Maurício Kubrusly considerou eutanásia, diz esposa

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Beatriz Goulart, mulher de Maurício Kubrusly, revelou que o jornalista considerou se submeter a uma eutanásia após ser diagnosticado com demência fronto-temporal, doença que não tem cura. A revelação foi feita em uma entrevista à revista Veja. 'Maurício chegou a mencionar seguir o mesmo caminho escolhido por Antonio Cicero", explicou. O compositor e poeta foi diagnosticado com Alzheimer e optou pela eutanásia em outubro.

A mulher de Kubrusly disse que não apoiou a ideia. "'Não tenho mais o que fazer aqui', disparou (ele) certa vez. Eu o demovi da ideia. Não vou ficar viúva, não. Mas estou me preparando para o dia em que ele esquecer meu nome." Ela ainda revelou que o marido percebeu a doença após não conseguir ler um jornal. Atualmente, o jornalista não consegue mais falar.

"Maurício perdeu de vez a capacidade de leitura. E parou também de usar o celular, porque começou a mandar mensagens e fotos para pessoas erradas. Entendi que ele estava mudando, e rapidamente. Há menos de um mês, aos 79 anos, parou de falar. É do que mais sinto falta - dividir com ele suas descobertas ao mundo", disse.

Beatriz também contou que os dois, que estão em um relacionamento há quase 20 anos, passaram a morar juntos somente na pandemia, quando ele percebeu que estava doente. "Maurício manteve por muito tempo a consciência do que estava acontecendo."

Maurício Kubrusly ficou famoso nos anos 2000 com o quadro Me Leva Brasil, no Fantástico, da Rede Globo. O jornalista deixou a emissora em 2019.

Sua trajetória será contada em um documentário que está previsto para entrar no catálogo do Globoplay ainda em dezembro deste ano. Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí foi produzido pela equipe de jornalismo da TV Globo e foi apresentado na 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte, em novembro, antes de ficar disponível para os assinantes da plataforma de streaming.

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A Força Aérea Brasileira (FAB) lançou ao espaço um foguete não tripulado nesta sexta-feira, 29, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte. O veículo, com tecnologia 100% nacional, partiu às 13h19 e ficou no espaço durante 2 minutos e 50 segundos. Em seguida caiu no Oceano Atlântico. A missão completa durou 5 minutos e 50 segundos e encerrou a primeira fase da Operação Potiguar.

Trata-se de um foguete de sondagem suborbital, modelo VS-30, com cerca de oito metros de comprimento e peso de 1,5 tonelada na decolagem. O veículo consegue transportar cargas de até 330 quilos. No voo desta sexta-feira, o foguete levou mais de mil cartas escritas por alunos de escolas públicas.

Os veículos suborbitais, embora não atinjam capacidade para entrar em órbita, atingem altitudes que ultrapassam a atmosfera. Eles são utilizados em experimentos científicos e tecnológicos que interessam a diversas indústrias, como a de fármacos, produtos metal mecânicos, alimentos e cosméticos.

O lançamento teve o objetivo de treinar a equipe, além de testar equipamentos e processos. Segundo a FAB, o foguete cumpriu a trajetória prevista pelos técnicos e engenheiros, com os sistemas de telemetria e resposta radar funcionando corretamente durante todo o voo.

Segundo o diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, a iniciativa busca maior autonomia para o Brasil em eventos de lançamento deste tipo de veículo. "Estamos quebrando paradigmas e criando perspectivas para o futuro. Temos um complexo espacial e, com o lançamento deste foguete, demonstramos que a Barreira do Inferno tem total condição de fazer tais eventos", disse.

Subordinado ao DCTA, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno já realizou mais de 3 mil lançamentos, em 655 operações, além de 265 eventos de rastreio de veículos espaciais. "Com o advento da Alada, empresa pública que fará a governança de boa parte dos lançamentos comerciais, não tenho dúvida de que faltarão espaços como este no Brasil", afirmou Medeiros.

Segunda fase

Na segunda fase da Operação Potiguar, programada para o segundo semestre de 2025, o CLBI vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Essa parte é composta por um compartimento para experimentos e diversos sistemas eletrônicos que interagem com a carga útil.

Desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da FAB, em parceria com diversas empresas brasileiras, o foguete de sondagem integra a família S30. O projeto, iniciado em 1996, abrange, ainda, o VSB30 e o VS30 Orion (versão descontinuada). Já foram realizados 55 lançamentos envolvendo esses engenhos.

Conforme explica o coordenador da Operação Potiguar, Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, os experimentos são variados. Um exemplo da aplicação é a resina utilizada na odontologia para restaurar dentes danificados ou desgastados. "Esta resina voou ao espaço em um foguete semelhante. Foi feita uma cristalização em microgravidade para, hoje, ser usada em todo o mundo", conta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na quinta-feira, 28, a lei que cria o Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, um sistema de consulta pública que será desenvolvido a partir dos dados do Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro. O objetivo é facilitar o acesso à informação para proteção de mulheres e crianças e prevenir novos crimes.

Será possível consultar o nome completo e número de CPF de réus condenados em primeira instância por crimes sexuais. O sistema deve manter dados como a pena ou outras medidas de segurança impostas ao réu condenado, que passa a ser monitorado por dispositivo eletrônico.

A regra vale para os seguintes tipos penais:

- estupro;

- registro não autorizado da intimidade sexual;

- estupro de vulnerável;

- favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável;

- mediação para servir a lascívia de outra pessoa;

- favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual;

- manutenção de casa de prostituição; e

- rufianismo (aproveitar financeiramente da prostituição de outra pessoa).

Caso o réu seja absolvido em segunda ou terceira instância, o sigilo sobre as informações volta a ser restabelecido. Em contrapartida, as informações relativas às vítimas serão sempre mantidas em sigilo.

O presidente vetou o trecho da lei que determinava que as informações no cadastro ficassem disponíveis para consulta pública pelo prazo de dez anos após o cumprimento integral da pena. O argumento é de que a extensão do prazo para manter os dados no cadastro para além do período de cumprimento da pena violaria princípios constitucionais como a proporcionalidade e o devido processo legal. O veto será submetido à apreciação do Congresso Nacional.

A proposta que deu origem à lei foi apresentada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT). O texto foi aprovado pelo Senado em maio deste ano.

"O Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro é um instrumento importante para a proteção de mulheres, crianças e adolescentes contra ataques de potenciais predadores sexuais, permitindo que se tomem medidas preventivas para evitar que se tornem vítimas desse tipo de delinquentes", afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota.

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A modelo internacional Luciana Curtis, de 47 anos, foi sequestrada em São Paulo, com a família, ao sair de um restaurante no Alto da Lapa, na zona oeste da capital, na noite de quarta-feira, 27. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas foram levadas para um cativeiro no bairro Parada de Taipas, zona norte, onde passaram a noite e foram obrigadas a fazer transferências bancárias.

A modelo e os familiares acabaram liberados somente no início da manhã de anteontem, quando a polícia já investigava o caso. O cativeiro foi descoberto, mas estava vazio e ninguém foi preso.

Estrela de campanhas publicitárias para marcas de cosméticos como Revlon e L'Oreal e desfiles para Victoria's Secret, Luciana estava com o marido, o fotógrafo Henrique Gendre, e a filha de 14 anos, quando houve a abordagem. Os três haviam jantado em um restaurante de comida japonesa na Avenida Pio XI e, ao sair do estabelecimento, foram abordados.

Favela em Taipas

Os criminosos dominaram o casal e a filha, que foram obrigados a entrar no próprio carro e levados até uma favela em Parada de Taipas. Mantidos sob a mira de armas dentro de um casebre, começaram a fazer transferências bancárias.

Na manhã de quinta, 28, outra filha do casal, que não havia acompanhado a família e estava em casa, estranhou a ausência dos pais e da irmã e avisou um tio, que acionou a Polícia Civil - e a Divisão Antissequestro (DAS) iniciou uma investigação. Por meio do georreferenciamento do telefone celular de uma das vítimas, os agentes descobriram o local aproximado onde elas estavam e foram até lá. Antes que os policiais descobrissem o local exato do cativeiro, os sequestradores libertaram os três reféns e fugiram. Na rua, cerca de 12 horas após o início do sequestro, as vítimas receberam auxílio de funcionários municipais que passavam por ali.

A 3.ª Delegacia de Repressão à Extorsão com Restrição de Liberdade da Vítima tomou o depoimento das vítimas e busca imagens de câmeras de segurança que possam fornecer pistas sobre os criminosos.

Em nota, a Secretaria da Segurança de São Paulo (SSP) informou que "a Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) está empenhada na identificação e na prisão dos envolvidos" e "outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia dos trabalhos policiais".

Caso anterior

No mês passado, um homem de 36 anos foi preso em flagrante em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo, sob suspeita de participar de um sequestro. Ele teria mantido reféns um major aposentado da Polícia Militar do Estado e sua mulher por cerca de 20 horas em um cativeiro na região.

O casal foi abordado por criminosos um dia antes, na zona leste da capital, e solto por volta das 16h do dia seguinte. O Estadão apurou que, após o sequestro, a PM paulista montou um gabinete de crise, com participação de unidades como os Batalhões de Ações Especiais da Zona Leste da Capital e de Guarulhos.

O suspeito foi localizado por policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota). Já as vítimas foram encontradas, também em Itaquaquecetuba, após serem libertadas pelos sequestradores.

O boletim de ocorrência registrado sobre o caso, obtido pelo Estadão, aponta que o policial aposentado e a mulher tiveram um prejuízo de cerca de R$ 200 mil, em especial por causa do roubo do carro. Fora isso, ao menos R$ 8 mil foram desviados de contas bancárias, metade por meio de transferências pelo Pix.