Bolsas da Ásia e Pacífico fecham mistas, de olho em guerra tarifária e balanços

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Por Sergio Caldas*

São Paulo, 24/04/2025 - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta quinta-feira, enquanto investidores monitoraram desdobramentos da guerra tarifária entre EUA e China e balanços corporativos da região.

O índice Nikkei subiu 0,49% em Tóquio, a 35.039,15 pontos, com a ajuda de ações financeiras e do setor automotivo, enquanto o sul-coreano Kospi teve modesta perda de 0,13% em Seul, a 2.522,33 pontos, pressionado por ações de empresas que divulgaram balanços, caso da montadora Hyundai (-0,6%) e do fabricante de chips de memória SK Hynix (-1,5%).

O tom foi negativo hoje também em Hong Kong, onde o Hang Seng caiu 0,74%, a 21.909,76 pontos, e em Taiwan, com baixa de 0,82% do Taiex, a 19.478,81 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto registrou alta marginal de 0,03%, a 3.297,29 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,71%, a 1.909,66 pontos, após balanços fracos de companhias de software e hardware.

Ontem, o The Wall Street Journal publicou que o governo Trump está considerando reduzir as tarifas de 145% impostas a produtos chineses para uma faixa de 50% a 65%, na tentativa de apaziguar as tensões comerciais com Pequim. Um dia antes, a Casa Branca havia falado em progresso em negociações tarifárias entre China e EUA.

Hoje, após o encerramento dos negócios nos mercados chineses, porta-vozes ministeriais negaram que a China esteja envolvida em discussões sobre tarifas com Washington.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pelo segundo dia consecutivo. O S&P/ASX 200 avançou 0,60% em Sydney, a 7.968,20 pontos.

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*Com informações da Dow Jones Newswires

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou na quarta-feira, 24, o resultado de uma análise realizada em 41 suplementos alimentares de creatina disponíveis no mercado brasileiro (veja a lista abaixo). As principais irregularidades estão relacionadas à rotulagem.

A avaliação verificou a regularidade dos produtos em três pontos específicos: teor de creatina, adequação da rotulagem e presença de matérias estranhas. O único produto com resultado satisfatório em todas as análises foi o Creatine Monohydrate - 100% Pure, da marca Atlhetica Nutrition.

Quanto ao teor de creatina, apenas um dos 41 produtos analisados estava abaixo do previsto no regulamento de suplementos. As normas estabelecem que a quantidade do nutriente não deve variar mais de 20% em relação ao valor informado no rótulo, além de exigir que o produto contenha, no mínimo, 3.000 mg de creatina.

Já em relação à rotulagem, 40 dos 41 produtos tinham algum tipo de falha. Entre os principais problemas, os avaliadores identificaram alegações não autorizadas sobre os efeitos do produto, inclusive com informações incorretas em língua estrangeira, e tabela de informação nutricional fora do padrão.

Também foram identificados rótulos com imagens ou expressões que podem induzir o consumidor ao erro e, em alguns casos, faltavam informações básicas, como a frequência de consumo recomendada, o número de porções por embalagem e as quantidades de açúcares totais e adicionados.

A Anvisa, no entanto, destaca que os erros encontrados não representam risco à saúde, mas as empresas devem se adequar à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 843/2024 e à Instrução Normativa (IN) 281/2024.

A análise da presença de matérias estranhas nos produtos não detectou nenhuma inconformidade. Todas as marcas tiveram resultados satisfatórios.

O estudo considerou embalagens de 300 gramas de creatina - formato mais comum entre os consumidores - das marcas mais vendidas no mercado nacional. A coleta das amostras ocorreu no segundo semestre de 2024, diretamente das empresas fabricantes e no comércio varejista.

As análises foram conduzidas pelo laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Produtos analisados

3vs - Creatine Power Pó

3vs - Pure Creatine

Atlhetica - Nutrition - Creatine Monohydrate - 100% Pure

Black Skull - Creatine Hardcore Pure Monohydrate

Body Nutry Suplementos - Creatine 100% Pura - Micronizada - Monohidratada

Body Nutry Suplementos - Creatine 100% Pura - Micronizada - Monohidratada

Body Shape Nutrition - Creatine Energy Monohidratada E Micronizada

Bodyaction - Creatine Double Force

Bodyaction - Creatine Dual Power

Bulk - Creatina Monohidratada 100% Pura

Canibal - Creatiny Monohydrate

Creapure - Creafort 100% Pura

Creapure - Creatina Monohidratada

Darklab - Pure Creatine

Darkness - Creatine Muscle Energy

Eat Clean Pro - Creatina Monohidratada Vegano

Elementopuro - Suplemento Alimentar De Creatina Em Pó - Creadop

Essential Nutrition - Crealift

Ftw - Creatina Ultra

Integralmedica - Creatina Hardcore

Integralmedica - Creatina Hardcore (Caps)

Iridium Labs - Atlas Creatina

Iridium Labs - Creatina Fuel

Max Titanium - Creatine

Max Titanium - Creatine Monohidratada (Caps)

Mf Musclefull - Muscle Full 100% Pura

Muscletech - Creatine

Natusvita - Creatine Micronizada

New Millen - Creatina Monohidratada

Nutrata - Creatin Up Monohidratada

Nutrify - Creatine Monohidratada

Optimum Nutrition - Creatine Powder

Pro Healthy - Creatine Micronized - 100% Pure Ultra-Concetrated Powder

Probiótica - Creatina Caps Monohidratada

Probiótica - Creatina Monohidratada

Shark Pro - Creatina Monohidratada 3g

Soldiers Nutrition - Creatine Monohydrate

Synthe Size - Creatine Powder Monohydrate

True Source - Creatine 100% Pure

Universal - Creatine Monohydrate

Vitamax - Creatina Booster

O governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da capital anunciaram nesta quinta-feira, 24, que irão negociar uma compensação para os 38 comerciantes que têm suas atividades profissionais localizadas dentro da Favela do Moinho, nos Campos Elíseos, a última comunidade ainda de pé no centro de São Paulo.

A Prefeitura diz que houve adesão voluntária de 86% dos moradores da comunidade ao plano de retirada do local, considerado área de risco pelo governo, mas admite enfrentar dificuldades em relação àqueles que têm seus comércios na favela (a maioria também mora no local).

O governo e a Prefeitura não especificaram, porém, de que forma será feita essa compensação. A ideia inicial é que os comerciantes tenham condições para montar seus negócios em outros locais, diz Marcelo Branco, secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

A gestão Tarcísio de Freitas criará um grupo de trabalho para se reunir com os comerciantes e negociar essas condições. "Iniciam-se a partir de amanhã as negociações individuais para receber esses comerciantes", disse Felício Ramuth, governador em exercício - Tarcísio está em viagem na Europa.

"Vamos criar condições de auxílio a essas famílias, fazer com que elas tenham oportunidade de continuar com suas atividades comerciais fora da favela. Vamos chamar os comerciantes para ver como podemos colaborar com essas pessoas. Não temos um valor definido. Nossa vontade é proporcionar uma reinserção nas suas atividades comerciais", afirma Branco.

"Vale lembrar que a maioria dos comerciantes mora ali e será indenizada pelas moradias e beneficiada pelo programa habitacional", completa Ramuth.

O terreno da Favela do Moinho pertence à União. Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), disse que está em diálogo com o governo de São Paulo para encontrar uma solução para as mais de 800 famílias que moram na Favela do Moinho.

"Fica claro que a União não concorda com a qualidade de vida das pessoas que vivem lá, precisamos chegar num consenso de projeto. Se a União quiser participar para custear o projeto, estamos abertos, mas se falarem que querem 'isso' ou 'aquilo' porque são donos da área, isso não cabe. Uma coisa é discutir o que será feito no futuro, se será um parque. Agora, se a União achar que precisamos aumentar o valor do aluguel, ela pode complementar, o governo dá R$ 400, a Prefeitura R$ 400 e a União pode acrescentar mais R$ 400", declarou o secretário.

Ao todo, 821 famílias vivem na comunidade, somando cerca de 2,5 mil pessoas. 719 famílias iniciaram o processo de adesão voluntária, segundo dados do governo. Dessas, 558 já estão aptas a assinar contratos e receber as chaves assim que as unidades estiverem prontas. Até agora, 496 escolheram o imóvel de destino para atendimento final, mesmo número que já iniciou o processo para recebimento de auxílio-moradia.

A comunidade está localizada entre linhas de trens, em uma área murada, com apenas uma entrada e baixa possibilidade de escoamento. Fica sob o viaduto que interliga as avenidas Rudge e Rio Branco, perto da Estação Júlio Prestes. Na última década, foram registrados dois incêndios de grandes proporções que deixaram mortos e centenas de desabrigados. Tais características inviabilizaram ao longo dos anos as diversas promessas de regularização da área feitas por gestores públicos.

Investigações também apontam que a comunidade é usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como uma "fortaleza" para tráfico de droga no centro da cidade. Segundo o Ministério Público do Estado, criminosos utilizam o espaço para vigiar ações da polícia. A comunidade também é tida como refúgio de bandidos e esconderijo de drogas e armas, além de abrigar a sede do "tribunal do crime" da região.

Nesta terça-feira, 22, as primeiras famílias deixaram a favela e foram para apartamentos provisórios, enquanto aguardam a entrega de um lar definitivo. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) afirma que está oferecendo alternativas variadas de moradia, com oferta de auxílio-moradia enquanto os imóveis não ficam prontos.

Alguns moradores da comunidade, porém, dizem que as propostas têm sido insuficientes, sobretudo para famílias que querem ficar no centro - há gerações que cresceram na Favela do Moinho e hoje trabalham por ali. Afirmam ainda que a presença de PMs tem os pressionado.

O processo tem sido marcado por protestos desde a semana passada. Na terça-feira, houve tensão no início da manhã por causa da presença de equipes da Polícia Militar, mas a situação foi contornada após intermediação de agentes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Cerca de 90 mil pessoas já passaram pela Basílica de São Pedro para se despedir do papa Francisco, segundo informado pelo Vaticano na tarde desta quinta, 24.

A contagem foi feita até as 19h (14h de Brasília). O segundo dia teve um fluxo menos intenso de peregrinos e filas mais organizadas. Fiéis relataram ter enfrentado apenas 15 minutos de espera ao final da tarde na capital italiana. O dia foi marcado por picos no fluxo de visitantes.

Cenário bem diferente do dia anterior: as despedidas se iniciaram na quarta-feira, 23, com relatos de até cinco horas de fila, e gente entrando na basílica até as 5h30 da manhã. As visitas foram suspensas por 1h30, apenas para realizar a limpeza na igreja.

Muitos grupos de jovens marcaram presença no velório. Eles estavam em Roma para a canonização de Carlo Acutis, que ocorreria no domingo, 27, mas foi cancelada após a morte do pontífice.

"Vínhamos para a canonização, mas fomos surpreendidos com a morte do papa. De todas as formas, estamos felizes de poder nos despedir do papa Francisco, e estaremos no funeral no sábado", afirma a hondurenha Suyapa Yanes, coordenadora de um grupo de adolescentes que veio da diocese de Wilmington (EUA).

Na fila, uma vestimenta frequente é a camiseta da "Celeste", como é conhecida a seleção argentina. "É muito forte para um argentino viver isso aqui. Acompanhamos de perto a saúde do papa e é muito inspirador ver como ele foi muito forte, que sempre ia adiante e vivia tudo com senso de amor. Nós, argentinos, temos muito a aprender com ele", afirma a psicóloga Rosario Romero.

"Estamos ansiosos por participar deste momento", afirma o capixaba Tiago Ventura. "Chegamos em Roma há dois dias e ontem não encaramos a fila, mas hoje estamos dispostos a esperar duas horas para vê-lo."

Nesta sexta-feira, 25, o Vaticano espera uma quantidade maior de pessoas devido ao feriado na Itália (Dia da Liberação) e à concentração de quem chega para participar do funeral no sábado, 26.