Fernanda Torres comenta críticas a 'nepo babies': 'é a briga errada'

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Fernanda Torres, primeira brasileira a vencer um Globo de Ouro, voltou a falar sobre o conceito de "nepo babies". A atriz, filha de Fernanda Montenegro e Fernando Torres, criticou o discurso vigente em torno da expressão, usada para se referir a pessoas que têm pais famosos e/ou bem-sucedidos.

 

"É uma dessas coisas que é a briga errada", disse ela em entrevista ao site IndieWire. "A boa briga é a briga pela educação para todos. A desigualdade não é baseada nas chances que um nepo baby tem. Você pode matar todos os nepo babies do mundo, e não vai resolver o problema da desigualdade. Taxar grandes fortunas é uma forma de lutar contra a desigualdade; lutar por saúde para todos, educação para todos [também é]".

 

O debate em torno dos nepo babies, acrescenta ela, "dá às pessoas o espaço para apontar dedos e fingir que elas estão lutando contra a desigualdade, mas isso só está matando uma coisa linda que é a família de circo, por exemplo. Eu venho de uma família de circo", disse ela, que na entrevista comentou sobre como via seus pais ensaiando para seus papéis em casa, no dia a dia.

 

"Agora, eu sou a nepo baby que provou que um nepo baby presta", brincou. "Eu odeio essa ideia [de nepo babies] porque as pessoas aprendem em seus ambientes, isso é algo ancestral. A mesa de jantar da minha casa era onde meus pais ensaiavam. Não significa que sua vida está resolvida quando você é um nepo baby. Ao contrário, você precisa se inventar. Você tem outras questões."

 

Após vencer o Globo de Ouro por seu trabalho em Ainda Estou Aqui, Fernanda homenageou sua mãe, que concorreu ao prêmio em 1999, por Central do Brasil: "Eu quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não tem ideia, ela esteve aqui há 25 anos. Isso é uma prova que a arte perdura na vida, até durante os momentos mais difíceis, como os quais Eunice Paiva passou."

 

Agora, a atriz pode repetir mais um feito de sua mãe e ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Fernanda Montenegro concorreu nesta mesma categoria em 1999, também com Central do Brasil.

 

As indicações ao Oscar serão reveladas em 19 de janeiro.

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Um laudo da Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou que a sustância encontrada na casa de Ana Paula Veloso Fernandes, apontada como responsável pela morte de ao menos quatro pessoas durante cinco meses no Rio de Janeiro e em São Paulo, é um veneno inseticida usado no controle de pragas na agricultura.

O documento do Instituto de Criminalística (IC) confirmou a presença do veneno na casa da suspeita em São Paulo, de acordo com o delegado Halisson Ideiao Leite, do 1º Distrito Policial de Guarulhos. A Polícia Civil trabalha para elucidar se a substância foi utilizada no suposto assassinato de quatro vítimas.

As investigações apontam Ana Paula como a principal suspeita da morte de quatro pessoas por envenenamento. A estudante ficou conhecida nas redes sociais como "menina veneno".

Entre as vítimas, estariam o proprietário da casa onde ela morava, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo; uma amiga também de Guarulhos; o pai de uma amiga, no Rio de Janeiro; e um homem de nacionalidade tunisiana, que teria conhecido em um grupo de redes sociais.

Ela também teria envenenado dez cachorros para testar o efeito do veneno. Procurada, a defesa de Ana Paula e de sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, disse, em nota enviada ao Estadão, que tem a intenção de "colaborar com a correta apuração dos fatos e zelar pela proteção dos direitos e garantias fundamentais das investigadas".

Primeiro caso: Marcelo Hari Fonseca

De acordo com a Polícia Civil, Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, foi encontrado morto no dia 31 de janeiro deste ano nos fundos da casa onde Ana Paula morava em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Foi a própria estudante de Direito quem acionou a Polícia Militar após, segundo ela ter sentido um forte odor na residência em que alugava de Marcelo. O imóvel teria sido alugado por Ana Paula e por Roberta Cristina Veloso Fernandes, sua irmã gêmea, que também está presa.

Segundo caso: Maria Aparecida Rodrigues

Em 11 de abril, Maria Aparecida Rodrigues foi encontrada morta em casa, também em Guarulhos. De acordo com o MP, a suspeita de envenenamento surgiu quando a filha da vítima, Thayná Rodrigues Felipe, relatou à polícia que a mãe havia saído, na véspera, com Ana Paula. A suspeita utilizava outro nome ao se apresentar para Maria Aparecida.

Um dia antes da morte, Maria Aparecida visitou a estudante em sua casa, onde teria sido convidada para tomar um café e comer um bolo. No dia seguinte, a filha da vítima encontrou o corpo da mãe e suspeitou do encontro com Ana Paula um dia antes.

Ainda de acordo com as investigações, Ana Paula teria envenenado Maria Aparecida para tentar incriminar um policial militar casado com quem mantinha relacionamento. De acordo com as investigações do 1º Distrito Policial de Guarulhos, após envenenar Maria Aparecida, Ana Paula passou a insinuar por mensagens em redes sociais que a vítima mantinha um relacionamento com o PM.

Terceiro caso: Neil Corrêa da Silva

No dia 7 deste mês, a polícia prendeu Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, acusada de matar o próprio pai, Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, com a ajuda de Ana Paula. Michelle foi detida por policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e agentes da Polícia Civil de São Paulo, quando chegava a uma universidade no bairro Engenho Novo.

As investigações apontam que o pai da suspeita morreu após ser envenenado, em abril deste ano, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O homicídio, segundo a polícia, tem relação com outros três assassinatos em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Michele teria financiado a ida de Ana Paula de Guarulhos para o Rio para que fosse cometido o crime contra Neil Corrêa.

Quarto caso: Hayder Mhazres

No dia 23 de maio, a quarta vítima, identificada como o tunisiano Hayder Mhazres, de 21 anos, com quem Ana Paula mantinha um relacionamento amoroso, passou mal em um apartamento no bairro do Brás, na capital paulista.

O corpo não foi exumado e foi transportado para a Tunísia, onde o jovem mantinha laços familiares. Para os investigadores, ele também teria sido envenenado.

Morreu nesta segunda-feira, 13, uma das integrantes da família hospitalizada com intoxicação alimentar por causa da ingestão da planta tóxica Nicotiana Glauca, que foi confundida com couve e servida em uma salada durante um almoço realizado no município de Guimarânia, zona rural de Patrocínio, no Triângulo Mineiro.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio, Claviana Nunes, de 37 anos, "permaneceu internada em estado grave, com quadro de instabilidade hemodinâmica, e, apesar de todos os esforços da equipe médica, veio a óbito às 18h20 de segunda". Claviana deixa marido e dois filhos.

Em nota, a secretaria manifesta solidariedade à família de Claviana Nunes e diz que o município reforça que todas as medidas preventivas e de investigação continuam em andamento.

Outro paciente, de 60 anos, que também se intoxicou com a planta, permanece internado na UTI da Santa Casa de Patrocínio, entubado, sob ventilação mecânica e uso de sedação, apresentando quadro ainda grave e instável.

Um terceiro paciente, um homem de 64 anos, "está estável hemodinamicamente, eupneico, em uso de cateter nasal, com função renal preservada, porém mantendo-se confuso", diz a secretaria.

A quarta pessoa internada, da mesma família com intoxicação alimentar por causa da ingestão de uma planta tóxica, já havia apresentado melhora clínica e quadro estável. Teve alta na quinta-feira passada, 9.

Desde o início da ocorrência, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, disse que acompanha rigorosamente o caso. "Amostras de alimentos e materiais biológicos foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, com o objetivo de identificar o agente causador da intoxicação", diz a nota.

O sepultamento de Claviana está marcado para esta terça-feira, às 17 horas, no Cemitério Municipal de Guimarânia.

Riscos da Nicotiana glauca

De acordo com Vanderlí Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta conselheira da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT), a Nicotiana glauca é originária da Argentina e é usada principalmente para fumo. No Brasil, a planta foi aclimatada no cerrado e é chamada popularmente de "fumo bravo" ou "charuto do rei".

A espécie possui nicotina, nornicotina e anabasina, entre outros alcaloides. "A composição fitoquímica dela é formada por alcaloides que em geral têm ações no sistema nervoso central e também têm um papel maior de citotoxicidade, que é provocar a morte das células", afirma.

O componente mais tóxico é a anabasina, que pode causar paralisia muscular e parada respiratória. Um outro alcaloide presente, a escopoletina, tem ação sobre a coagulação sanguínea. "Ela reduz a coagulação e, se a pessoa estiver em uso de anticoagulantes, sejam orais ou injetáveis, ela aumenta o risco de hemorragia gástrica", pontua.

Os passageiros de um voo da Azul que deveria partir de Madri (Espanha) no sábado, 11, com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo, enfrentaram ao menos quatro cancelamentos e muitos ainda estão sem previsão de voltar ao Brasil. Eles reclamam da falta de informações e da pouca assistência, pois ficaram sem alimentação e sem lugar para dormir.

Um hotel para onde tinham sido realocados pela companhia aérea chegou a mandar os passageiros de volta para o aeroporto.

A Azul diz em nota que, devido a questões técnicas, o voo AD8755 (Madri-Viracopos) de sábado, dia 11, precisou ser cancelado. "Os clientes impactados estão recebendo a assistência prevista na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e estão sendo reacomodados em outros voos. As equipes da Azul estão empenhadas e trabalhando para minimizar a situação e atender os Clientes da melhor forma possível", disse.

O advogado Gustavo Luiz de Faria Mársico, de Ribeirão Preto, viajou com a mulher, a oftalmologista Fernanda Mársico, em lua de mel. No sábado, no aeroporto de Madri, eles já haviam embarcado para o retorno quando os passageiros foram informados de que havia um problema técnico com a aeronave.

"Era para termos decolado no sábado, às 13h45, horário local. Depois que quase três horas dentro da aeronave fomos informados que a gente tinha que desembarcar, pois a aeronave passaria por manutenção. Logo depois do desembarque, informaram que o voo tinha sido cancelado", diz, ao Estadão.

Dali para a frente, segundo ele, foi uma série transtornos. "Nenhuma assistência da Azul, pessoal do aeroporto não tinha informação para nos passar e, para piorar, muita gente ficou sem hotel", afirma.

Devido à demora na solução, alguns hotéis passaram a recusar os brasileiros. Um deles afixou um cartaz com os dizeres, em inglês: "Passageiros da Azul Linhas Aéreas Brasileiras precisam ir para o aeroporto."

De acordo com Mársico, houve quatro cancelamentos de voos, inclusive o que tinha sido marcado para a 1h30 da manhã desta terça.

"Está um caos, ainda tem muita gente dependendo desse voo. A muito custo, muita insistência, consegui ser realocado, mas tem gente ainda aguardando para voltar para o Brasil." Ele conseguiu embarcar com a mulher em um voo da Latam que chegaria ao Brasil no início da noite desta terça.

'É uma coisa muito triste'

O advogado afirma que em momento algum a Azul deu satisfação aos passageiros. "Não houve um representante da empresa que fosse até o hotel. A gente estava em 300 passageiros, cada um com sua peculiaridade, viajando a lazer, a trabalho. Eu e minha esposa viajamos em lua de mel e, na hora de voltar para o Brasil, a gente teve essa experiência desastrosa. É uma coisa muito triste."

Ele aponta sobretudo a falta de assistência da Azul. "Foi desumano todo o procedimento da companhia aérea. A gente pode adjetivar isso de várias formas, mas foi cruel o que fizeram com as pessoas. Tinha gente com dificuldade de locomoção, usando muleta, famílias com criança de colo. Além das três horas no avião, ficaram quatro, cinco horas sem se alimentar. E ainda tem gente que vai ficar 24 ou mais horas à espera."

O advogado já decidiu que vai processar a Azul pelos transtornos. "Alguns advogados (que estavam no voo) se prontificaram e eu, por força da profissão, vou fazer isso. Tem danos materiais, danos morais, é uma reparação bem abrangente. Todo mundo tem aí o emocional abalado, o financeiro abalado", diz.

Muitas pessoas ficaram horas sentadas no chão do aeroporto e, quando iam ao balcão, os funcionários diziam que estavam esperando informações do Brasil. Segundo Mársico, teve passageiro que precisou emprestar dinheiro pois não tinha a moeda do país para gastar. Ele conta que algumas pessoas compraram lanches e dividiram com outros passageiros.

A nota da Azul diz ainda que a empresa "lamenta eventuais transtornos e ressalta que medidas como essas (manutenção) são necessárias para conferir a segurança de suas operações, valor primordial para a Companhia".