Aos 90 anos, Renato Aragão diz que fará filme em inglês: 'Estou nascendo agora'

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Um dia antes de completar 90 anos, Renato Aragão concedeu uma entrevista ao programa Fantástico, exibida na noite do domingo, 12. Durante a conversa com a repórter Renata Capucci, o humorista revelou que está planejando fazer um filme falado em inglês.

 

"A coisa que eu mais queria fazer era cinema. Consegui fazer mais de 50 filmes. Agora estou planejando, aqui entre nós, fazer um filme internacional", disse ele.

 

Segundo a reportagem, o roteiro do filme já está em desenvolvimento e colocará Didi, personagem eternizado por Aragão, falando em inglês.

 

Sobre sua rotina, o humorista disse que sai de casa uma ou duas vezes por semana para ir ao mercado ou jantar em uma pizzaria.

 

Para ele, o segredo de envelhecer bem é não focar nas coisas ruins: "Sempre penso em coisas boas. Problema vem, a vida não é um mar de rosas, mas [sei que] vou passar por cima dele. Não posso pensar que estou velho. Que nada. Estou nascendo agora. 'Vambora'."

 

Para homenagear Aragão, que faz aniversário nesta segunda, 13, o Fantástico entrevistou pessoas na rua, que comentaram o legado do humorista, e relembrou momentos importantes de sua carreira.

 

A reportagem também foi a chamada para um episódio da série Tributo sobre Aragão que vai ao ar na Globo na quarta-feira, 15.

 

O especial contará com diversos depoimentos, incluindo Américo Picanço, Dedé Santana e um reencontro de Renato Aragão com Xuxa Meneghel.

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a empresa de transporte por aplicativo 99 após o anúncio de que a companhia daria início às atividades de moto na cidade nesta terça-feira, 14, contrariando o decreto do emedebista que proíbe o serviço na capital paulista desde 2023. "Nós não vamos permitir que essa empresa venha para cá e faça uma carnificina. São assassinos. Essas empresas são empresas assassinas e irresponsáveis", declarou.

"Vou colocar uma faixa (mostrando) que a 99 matou uma pessoa, no primeiro acidente que tiver. Eu, prefeito, vou lá colocar a faixa. Aqui não é uma terra sem dono, não é uma terra de ninguém", continuou Nunes. "É uma irresponsabilidade. Já estive com eles por várias reuniões. Avisei que eles não tinham autorização. ... Nós tivemos um aumento do número de óbitos no trânsito, puxado por acidentes com moto."

O prefeito disse que entrará com uma ação judicial contra a 99 ainda hoje, de modo que seja feita uma fiscalização e vistoria das motos cadastradas no serviço na cidade. "É nessa cidade que essas empresas têm o maior lucro do mundo. Elas já levam muito dinheiro para fora, mas as vidas vão ficar aqui", afirmou Nunes.

Em relação ao decreto 62.144/23 do prefeito, que suspendeu temporariamente a utilização de motocicletas para transporte individual remunerado de passageiros por aplicativos, a 99 argumenta que se trata de um ato inconstitucional, baseando-se na Política Nacional de Mobilidade Urbana e na permissão para aplicativos concedida em 2018. Além disso, afirma que tentou abrir diálogo com a Prefeitura, mas não obteve sucesso.

"A legislação federal estabelece que as prefeituras podem regulamentar e fiscalizar a atividade com exigências específicas, mas não têm o poder de proibi-la", diz a nota da 99. "Já existem 20 decisões judiciais confirmando esse entendimento sobre a legalidade da categoria. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 2019 pela impossibilidade de proibição, por se tratar de atividade legítima exercida de livre iniciativa e autorizada pela Constituição."

O anúncio da 99Moto da companhia divulgado para a imprensa detalha que o serviço começou a ser implantado de forma gradual para fora do centro expandido a partir das nove horas da manhã desta terça-feira. A assessoria da empresa ressalta que todos condutores precisam ter habilitação.

"Os paulistanos nos pedem a 99Moto há algum tempo, e nossos dados mostram que 3 em cada 5 pessoas pretendem usar o serviço", disse Fabrício Ribeiro, diretor de Operações da 99.

Mais baratas do que por veículos tradicionais, a primeira viagem por moto, que foi realizada entre o bairro Rio Pequeno, na região oeste, até o Osasco Plaza Shopping, cidade vizinha - 6,8 quilômetros - custou R$ 10.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei, aprovado no Senado, que equipararia o diabetes tipo 1 à uma deficiência. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta segunda-feira, 13.

Se a lei fosse sancionada, pessoas afetadas pela doença passariam a ter os mesmos direitos previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência, como atendimento prioritário, reserva de vagas em programas habitacionais e recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Na justificativa do veto, o presidente argumenta que, apesar "da boa intenção do legislador", a proposta contraria a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

De acordo com essa diretriz, diz o texto, "a deficiência resulta da interação entre a pessoa e as barreiras sociais, e não de uma condição médica específica".

"A proposição contraria o interesse público ao classificar o diabetes mellitus tipo 1 como deficiência sem considerar a avaliação biopsicossocial, que percebe os impedimentos da pessoa em interação com o meio, em conflito com a Convenção Internacional", afirmou.

O texto também justifica que a proposta não avalia devidamente o impacto financeiro da mudança. "A proposição resultaria em aumento de despesa obrigatória de caráter continuado, sem que tenha sido apresentada estimativa de impacto orçamentário e indicada fonte de custeio ou medida de compensação, em descumprimento aos requisitos da legislação fiscal", diz.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência (ANAPcD), Abrão Dib, embora o governo aponte a necessidade da avaliação biopsicossocial, o País ainda não possui um sistema nacional de avaliação unificada da deficiência difundido e efetivado.

"A definição das diretrizes da avaliação biopsicossocial está engavetada no palácio do planalto. Assim, é algo que ainda não dá para fazer em todo o Brasil. O governo está cobrando uma coisa que não existe, que ele mesmo não oferece", afirma.

Por outro lado, a ANAPcD demonstra preocupação com a definição do diabetes tipo 1 (DM1) como deficiência, temendo que direitos sejam "inflados". "Não existe uma doença que dá direitos, mas sim as sequelas de uma doença, e isso tem que ser justificável", diz.

Segundo Dib, o governo errou na sua justificativa, mas a relação entre deficiência e barreiras merece de fato ser avaliada. "Somente quem passa por dificuldades em função da doença deve ser considerada uma pessoa com deficiência", argumenta.

Já a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu uma nota, destacando que a a Convenção Internacional e o Estatuto das Pessoas com Deficiência já estabelecem a DM1 como uma deficiência em diversos países, como Estados Unidos, França e Colômbia.

Além disso, a SBD afirma que sempre sugeriu o uso da avaliação biopsicossocial como critério para a definição de quem terá o benefício, considerando questões como renda familiar e idade. A entidade médica reforça ainda que a necessidade da avaliação para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) é citada no PL.

A SBD lembra que, de acordo com a previsão do Instituto Diabetes Brasil (IDB), estima-se que cerca de 28 mil indivíduos seriam acrescentados aos que já recebem o BPC, com aplicação de filtros como idade e renda.

Em relação à fonte de custeio, a SBD sugere que haja uma discussão com os autores do PL. No entanto, ressalta que, com base em estudos internacionais, em curto e longo prazo os recursos poderão ser retomados a partir da economia alcançada com a redução das internações hospitalares e dos custos associados à presença de complicações do diabetes.

Diabetes tipo 1

No Brasil, entre aqueles com diabetes, estima-se que de 5% a 10% convivam com o tipo 1 (entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas). A Federação Internacional de Diabetes estima que o Brasil seja o terceiro país do mundo com mais indivíduos com a condição.

O diabetes tipo 1 é uma condição na qual o corpo não produz insulina naturalmente. Trata-se de uma doença autoimune de origem genética que geralmente se manifesta na infância ou na adolescência.

Diferentemente do tipo 2, relacionado ao estilo de vida e à obesidade, o tipo 1 é considerado mais grave. O corpo destrói as células beta do pâncreas, responsáveis por sintetizar insulina. Sem o hormônio, as moléculas de glicose não são totalmente quebradas e, ao invés de entrarem nas células, ficam circulando pelo sangue.

As oscilações no nível de glicose elevam o risco de complicações em médio e longo prazo, como problemas nos olhos, nos rins e nos nervos, além de favorecer infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Para compensar a falta do hormônio e regular o açúcar no sangue, é indispensável o uso de injeções de insulina.

Como funciona o veto

Os projetos de lei aprovados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal vão à sanção do Presidente da República. No entanto, se considerar o texto inconstitucional ou contrário ao interesse público, o presidente tem poder para vetá-lo total ou parcialmente em um prazo de 15 dias úteis.

Os textos vetados, como mostrado pelo Estadão, voltam então à análise dos parlamentares no plenário do Congresso dentro de 30 dias. Cabe aos deputados federais e senadores, em sessão conjunta, decidirem se derrubam ou não o veto presidencial.

O veto presidencial poderá ser derrubado caso os parlamentares formem maioria absoluta separadamente: 257 votos de deputados e 41 votos de senadores. Se a rejeição ao veto for aprovada em uma das Casas, mas não obtiver votos suficientes na outra, ele é mantido. Se os vetos forem derrubados pelos congressistas, o novo texto é enviado para promulgação pelo presidente.

O Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo investigam a ONG Pacto Social & Carcerário S.P - Associação de Familiares e Amigos de Reclusos, de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, por suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a investigação, a ONG vinha sendo usada para atender a interesses da facção por meio de "ações diretamente manietadas".

O Estadão busca contato com representantes da ONG e pediu posicionamento da organização por meio de seus canais, o que ainda não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Uma operação foi deflagrada nesta terça-feira, 14, para prender preventivamente 12 suspeitos, incluindo o presidente e o vice da ONG, além de três advogados. Também são cumpridos 14 mandados de busca em endereços ligados aos investigados.

A Justiça de São Paulo mandou suspender as atividades da ONG e retirar do ar suas redes sociais até a conclusão do inquérito.

A Polícia e a Promotoria acreditam estar diante de uma nova ala do PCC, que chamaram de "Setor das Reivindicações", criado para manipular discursos políticos a favor dos interesses da facção.

"A investigação demonstrou que a facção invadiu a sociedade civil organizada e vem, agora, se apropriando de discursos politizados para fazer valer os seus interesses espúrios, tudo em detrimento da sociedade e das instituições constituídas", dizem os investigadores.

Em seu site, a ONG Pacto Social & Carcerário S.P - Associação de Familiares e Amigos de Reclusos se apresenta como uma entidade voltada para ações judiciais e extrajudiciais "em favor dos associados, quando estiverem sofrendo ou na iminência de sofrer abuso de autoridade, arbitrariedade, ilegalidade, abuso de poder e afins por parte do poder público" e para "fiscalizar e exigir o cumprimento integral da Lei de Execuções Penais, Constituição Federal e tratados internacionais de Direitos Humanos".

A investigação da Operação Scream Fake (falso grito, em inglês) começou há três anos, quando uma mulher tentou entrar na Penitenciária II de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, com cartões de memória e manuscritos escondidos na roupa. O material foi apreendido.

Segundo os investigadores, a ONG vinha sendo usada para "promover ações judiciais ilegítimas, manifestações populares desvirtuadas e denúncias infundadas" contra agentes públicos para "desestabilizar o sistema de justiça criminal e colocar a opinião pública contra o poder estatal".

"Revelou-se que a organização criminosa, ainda fazendo uso da atuação dessa ONG, também orquestra de maneira contemporânea ataques a agentes públicos, que deveriam ser praticados no contexto de represálias e acompanhadas de falsas acusações/divulgações de abusos por parte de agentes estatais, um servindo de justificativa ao outro. De um lado integrantes da facção atentariam contra os funcionários públicos, de outro, a ONG dissemina bravatas vazias relacionadas ao sistema penitenciário", afirmam o MP e a Polícia Civil.

A operação conjunta foi deflagrada pela Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente.

Consultas médicas

Ao longo da investigação, as autoridades também descobriram que médicos e dentistas vinham sendo cooptados para fazer atendimentos particulares e exclusivos a detentos faccionados e custodiados na Penitenciária II de Presidente Venceslau e no Centro de Readaptação Penitenciária (unidade em que vigora o Regime Disciplinar Diferenciado, mais rígido).

As consultas beneficiariam chefões do PCC, em uma espécie de "plano de saúde do crime organizado", um plano "bastante seletivo", de acordo com autoridades envolvidas no inquérito, que daria direito a procedimentos variados, inclusive intervenções estéticas e cirúrgicas.