'Lady Tempestade', peça com Andrea Beltrão, terá nova temporada em São Paulo

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A peça Lady Tempestade terá uma nova temporada em São Paulo a partir de 8 de agosto, no Teatro Faap. O espetáculo está prestes a encerrar suas apresentações no Sesc Consolação, onde teve os ingressos esgotados logo no início das vendas.

 

Estrelada por Andrea Beltrão, a história é inspirada na vida da advogada pernambucana Mércia Albuquerque, defensora de presos políticos da ditadura militar.

 

"Muitas vezes, evitamos tocar em assuntos duros, mas, escolhendo o silêncio, contribuímos para a impunidade", afirmou a atriz carioca sobre a temática da obra em entrevista ao Estadão em maio.

 

A venda dos ingressos já começou por meio do site www.faap.br/teatro.

 

A partir da quarta-feira, 25, as entradas também estarão disponíveis na bilheteria do teatro.

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Aplicativo que potencializa o raciocínio lógico com gamificação, linguagens de programação que abordam o conteúdo de forma interdisciplinar, storyboards interativos, além de plataformas que personalizam o ensino apoiadas pela inteligência artificial (IA) são alguns dos recursos digitais utilizados por escolas de educação básicas para apoiar a aprendizagem dos estudantes.

Na Avenues São Paulo, um dos ambientes virtuais que integram o projeto pedagógico é o Flint, uma plataforma de inteligência artificial em que o professor consegue avaliar objetivos de aprendizagem e desenvolver atividades personalizadas, imagens ou gráficos. Um exemplo de sua utilização foi em uma aula para o 4º ano do ensino fundamental sobre doenças tropicais, como dengue e malária. Pelo Flint, a professora criou dois tutores, oferecendo informações sobre os objetivos de aprendizagem e o perfil dos alunos, como o fato de serem bilíngues.

A partir dos dados disponibilizados, o aluno interagia com a plataforma com perguntas como: qual é o vetor da dengue e como evitá-lo? Por fim, o Flint analisa seu desempenho, avaliando se conseguiu desenvolver boas perguntas e demonstrou curiosidade pelo assunto. O segundo tutor era voltado ao vocabulário específico da aula, por isso quando os alunos tiravam dúvidas do tipo "o que é microrganismo?", o assistente virtual explicava de forma didática adequada à idade dele.

Andrea Pech e Marcia Bandim, especialistas em Integração de Tecnologia da Avenues São Paulo, afirmam que o ensino em ambientes virtuais transforma significativamente o modo como os alunos interagem, seja em relação ao conteúdo ou nas relações interpessoais.

"A aprendizagem se torna mais dinâmica, personalizada e colaborativa, e incentiva a autonomia dos alunos, com o desenvolvimento de competências como auto regulação, organização e responsabilidade. O uso intencional da tecnologia favorece a personalização do ensino, pois ao fazer uso de recursos de análise de dados os educadores acompanham o progresso individual de cada aluno em tempo real, com intervenções e orientações pedagógicas mais direcionadas", diz Marcia Bandim, reforçando que o vínculo humano da sala de aula é indispensável.

Diagnóstico ajuda a garantir equidade

Na Start Anglo Bilingual School os ambientes digitais ajudam a traçar diagnósticos com os níveis de proficiência dos estudantes nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, especialmente no início dos anos letivos. A ferramenta é a Plurall IA, um conjunto de soluções de inteligência artificial desenvolvido pela Somos Educação em que 96 mil alunos tiveram acesso neste ano.

Uma das possibilidades da plataforma é a de o aluno conseguir fazer uma avaliação com conteúdos aplicados a partir de diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para identificar possíveis déficits de aprendizagem e receber sugestões como trilhas de aprendizagem, listas de exercícios e vídeos que podem ajudá-lo.

O recurso ainda possui importante potencial, o de ajudar professores a identificar mais facilmente os estudantes que precisam de mais ajuda para garantir homogeneidade e equidade no ensino. Além disso, a Plurall IA também funciona como uma assistente virtual e ajuda o docente a montar planos de aulas, com vídeos e slides, quando necessário.

Juliana Diniz, diretora de Novos Negócios da Start Anglo Bilingual School, diz que a cultura digital da escola é pensada para que haja uma integração curricular e viés pedagógico. "As plataformas de jogos, a biblioteca virtual de livros em inglês, os exercícios e avaliações digitais devem conversar e complementar as atividades analógicas desenvolvidas dentro e fora da sala de aula."

Jogos, histórias e arduinos

Em uma escola localizada na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, a FourC Bilingual Academy, os espaços digitais ajudam a engajar e explorar a criatividade e o espírito inventivo dos alunos. No ensino médio, eles simulam a impressão 3D de projetos feitos com arduinos, uma série de microcomputadores de placa única, na plataforma Tinkercad. Depois ela é integrada ao arduino cloud, que permite que os alunos colaborem em tempo real, em vários dispositivos.

Dentro dos conteúdos de Língua Inglesa e Artes, os alunos criam storyboards interativos com base em obras como A Vida Secreta de Walter Mitty, que explora os contrastes de uma vida comum ou marcada pela fantasia, usando a inteligência artificial para representar visualmente as próprias jornadas, como explica Sara Hughes, diretora geral da FourC Bilingual Academy.

Já no ensino fundamental, as crianças têm utilizado o aplicativo Matific que garante engajamento e desenvolve habilidades como raciocínio lógico por meio de uma abordagem gamificada. Além disso, plataformas como Scratch e Padlet, que possibilitam a criação de jogos, histórias e murais colaborativos são utilizadas em projetos interdisciplinares.

Para Sara, os ambientes virtuais, quando bem integrados ao currículo, geram mais protagonismo estudantil, ampliam o repertório cultural e podem favorecer a empatia, fortalecer a aprendizagem como um processo vivo mesmo.

"O uso da inteligência artificial generativa, por exemplo, levou muitos alunos a explorar comandos técnicos por conta própria, propondo soluções, testando hipóteses e refinando os projetos com autonomia. Ao longo desses processos, a gente tem observado um crescimento significativo na capacidade de pensar criticamente, de transitar entre as áreas do conhecimento e de tomar decisões com responsabilidade", afirma a diretora.

Professores devem inspirar aprendizagem contínua

O avanço da inteligência artificial e a presença das ferramentas tecnológicas de forma maciça no cotidiano, especialmente de crianças e adolescentes, mostram que a importância do conceito de lifelong learning nunca esteve tão latente. Por outro lado, a missão dos professores de disseminar essa relevância em meio ao imediatismo de informações disponibilizadas por meio de recursos como o ChatGPT, por exemplo, tem se tornado árdua.

Para alertar o estudante sobre a necessidade de nunca deixar de aprender na visão de Juliana Diniz, diretora de novos negócios da Start Anglo Bilingual School, é necessário que o professor ao mesmo se aproprie desta nova realidade digital, mas também assuma o papel de "agente de fomento à pesquisa, à curiosidade de aprender e acima de tudo, como aquele que provoca a interação entre pares, como espaço de aprendizado."

A diretora reforça que o processo de aprendizagem não se dá por meio de transmissão de conteúdos, como ofertado pela inteligência artificial, e sim, pela interação com o outro, e que é papel do docente promover interações potentes que desafiam, provocam os alunos e os instigam a continuar aprendendo.

"Os professores devem se educar cada vez mais para o uso da IA como ferramenta que o libera para fazer o que há de mais relevante no processo educativo: se relacionar com os alunos. Trazer humanização para a sala de aula e, com isso, inspirar e incentivar a aprendizagem permeada pela vivência e afeto. Nem mesmo a mais sofisticada tecnologia, ocupará o lugar de valor da troca entre sujeitos pensantes", finaliza Juliana.

Transitar entre diferentes mundos, presenciais e virtuais, coletivos e individuais, exige um conjunto de habilidades que vão de competências socioemocionais às digitais. Comprometidas em formar estudantes preparados para esses desafios, as escolas têm ampliado olhares e currículos para garantir uma formação mais conectada às demandas atuais.

Colégios como Miguel de Cervantes e Visconde de Porto Seguro promovem ações para desenvolver o letramento digital e o uso consciente da internet e das tecnologias digitais. A pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), mostrou que a proporção de usuários de internet aumentou, consideravelmente, entre crianças de 0 a 8 anos. A faixa etária de 0 e 2 anos foi a que mais apresentou evolução e saltou de 9% para 44%, no período de 2015 a 2024. Entre 3 e 5 anos, o crescimento foi de 26% para 71%; já entre o público de 6 e 8 anos, os indicadores foram de 41% para 82%, de acordo com o levantamento.

Pensando nas consequências desta hiperconectividade, o Porto Seguro criou um programa chamado Academia da Família que abre diálogo com os responsáveis pelos alunos por meio de workshops, encontros e palestras com especialistas para debater temas como saúde mental, bem-estar no ambiente familiar, uso consciente das tecnologias, entre outros.

"A troca de boas práticas entre as famílias é um dos grandes ganhos, pois construímos uma rede de apoio mútua. Nosso principal objetivo é sempre intensificar as redes de proteção e apoio às crianças e adolescentes, construindo um espaço de diálogo aberto e seguro", afirma Meire Nocito, diretora institucional educacional do Colégio Visconde de Porto Seguro.

O colégio, ainda, desenvolve ações de letramento digital e cidadania no ambiente online, conduzidas por educadores das áreas de tecnologia e ciências humanas. Nessas atividades, os alunos têm a oportunidade de refletir e debater temas como privacidade, segurança e ética no mundo digital.

Famílias mais próximas

O Colégio Miguel de Cervantes também tem trazido as famílias para as discussões. O trabalho de educação digital, entretanto, começa com um mapeamento entre os alunos, a partir do 2º ano do Ensino Fundamental, para entender como a internet está sendo utilizada por eles, incluindo quais redes sociais e aplicativos. Com os resultados, as equipes de tecnologia educacional e coordenação pedagógica montam a ação, que inclui palestra e formação sobre cidadania digital envolvendo os responsáveis pelos estudantes.

Denise Tonello, orientadora pedagógica do Ensino Fundamental do Cervantes, conta que o trabalho parte da premissa de mostrar às crianças, geração que pode ser até considerada como "nativos digitais", mas não têm a maturidade para reconhecer que a internet não é um ambiente seguro. "Nas palestras a gente mostra que conversar com pessoas desconhecidas, como eles fazem na internet, é inseguro. Há uma ingenuidade que é das crianças", conta ela. Já nos encontros com as famílias, a orientação é para que os adultos não permitam que as crianças tenham acesso às redes sociais. "A gente diz para eles que [permitir esse uso] é como abrir a porta de casa e colocar o filho no meio da rua", compara.

Além dessa iniciativa pontual, Denise explica que a educação digital integra a perspectiva global do projeto pedagógico da escola, com orientações e reflexões contínuas. "Se não houver este olhar, perdemos uma boa parte do que entendemos por aprendizagem por meio da convivência e da ética, e isso envolve o ambiente digital."

Educação midiática e educomunicação

Outro pilar importante para garantir a formação integral dos estudantes é a educação midiática, que estimula habilidades como o pensamento crítico. Esses assuntos são discutidos em instâncias de escuta e diálogo compostas pela comunidade escolar do Colégio Porto Seguro, como os comitês de alunos, de pais e de professores, onde há troca de ideias que depois são apresentadas para ser incorporadas ao projeto pedagógico da escola e fortalecer a aprendizagem dos alunos.

Escuta, protagonismo estudantil e educomunicação também são os destaques do projeto pedagógico da Escola Municipal (EMEF) Paulo Duarte, localizada na Zona Leste de São Paulo. A unidade participa do projeto Imprensa Jovem, que engloba outras escolas da rede municipal que prevê desenvolver competências socioemocionais e a educação midiática.

Na Paulo Duarte, os alunos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental têm aulas semanais de conteúdos como produção de fotografia, vídeo, design com imagens, combate a fake news, além da possibilidade de participar de eventos da cidade fazendo "coberturas jornalísticas".

"O estudante precisa estar atento e crítico ao seu dia a dia, saber discernir o que é certo ou errado, por isso trabalhamos com as competências socioemocionais em todo o momento. Queremos uma geração que saiba lidar com as frustrações, mas seja esperançosa, por isso nosso objetivo é fazer a mediação para que eles sejam autônomos para levar sua voz e ideias para longe", conta Regina Maria Nara, professora e orientadora de educação digital da EMEF Paulo Duarte.

Competências socioemocionais garantem formação integral

Mais do que saber utilizar as ferramentas digitais e se apropriar de toda a cultura que as cercam, como ética e segurança, é fundamental que crianças e adolescentes tenham oportunidade de desenvolver competências socioemocionais durante sua trajetória escolar. Entretanto, educadores apontam que é mais eficaz trabalhá-las de forma interdisciplinar e transversal dentro do currículo e não somente em oficinas ou atividades isoladas.

Habilidades de função executiva, desenvolvidas desde a infância auxiliam os estudantes a se posicionarem e interagirem de forma adequada em múltiplos contextos, sejam eles ambientes físicos ou virtuais, coletivos ou individuais, segundo Kátia Chedid, head de governança educacional da Fundação Bradesco.

Entre esses saberes, Kátia destaca o "a capacidade de controlar os impulsos e tomar decisões de forma consciente e deliberada, evitando reações impulsivas e inadequadas; a habilidade de adaptar-se a diferentes situações, perspectivas e demandas; o planejamento e a organização." "Existem competências que contribuem significativamente para o desenvolvimento de relações saudáveis e equilibradas, como empatia, inteligência emocional, resiliência, pensamento crítico e o conhecimento para utilizar as tecnologias de forma segura, ética e responsável, compreendendo os impactos das ações que são realizadas no online", diz.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem mais de 2 mil "soldados" distribuídos por pelo menos 28 países, além do Brasil, aponta mapeamento do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Na América do Norte, existem integrantes da facção criminosa em pelo menos dois países, segundo o levantamento: Estados Unidos e México.

Nos Estados Unidos, que já incluíram o PCC em uma lista de sanções contra o narcotráfico no mundo, estão 15 "soldados" do PCC, diz o MP-SP. No México, foram identificados outros três.

No mundo, as maiores concentrações de "soldados" do PCC depois do Brasil estão em países da América do Sul. Segundo o levantamento, que é do final de 2023, na época o Paraguai reunia 699 integrantes da facção. A Venezuela é a segunda, com apenas 43 a menos (656 criminosos), e a Bolívia era o terceiro país com mais membros, com 146.

Na Europa, o país com mais integrantes da facção é Portugal, com 87. Em seguida estão a Espanha, com 26, e a França, com 11. Depois vêm Holanda, Irlanda e Itália, com 3 criminosos cada, Bélgica, Inglaterra e Suíça, com 2, Alemanha, Sérvia e Turquia, com 1 "soldado" do PCC cada.

No mundo, as maiores concentrações de "soldados" do PCC depois do Brasil estão em países da América do Sul. Segundo o levantamento, que é do final de 2023, na época o Paraguai reunia 699 integrantes da facção. A Venezuela é a segunda, com apenas 43 a menos (656 criminosos), e a Bolívia era o terceiro país com mais membros, com 146.

O relatório sobre a presença do PCC pelo mundo foi divulgado inicialmente pelo portal g1 e obtido pelo Estadão.

Atualmente, há integrantes do PCC inclusive no Japão. São ao menos três (todos nas ruas), conforme o mapeamento, feito pelo MP no fim de 2023 com base em informações obtidas por meio do monitoramento de membros que compõem as chamadas sintonias (o que inclui o alto escalão) da facção.

O documento tem sido utilizado pelo MP em encontros com consulados e embaixadas para buscar cooperações internacionais.

A presença de integrantes da facção em outros países não necessariamente se dá porque a facção quer ampliar o tráfico de drogas nesses locais. Pode estar relacionada, em vez disso, ao envolvimento com outros tipos de crime, como lavagem de dinheiro.