, como os decorrentes das alterações climáticas ou disseminação de doenças, é um alento constatar que a espécie não está tão em risco como se pensava.

O projeto "Cantoria de Quintal", desenvolvido desde 2020 pelo Inma, em Santa Teresa, no Espírito Santo, já recebeu mais de 900 contribuições enviadas por 160 cientistas cidadãos. Esses dados ajudaram a registrar cerca de 40 espécies, algumas delas ameaçadas de extinção, raras ou pouco conhecidas pela ciência. A iniciativa também visa a incentivar o público a participar de outras fases da pesquisa, como a criação de guias fotográficos e textos científicos.

Os resultados da pesquisa foram publicados em um artigo na revista internacional PeerJ, em outubro, em colaboração com pesquisadores de diversas instituições, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).

Ciência Cidadã no Inma

A relação entre pesquisadores e o público surgiu com o Programa de Capacitação Institucional (PCI), criado em 2019, segundo contou a coordenadora do projeto de Ciência Cidadã no INMA, Natália Pirani Ghilardi-Lopes. "Foi quando iniciamos o 'Conhecimento, conservação e desenvolvimento sustentável na Mata Atlântica', um programa que forneceu bolsas para cientistas desenvolverem pesquisas estratégicas no Inma. Os pesquisadores eram especialistas em diferentes grupos taxonômicos, e aproveitamos essa expertise para incluir o público em monitoramento de biodiversidade", relatou Natália.

"Fizemos visitas às moradias de habitantes do entorno, fomos a escolas, conversamos com professores, e até com os visitantes do Inma. Criamos redes sociais, grupos de WhatsApp e plataformas como o iNaturalist para que as pessoas pudessem enviar fotos, vídeos e áudios. Um grande desafio foi garantir que todos os cientistas cidadãos estivessem familiarizados com essas tecnologias".

O mês de dezembro terá temperaturas acima da média em grande parte do País, segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Há possibilidade de ocorrência de alguns dias de intenso calor, principalmente na região Norte.

Algumas áreas pontuais, porém, têm previsão de temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média, devido à chuva durante dias consecutivos, que podem amenizar a temperatura. É o caso do Amazonas, Amapá, sudoeste do Paraná, leste de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul.

Chuva e impactos nas culturas agrícolas

Já a previsão de chuvas para o próximo mês apresenta maior variação entre as regiões brasileiras. Em grande parte da Região Norte, no nordeste de Mato Grosso, em São Paulo, no sul de Minas Gerais e no oeste do Piauí deve chover próximo ou acima da média. No Sul do País, entretanto, a precipitação ficará abaixo do registrado nos últimos anos, com exceção de áreas localizadas no leste de Santa Catarina e norte do Paraná.

"A previsão de chuvas mais regulares e bem distribuídas continuarão a ocorrer nas áreas em produção da região Norte, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento das lavouras. Já no MATOPIBA (região que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a previsão aponta para menores volumes de chuva, porém serão suficientes para a manutenção da umidade do solo na maioria das localidades", explica o Inmet.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão é a de que dezembro apresente um aumento na umidade do solo, graças a um padrão de precipitação mais constante, o que beneficia o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Mas regiões como o sudoeste de Mato Grosso, o sul de Mato Grosso do Sul, o oeste de São Paulo e o norte de Minas Gerais podem enfrentar problemas por conta da distribuição irregular das chuvas.

No Sul, espera-se que as precipitações se mantenham próximas aos valores médios históricos, mantendo os níveis de umidade do solo em patamares elevados. Isso favorecerá tanto a semeadura quanto o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Contudo, áreas específicas como o sul do Rio Grande do Sul e o noroeste do Paraná poderão experimentar volumes de chuva inferiores ao usual, o que pode resultar em uma diminuição da umidade do solo.