'Ainda Estou Aqui' é 8º filme internacional indicado também à categoria principal do Oscar

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O cinema brasileiro alcançou um marco histórico com as indicações de Ainda Estou Aqui ao Oscar 2025. Dirigido por Walter Salles, a obra foi indicada a três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, tornando-se o primeiro longa-metragem brasileiro falado inteiramente em português a concorrer à estatueta mais cobiçada da indústria cinematográfica.

A inclusão de Ainda Estou Aqui na categoria principal é uma conquista rara para produções em língua estrangeira. Antes do longa brasileiro, apenas sete filmes conseguiram o feito e apenas um conquistou o prêmio.

Confira a lista:

- Z (1969)

- A Vida É Bela (La Vita è Bella, 1997)

- O Tigre e o Dragão (Crouching Tiger, Hidden Dragon, 2000)

- Amor (Amour, 2012)

- Roma (2018)

- Parasita (Parasite, 2019)

- Zona de Interesse (The Zone of Interest, 2024)

Entre eles, apenas Parasita, dirigido por Bong Joon-ho, venceu o Oscar de Melhor Filme, além de conquistar outros três prêmios da noite.

Fernanda Torres, indicada na categoria de Melhor Atriz, também representa um marco significativo para o Brasil. Ela se junta a sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi a primeira atriz brasileira indicada ao Oscar em 1999 por Central do Brasil, também dirigido por Walter Salles.

Em outra categoria

Vitor Rocha e Silva, de anos 23, foi baleado ao ser assaltado por dois criminosos, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, na tarde desta quinta-feira, 23. Segundo a Polícia Militar, ele já havia entregue o celular, sem reagir à ordem dos bandidos, quando levou o tiro. Ele foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, mas ainda não há detalhes sobre seu estado de saúde.

Segundo a PM, Silva estava a pé, acompanhado de outra pessoa, na altura do número 900 da Rua Joaquim Antunes, quando a dupla de assaltantes de moto abordou o casal. Após recolher o celular e balear o rapaz, os criminosos fugiram.

Silva nasceu em Uberlândia (MG), onde mora com o namorado, e trabalha em uma empresa de sistemas de informação. Ele e o companheiro, Felipe Lobato, estavam voltando de Belém, onde visitaram a família do namorado. Na capital paulista, estavam hospedados na casa de uma tia de Silva na Rua Joaquim Antunes

Em 18 de novembro, dois assaltos ocorreram simultaneamente nessa mesma rua, a cerca de 400 metros do local onde houve o crime desta quinta-feira. Os criminosos também estavam de moto e abordaram pessoas que caminhavam. Todos conseguiram fugir.

Segundo o Radar da Criminalidade, ferramenta exclusiva disponibilizada pelo Estadão a partir dos dados oficiais de crimes em São Paulo, nas imediações da Rua Joaquim Antunes ocorreram 52 crimes em novembro passado, o que representa queda de 28,8% ante novembro de 2023, quando na mesma área foram registradas 73 ocorrências. O crime mais comum no penúltimo mês de 2024 foi furto de celular, com 25 casos.

Entre janeiro e novembro de 2024, o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) na capital paulista cresceu 32,4% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 37 casos em 2023 e 49 no ano seguinte. O aumento contrasta com os índices de roubos e furtos na cidade, que na mesma comparação caíram 13,9% e 3,7%, respectivamente. As quedas se devem, principalmente, à redução desses crimes na região central.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 23, que a Prefeitura deverá concluir análise sobre rescisão dos contratos com as empresas de ônibus UpBus e Transwolff, acusadas pelo Ministério Público de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), até o final da próxima semana.

Em um evento para a entrega de 100 ônibus elétricos no Parque Anhembi, zona norte da capital, o prefeito disse que as empresas suspeitas têm até a próxima segunda-feira, 27, para apresentarem defesa sobre o início da caducidade. "Conversei com o secretário Celso [Jorge Caldeira, secretário de Mobilidade e Transportes], para que possamos ter agilidade nessa avaliação, junto com a Procuradoria, com o secretário Gilmar [Pereira Miranda, secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito] e a SPTrans, para dar uma resposta muito rápida à sociedade."

O prefeito afirmou que fez o pedido para a Secretaria de Mobilidade e Trânsito analisar os documentos e apresentar um parecer até a sexta-feira da semana que vem, 31. Com o resultado, a Prefeitura decidirá se rescindirá ou não os contratos. "Da nossa parte estamos agindo, correndo, a gente precisa cumprir os prazos legais e todo o direito à ampla defesa, se não vamos acabar tendo um problema na Justiça", afirmou.

O despacho que deu início ao processo de rescisão foi assinado por Nunes nos últimos dias de dezembro e publicado no Diário Oficial do município.

Desde 2024, as duas empresas são investigadas pela Operação Fim da Linha, que revelou as possíveis ligações com PCC. O presidente de uma delas, a UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso na última sexta-feira, 20, por descumprir medidas cautelares no bojo da mesma operação.

Em fevereiro, o Estadão revelou que após as acusações terem se tornado públicas, em 2022, com prisões efetuadas e apreensões de bens, as companhias, mesmo assim, receberam R$ 827 milhões em repasses da Secretaria Municipal Mobilidade Urbana e Transportes e assinaram oito novos contratos para operar o sistema.

No total, sete companhias de ônibus foram ou estão sendo investigadas pela polícia e pelo Ministério Público por suspeita de elo com o crime organizado. Juntas, são responsáveis por transportar 27,5% dos passageiros de ônibus da capital, e receberam R$ 2 bilhões da Prefeitura apenas em 2023.

Relembre o caso

A investigação do Ministério Público aponta para uma "infiltração" do PCC no setor de transportes, por meio do controle de empresas de ônibus operado por uma rede de laranjas e CNPJs fantasmas. Duas das maiores empresas de ônibus de São Paulo foram acusadas de terem sido criadas com o dinheiro do PCC: a UPBus, supostamente controlada por integrantes da cúpula do PCC e seus parentes; e a Transwolff, a terceira maior empresa do setor na cidade, com 1.111 veículos circulando.

Como mostrou o Estadão em abril, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica apontaram, após quatro anos de investigação, para a existência de um cartel montado pelo crime organizado para se apossar do chamado Grupo Local de Distribuição do sistema municipal de transportes.

A Justiça determinou o afastamento de 15 acionistas da UPBus e seis da direção da Transwolff e da cooperativa Cooperpam. Na ocasião, também foi determinado que a Prefeitura fizesse uma intervenção nas duas empresas.

Poucos dias após a Operação Fim da Linha, Nunes afirmou que a Transwolff não iria mais administrar o sistema de ônibus aquáticos na represa Billings, na zona sul de São Paulo. A investigação foi amplamente usada por oponentes contra o então candidato a reeleição durante a campanha pela Prefeitura da capital paulista neste ano.

O governador do Tocantins, Wanderley Barbosa, disse nesta quinta-feira, 23, em evento promovido pelo Lide em Zurique, na Suíça, que "não podemos barrar o agro" das discussões sobre transição energética e preservação do meio ambiente. A declaração representa um contraponto entre o que outros participantes falaram.

Enquanto o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, citou medidas adotadas por Brasília para ampliar o uso de energia limpa e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, defendeu que essa discussão não seja polarizada, Barbosa enalteceu o papel do agronegócio na economia brasileira.

"O agronegócio cresceu muito. Não podemos barrar o agro. Na Amazônia, a grande floresta do mundo, tem 30 milhões de brasileiros que moram ali e precisam sobreviver. A economia do nosso país depende muito do crescimento de áreas importantes", declarou Barbosa no Brazil Economic Forum.

O governador ressaltou, porém, que seu Estado "tem essa preocupação e política em curso, de fazer o crescimento econômico com sustentabilidade".

Barbosa fez, ainda, uma crítica branda a países europeus por não terem preservado suas florestas, o que faz com que empresas multinacionais procurem fazer essa "reparação" em países como o Brasil. "Os países europeus talvez não tenham feito as políticas de proteção ambiental da forma como fazemos. Por esse motivo, empresas multinacionais têm a preocupação ambiental com outros lugares que possam fazer essa reparação", declarou.

O governador do Tocantins citou preocupações com as ações do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à pauta ambiental. Trump, por exemplo, em um de seus primeiros atos na presidência, retirou os EUA do Acordo de Paris, o que já tinha feito em seu primeiro mandato, mas havia sido revertido pelo ex-presidente Joe Biden.

Para Barbosa, as críticas a Trump são motivadas pelo fato de a maior parte dos ambientalistas serem "ligados à esquerda". "Eu vi aqui se falando sobre a preocupação com o Donald Trump. Claro que temos de ter preocupação. Mas a questão ambiental é muito mais assídua a sua defesa por ambientalistas ligados à esquerda. Mas sabemos o caráter e o perfil duro do presidente Trump, mas acreditamos também no bom senso e na preocupação com o mundo", afirmou.