Sally Rooney diz que pode ser impedida de publicar livros no Reino Unido por apoio à Palestina

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A escritora irlandesa Sally Rooney disse que os seus livros poderão deixar de ser comercializados no Reino Unido por causa de seu apoio ao grupo Palestine Action (Ação Palestina), que foi classificado como uma organização terrorista pelo governo britânico. A informação é do jornal The Guardian.

"É quase certo que não poderei publicar ou produzir qualquer trabalho novo no Reino Unido enquanto esta proibição estiver em vigor. […] Se a Palestine Action ainda estiver banida quando o meu próximo livro estiver pronto para ser publicado, esse livro estará disponível para leitores em todo o mundo e em dezenas de idiomas, mas não estará disponível para leitores no Reino Unido, simplesmente porque ninguém terá permissão para publicá-lo (a menos que eu me contente em distribuí-lo de forma gratuita)", admitiu a autora de Pessoas Normais, durante ação judicial que busca reverter a inclusão do Palestine Action da lista de organizações proibidas.

E complementou: "Os meus romances têm sido influentes e populares na Grã-Bretanha, onde estou entre os autores literários mais vendidos da última década. O desaparecimento da minha obra das livrarias representaria uma incursão extrema do Estado no domínio da expressão artística."

Em setembro, a autora venceu um prêmio literário, mas não viajou para receber o troféu alegando que tinha risco de ser presa.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou na quarta-feira, 26, o recolhimento de lotes de sabão líquido para roupas da marca Ypê por contaminação microbiológica.

De acordo com a agência, uma análise conduzida pela própria fabricante constatou a presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa nos produtos. Foram reprovados os seguintes lotes:

Lava-roupas líquido Ypê Express

Lotes 170011, 220011, 228011, 203011, 181011, 169011, 205011 e 176011

Lava-roupas líquido Tixan Ypê

Lotes 254031 e 193021

Lava-roupas líquido Ypê Power Act

Lotes 190021, 223021 e 228031

A Ypê afirma que recolherá também o lote 097021 do lava-roupas líquido Tixan Ypê - versão Maciez.

Além do recolhimento, a medida da agência estipula a suspensão da comercialização, distribuição e uso dos lotes reprovados, conforme publicação no Diário Oficial da União.

Em comunicado publicado em seu site, a Ypê orienta aqueles que possuem produtos desses lotes a entrarem em contato com o serviço de atendimento ao consumidor (SAC) pelo número 0800-1300-544.

"A Pseudomonas aeruginosa é um microrganismo comum no ambiente e, nas condições normais de uso de um lava-roupas, apresenta risco extremamente baixo para a população em geral e risco baixo para pessoas com sistema imunológico debilitado. Ainda assim, orientamos que você interrompa o uso do produto caso ele esteja entre os lotes identificados e entre em contato com nosso SAC para realizar a substituição gratuita", diz a empresa.

A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria oportunista frequentemente associada a infecções hospitalares. Em pessoas saudáveis, ela pode provocar irritação na pele, por exemplo, enquanto em pessoas imunocomprometidas pode provocar pneumonia, entre outros quadros.

O professor da Faculdade de Medicina Aluísio Segurado, de 68 anos, venceu as eleições para reitor na Universidade de São Paulo (USP) realizada nesta quinta-feira, 27. Ele teve 1.270 votos, seguido da ex-diretora da ex-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Ana Lúcia Duarte Lanna, com 713 votos, e do professor da Escola Politécnica Marcílio Alves, com 340 votos. Os três, portanto, integram a lista tríplice que será enviada ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Não há prazo para essa escolha nem informações ainda de quando ele tomará a decisão. Nos últimos anos, houve casos em que o governador nomeou o reitor eleito no mesmo dia; em outros, demorou mais de uma semana.

"Acho que a parceria muito sinérgica da nossa chapa, com muita experiência acadêmica e de gestão, e também com projetos de futuro, trouxe segurança para a comunidade", disse Segurado ao Estadão, logo depois de saber o resultado das eleições. A chapa que encabeça a lista tríplice tem como vice-reitora a ex-diretora da Escola Politécnica Liedi Légi, que foi a primeira mulher a assumir a faculdade de Engenharia. "A comunidade sentiu que havia coerência da proposta."

Segurado foi pró-reitor de graduação da atual gestão do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e dirigiu o Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC). Segundo ele, a lista tríplice será enviada nesta sexta-feira, 28, ao governador.

Historicamente, o mais votado internamente é o escolhido para o próximo período, que vai de janeiro de 2026 a janeiro de 2030. Já houve, porém, exceções. Em 2009, o professor da Faculdade de Direito João Grandino Rodas foi o segundo mais votado e acabou como o escolhido pelo então governador José Serra (PSDB).

A eleição foi realizada online durante todo o dia e tiveram direito à voto apenas os cerca de 2.300 membros da Assembleia Universitária, que são os integrantes do Conselho Universitário, órgão máximo da USP, dos conselhos centrais, das congregações das unidades e dos conselhos deliberativos dos museus e dos institutos especializados. São 84% professores, 10% de representantes dos estudantes e 4% de servidores técnicos e administrativos.

Segundo a USP, participaram da eleição 2.041 eleitores. Como os eleitores podiam votar em até três chapas, há mais votos do que eleitores. No entanto, a maioria votou em apenas uma e houve 3.590 votos em branco e 70 nulos.

Segurado também credita a vitória na eleição à "consistência da proposta", que, segundo ele, partiu do diagnóstico dos principais desafios da instituição, como a manutenção da autonomia universitária, e discutiu também questões atuais. Entre eles, ele citou "o convívio com uma USP mais plural e mais diversa que exige readaptação de processos tradicionais" e ainda "o desafio tecnológico da transformação digital e da incorporação da inteligência artificial no apoio ao ensino e à gestão".

Um dos desafios do próximo reitor é o futuro financiamento da USP. Os três candidatos reforçaram durante a campanha a importância de se garantir a autonomia da instituição por meio de um orçamento previsível. Com a reforma tributária, a partir de 2026, deixará de existir gradualmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Desde 1989, a universidade, a mais importante da América Latina, recebe 5% da arrecadação do tributo do Estado. O orçamento da instituição em 2025 foi de R$ 9,15 bilhões. A partir de agora, os valores e a origem dos recursos terão de ser discutidos pelo novo reitor ou reitora com o governo do Estado.

"A autonomia das universidades estaduais paulistas é única e foi responsável pelo desenvolvimento do ecossistema de ciência e tecnologia do Estado", disse Segurado, em entrevista ao Estadão, durante a campanha. Diferentemente de USP, Unicamp e Unesp, as universidades estaduais não têm autonomia orçamentária e dependem de repasses (e sofrem com bloqueio de verbas) do Ministério da Educação.

A USP, que faz 92 anos em janeiro, tem cerca de 60 mil alunos de graduação e 30 mil de pós. A universidade paulista é responsável por cerca de um quarto das pesquisas feitas no Brasil todo.

A instituição tem aumentado, nos últimos anos, suas políticas de diversidade, com cotas para estudantes e professores pretos, pardos e indígenas. Entre os desafios para os próximos anos, estão a necessidade de se atualizar, para atrair talentos para o ensino e a pesquisa, pensando em inovações na forma de ensinar, aprender e fazer ciência.

Para Segurado, a contratação recente de mais de 900 novos docentes - algo inédito na última década, após anos de déficit de profissionais - traz uma oportunidade de inovação no ensino. "É o momento de mobilizarmos toda a energia dessa juventude para promover as mudanças que, em um quadro cristalizado, às vezes são mais difíceis de serem alcançadas", afirmou.

O professor é infectologista e dirigiu o Instituto Central do Hospital das Clínicas na pandemia de covid-19. Para ele, a mobilização da universidade nesse período, que envolveu médicos e professores, do atendimento a pacientes até a criação de novos respiradores, foi um exemplo claro da sua importância para o País.

Ele também havia sido o mais votado na consulta feita a professores, alunos e funcionários da USP na semana passada. Ele teve 4.969 votos, seguido da ex-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Ana Lanna, que recebeu 4.062 votos. A consulta, aberta a toda comunidade da USP, não tinha valor oficial, mas funciona como um direcionamento à Assembleia Universitária.

A Operação Slim, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 27, apreendeu carros de luxo, relógios de alto padrão e uma aeronave durante a ação que mira uma quadrilha suspeita de produzir, fracionar e comercializar ilegalmente tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro. Ao todo, a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.

Entre os veículos apreendidos estão uma Ferrari vermelha, uma Land Rover Defender e uma BMW. Agentes também recolheram um conjunto de relógios de marcas de luxo.

A PF ainda apreendeu um jatinho, matrícula PS-HLK, registrado em nome da empresa Safra Leasing S.A. Arrendamento Mercantil e operado pela LCA Farmacêutica, segundo registros da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

As imagens divulgadas mostram guinchos da corporação realizando o recolhimento dos veículos e agentes dentro do hangar onde o avião foi retido. O Estadão busca contato com as defesas das empresas citadas.

O médico Gabriel Almeida, que reúne quase 750 mil seguidores nas redes sociais, foi um dos alvos da operação. Ele é investigado por suspeita de integrar o grupo apontado pela PF como responsável pela produção, fracionamento e venda ilegal de tirzepatida. Almeida é proprietário do consultório Núcleo GA, localizado na Avenida Brasil, nos Jardins, área nobre de São Paulo.

Em nota, o advogado de Almeida, Gamil Foppel, afirma que o médico "não fabrica, não manipula e não rotula qualquer espécie de medicamento" e que a acusação de participação na produção de fármacos é "fática e tecnicamente impossível", já que sua atuação se restringe à medicina clínica e à docência.

Segundo a defesa, a operação se limitou ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão, "sem qualquer tipo de restrição à liberdade". A nota encerra lamentando o "julgamento midiático antecipado" e afirma que a prática médica de Almeida sempre teve como foco "a saúde e o bem-estar de seus pacientes".